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ANÁLISE IDENTITÁRIA CINEMATOGRÁFICA

Por:   •  4/6/2017  •  Artigo  •  2.102 Palavras (9 Páginas)  •  199 Visualizações

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UNIVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA

CURSO DE PSICOLOGIA

ANÁLISE IDENDITÁRIA DOS PERSONAGENS DE OBRA CINEMATOGRÁFICA: A PELE QUE HABITO (ROTEIRO DE PEDRO ALMODÓVAR E AGUSTÍN ALMODÓVAR).

Alison Gabriel Campos

Ane Caroline de Andrade

Izabella Tereza Mendes da Cruz

Luis Henrique Paschoaldeli

Mariana Cogo Sarkis

Orientador: Profº MS. Fábio Henrique Ramos

Resumo: O objetivo deste trabalho foi desenvolver uma análise identitária do filme “A pele que habito”, tendo como foco as influências de Robert na identidade de Vicente e sua transformação. Para a realização do trabalho, partimos dos conceitos teóricos citados por Ciampa (1984), em sua teoria sobre a identidade e leitura fílmica. Concluímos que as obras em geral representam as contradições nas ações do cotidiano e a interação dos sujeitos numa dinâmica dialética, sempre agindo em seus personagens, sendo na mesmice ou de maneira que haja uma metamorfose. A formação acadêmico-científico em psicologia social nos permite olhar para os personagens desempenhados nas obras como reflexo do mundo real.

Palavras-Chaves: Identidade. Metamorfose. Filme.

Introdução

         Quando falamos em teoria da identidade, estamos falando da nossa história, dos eventos e elementos que nos tornam quem somos. Ciampa (1984) traz que para entendermos a nossa identidade devemos olhar para a nossa história. Ao longo da nossa vida o mínimo de mudanças já é esperado, mudanças como envelhecer, como a passagem dos anos modificam o corpo e as perspectivas. Porem há mudanças que também são muito significativas em nossa vida, como as de mudanças de status, as formações acadêmicas, modificações na estrutura familiar e assim por diante. Todas essas mudanças, das mínimas as radicais assim como as relações sociais e afetivas e as condições em que essas relações se dão, são significativas para a constituição da nossa identidade.

Em nossa vida social é natural querermos conhecer a identidade de alguém, querer saber quem alguém é. E a primeira forma de conhecimento é o nome, aquilo que nos nomeia, mas nem sempre essa apresentação social diz quem realmente o sujeito é. A Teoria de Identidade tem uma grande importância na descoberta da constituição do sujeito, ela nos apresenta os fatores sociais, emocionais e históricos que fazem parte construção do ser humano.

        Apesar de sermos metamorfose, modificando a cada relação, Ciampa (1948) alega que o ser humano é o que é que, que apesar das modificações ao longo da vida, é um ser historicamente constituído. Esse artigo tem como objetivo exemplificar um pouco mais dessa relação de ser histórico e metamorfo, tomando como base o filme “A pele que habito” que apresenta como tema a transformação de Vicente e as influências do personagem Robert em sua identidade.

A relevância científica e social de se fazer uma análise literária é a de que podemos investigar como se dá a construção e o desenrolar da identidade dos sujeitos tomando como base a Teoria da Identidade de Ciampa (1984), de forma a contribuir para uma melhor visão de como a identidade se dá ao longo da história do sujeito e de como ela afeta e é afetada dentro no meio social. A metodologia de investigação utilizada é a pesquisa qualitativa, a qual visa colher dados a respeito da relação dinâmica e contraditória entre o mundo real e o sujeito e, consequentemente, da complexidade da vida humana, de forma que o sujeito-observador seja parte integrante do processo de conhecimento, procurando investigar o sentido que os atores sociais dão aos objetos, pessoas e símbolos em seu mundo social na interação cotidiana. Assim, as atividades práticas são investigadas e valorizadas. Através do método qualitativo, é possível diversificar a forma como é feita a investigação, não sendo invariável como ocorre no método quantitativo, que utiliza da constância, estabilidade a fim de tirar conclusões que podem se transformar em leis e explicações.  A observação participante, história ou relatos de vida, análise de conteúdo, entrevistas não diretivas, observação da vida cotidiana em seu contexto ecológico, lendo narrativas, lembranças e biografias, analisando documentos são alguns dos tipos de investigações que se podem ser utilizados no método qualitativo e a escolha depende somente da capacidade inventiva do observador e da escolha da metodologia adequada ao seu campo de pesquisa, aos problemas enfrentados e as pessoas que participam. Para o presente artigo, utilizamos a análise de conteúdo, de maneira que os participantes da investigação assistiram ao filme e analisaram as ações cotidianas das personagens, como se viam, que personagens viviam e como construíam sua identidade à medida que um sujeito influenciava o outro para a construção desta.

Desenvolvimento

A fim de entendermos melhor o processo de construção de identidade do personagem Vicente, do filme “A pele que habito”, descreveremos um pouco da história e cada um dos personagens, tendo como foco principal a influência do Cirurgião Plástico.

Robert Ledgard é um respeitado cirurgião plástico que está fazendo uma pesquisa que busca criar uma pele mais resistente que possa ser implantada em seres humanos vítimas de queimadura. Sua pesquisa ocorre devido ao acidente que acontece durante a fuga de sua esposa adúltera com Zeca. A esposa sobrevive ao acidente, porém tem sua aparência toda deformada pelas queimaduras, mediante isso, Robert fica obcecado com a ideia de devolver-lhe a vida por meio da ciência. Ela é reconstruída em um ambiente privado de luz e qualquer coisa que pudesse refletir sua aparência. Em uma manhã, quando ouve a voz da filha cantando, vai em direção a janela, ao se aproximar, se depara com sua aparência até então não vista. É tomada por um profundo desespero e se joga da janela, morrendo aos olhos da filha, que chocada, passa sua infância e juventude em uma clínica psiquiátrica. Após um tempo, o médico psiquiatra de sua filha aconselha tentar uma ressocialização da mesma, assistida a base de muitos remédios. Nessa época, Robert e Norma (sua filha) vão a um casamento, onde ela conhece Vicente, que no dia, estava fazendo uso de drogas. Ambos vão para o jardim da festa onde desenrola uma conversa discordante, já que quando Norma fala sobre os remédios, Vicente acredita que a mesma estaria sob o efeito de drogas em busca de diversão, não por razões clínicas. Logo, Vicente começa a beijá-la. Diante daquela excitação que era algo novo para a garota, ela não consegue discernir se quer ficar ou fugir, enquanto Vicente se prepara para o ato sexual. Quando Norma sente algo lhe tocando, a mesma começa a gritar, Vicente não entende a reação, lhe tampa a boca e é mordido, consequentemente ele reage em reflexo, dando-lhe um tapa, o que a faz ficar desacordada. Vicente não força o sexo, ao contrário, arruma sua roupa e foge. Robert chega e encontra sua filha estirada no chão, quando ela acorda se encontra nos braços de seu pai. Por estar em surto, passa a associar a imagem de seu pai com aquele que à estuprou. Posteriormente Norma comete suicídio pulando da janela da clínica. Em consequência disso, o ódio de Robert por Vicente aumenta e o faz buscar por vingança.

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