Análise Crítica do filme “A sociedade dos poetas mortos” - Vertente Humanista
Por: Deysianne Nogueira • 12/6/2018 • Resenha • 587 Palavras (3 Páginas) • 1.686 Visualizações
Análise Crítica do filme “A sociedade dos poetas mortos”
A abordagem humanista enfatiza o caráter único de cada pessoa, e a visão não se difere no modo de entender a aprendizagem. Com isso, no humanismo há uma valorização da experiência de cada individuo, dando a autonomia ao mesmo para seu processo de aprendizagem.
O filme sociedade dos poetas mortos relata uma história que acontece em um colégio tradicional, ao quais os alunos são submetidos a ensinos rígidos e inflexíveis. Produzindo alunos sem autonomia e sem espaço para escolhas, reprodutores dos padrões sociais da época. Os professores e pais são responsáveis por tomar as decisões sobre a vida e a forma da aprendizagem dos alunos. Até que há a chegada de um novo professor chamado Keating, que começa a trabalhar com seus alunos uma forma diferente de aprendizagem.
Keating, chamado pelos alunos de “Meu capitão”, começa a incentivar os alunos a serem eles mesmos, dando liberdade para serem criativos e pensarem por si mesmos. Motiva aos alunos a pensar em artes, teatro, poemas e a quebrar regras. Prezando pelo ensino crítico, auxiliando a construção da individualidade. Suas aulas não são lecionadas de forma padrão, propondo atividades que estão totalmente fora do tradicionalismo, trazendo um grande espanto para os alunos e também para escola. Suas aulas estão relacionadas a expressão literária “Carpe diem” que significa “aproveite o dia”. As aulas começam a ajudar os alunos a enfrentar seus medos e entender melhor sobre seus sonhos. Os abram para novas perspectivas e novas realidades. Seu ensino provoca reflexões, o que o torna revolucionário. Formando homens autônomos, vivos, intensos, responsáveis pelas atitudes e cidadãos conscientes.
Ao relacionar com a vertente humanista da aprendizagem, pode-se perceber que o ensino de Keating se aproxima do esperado pela vertente humanista. Sua relação aluno professor não se baseia pela hierarquia de disputa de poder. Ele cria uma relação com os alunos baseado em respeito, ao quais os alunos passam a admirá-lo e não temê-lo. Keating cria um ambiente ao quais os alunos podem criar uma identidade pessoal, se auto-realizando. O professor acredita na potencialidade de cada aluno e cria métodos de desenvolver essas potencialidades. Orientando os alunos de modo que seja eficaz na aprendizagem e desenvolvimento, compreendendo cada aluno na sua subjetividade. Criando um clima humano e persuasivo, colaborando para que os alunos aprendem melhor, serem mais assíduos, interessados, motivados e participativos, sendo mais criativos e capazes de resolver problemas.
O ensino fora do padrão tradicional causa incômodo. Assim como no filme, Keating perdendo seu emprego e não sendo compreendido por seus superiores e colegas de trabalho, hoje em dia, ainda é muito comum nos depararmos com ensinos rígidos, criando apenas reprodutores de conteúdos. Faltam formas de chamar atenção dos alunos, criar ferramentas para motivação da criatividade e liberdade. O ensino ainda apresenta-se de forma muito falha. Uma prova não é capaz de medir a potencialidade de um aluno. Assim como um ambiente inadequado é algo importante para a dificuldade na aprendizagem e desenvolvimento.
É preciso repensar a educação, visando a experiência de cada individuo, tentando entender sua realidade e o levando a autonomia e desenvolvimento das suas capacidades. A educação vai além de conteúdos padronizados e avaliações, além de notas altas ou baixas, da frequência em sala de aula ou outros fatores. É preciso incentivar a busca do conhecimento. Assim como Keating, é preciso professores que saibam sensibilizar, impressionar, instruir, incentivar a construção do conhecimento e prezar pela transformação da realidade individual de cada aluno, para que com isso, haja também, mudança na sociedade a qual estão inseridos.
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