Análise Do Filme Amour

Análise do Filme "Amour"

Amor em letras garrafais. É disso que o filme “Amour” (título em francês) trata.

A representação de um amor construído e compartilhado por toda uma vida, sobrevivente às mazelas do tempo, às intempéries do cotidiano. Amor é um retrato escancarado da vida como ela é, que nos faz refletir sobre algo inevitável – a morte.

Um filme repleto de cenas que mostram a intimidade e cumplicidade vividos pelo casal Georges e Anne, dois octogenários franceses, apreciadores de música, livros e obras de arte.

A frieza com que o diretor compõe esse cenário fica a cargo do pouco diálogo firmado entre os dois idosos em cena (mas que não diminui por momento algum a expressividade do drama), da trilha sonora que apenas corta o silêncio de poucos momentos e a pouca luminosidade que penetra o apartamento do casal, dando ao ambiente uma atmosfera progressivamente densa à medida que os dois surgem cada vez mais deteriorados pelo tempo.

Anne é vencida pelo esgotamento de suas capacidades físicas e de raciocínio, enquanto Georges luta para manter o equilíbrio mental, diante da realidade que se aproxima.

O filme nos conduz a uma reflexão acerca da implacável ação do tempo em nossas vidas. O final de Anne é o final de todos nós e escancara uma realidade que nós, pessoas humanas, por vezes não nos damos conta.

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