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Análise do filme "Clube da Luta"

Por:   •  3/5/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.086 Palavras (5 Páginas)  •  714 Visualizações

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Análise de filme- Escolher um filme da relação abaixo ou outro de livre escolha. Entregar uma análise de no mínimo uma lauda, relacionando aspectos da teoria com a percepção pessoal sobre o filme.  Escrito a mão e a caneta. Estrutura: Introdução, desenvolvimento e conclusão.

Teoria: Psicologia Jurídica como ciência: personalidade, evolução e adaptação ao meio. Psicologia do Direito. Conceito psicológico de conduta delituosa. Psicologia do testemunho. Atitudes pós – delinquências. Terapêutica da delinquência. Valoração Jurídica da personalidade.

Clube da Luta

Data de lançamento: 29 de outubro de 1999

Diretor: David Fincher

Autor: Chuck Palahniuk

Clube da Luta é um filme enigmático e inovador no que tange seu roteiro. A produção relaciona a alienação do homem moderno à frustração inerente em indivíduos que vivem em meio ao capitalismo predatório para abordar temas relacionados à destruição de falsas necessidades e libertação do homem das amarras sociais através de violência sem vínculo heroico – adjetivo comum na maioria dos filmes. Ademais, no que toca a psicologia, o filme retrata também o protagonista sob um viés psicopatológico.

Analisando a psicologia como ciência pautada nos critérios de personalidade, evolução e meio, observamos, além da famigerada influência destes na formação do indivíduo, que a personalidade não deve de modo algum ser concebida como coisa rígida, estática e imutável, incapaz de evoluir no tempo, mas, sim, como objeto usado para observar as transformações do indivíduo em decorrência da idade. Nesse contexto, através de lembranças de compras de móveis e utensílios domésticos, é ilustrado cronologicamente nas primeiras cenas do filme como a insônia recorrente oportuniza a ocorrência de alucinações. Sendo solitário, o protagonista adere a reuniões de grupos de apoio a fim de canalizar sua insatisfação nas dores de outras pessoas, até que, em um voo comercial, tem o primeiro contato com Tyler Durden, sua outra personalidade.

Destarte, ocorrem mudanças visíveis na personalidade do ator principal, tais como frequente acessos de raiva seguidos de apatia nas mais diversas situações. Em série, posto que o Clube da Luta fora criado, é evidente a necessidade de inserção do protagonista nesta organização destinada a transformar a dor mental em física, a qual tem por intuito final abalar os pilares capitalistas para que, então, haja a contemplação de um novo panorama social tanto para quem participa quanto para quem é indiretamente atingido pelos atos contrários às normas civis.

Partindo do pressuposto de que a psicologia tem maior preocupação em compreender o delito do que defini-lo em razão da impossibilidade de valorar um ato oposto às normas sem antes entende-lo, cabe aos profissionais da área conhecer não só os antecedentes da situação, como também o peso de todos os determinantes da reação pessoal. Consoante a esta ideia, é válido observar alguns critérios da conduta delituosa como, por exemplo, o temperamento, a inteligência, a experiência anterior, a situação externa desencadeante, o tipo médio da reação coletiva aplicável à situação e o modo de percepção da situação por parte do delinquente.

O temperamento é apresentado sob ótica instável, induzindo o telespectador a uma interpretação de que o protagonista é mais suscetível a transtornos psicológicos; a inteligência adquire viés manipulativo, posto que é exposta através da habilidade de controle populacional objetivando ações singulares à vontade do protagonista; a experiência anterior veicula-se à insatisfação proveniente tanto da vida profissional quanto da vida particular, visto que o protagonista procura válvulas de escape para fugir da rotina carnívora presente em seu cotidiano; a situação externa desencadeante remete à atual conjuntura capitalista que, por sua vez, propicia consideravelmente a alteração psíquica, haja vista que esta tende a influenciar a insatisfação com seus bens e afins, de modo que a cada vez mais o prisma da obsolescência programada esteja incluída no âmago de sua alma; o tipo médio da reação coletiva aplicável à situação enquadra-se no inacabável desgosto pessoal refletido nas doutrinações defendidas pelo protagonista, seja por puro estímulo violento ou por adaptação ao meio social; e, enfim, o modo de percepção da situação por parte do delinquente remete à verdade de que ele se via apenas como manobra de massa, ou seja, era apenas mais um na multidão e não o desencadeador da mudança.

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