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Análise Psicanalítica de Michael Jackson

Por:   •  29/3/2024  •  Resenha  •  731 Palavras (3 Páginas)  •  105 Visualizações

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Análise Psicanalítica Michael Jackson

A história de Michael é marcada por inúmeros traumas, sendo a grande maioria ocorridos na infância, decorrendo de diferentes perspectivas, sendo uma delas a violência. Não é segredo que o pai de Michael, Joe Jackson, era controlador e chegava até mesmo a utilizar a agressividade para persuadir os filhos, que deveriam trabalhar e executar a arte que faziam de forma perfeita, sem poder cometer falhas, o que no futuro, viria a acarretar diversos abalos e empasses na carreira de Michael. O cantor cobrava muito de si mesmo, exigindo sempre o melhor e tendo grandes frustrações quando não atingia tal resultado, para Freud, a lembrança é uma forma de reativar e manter o trauma, sendo para ele o conteúdo da lembrança um trauma psíquico, capaz de provocar a eclosão da histeria ou um acontecimento que devido a sua ocorrência em um momento particular, se tornou um trauma.

É fato que as atitudes do pai para com os filhos acarretaram um grande impacto na formação psíquica de tais, sendo Michael um dos grandes afetados por receber uma carga de cobrança maior por conta do talento eminente, tais cobranças que até mesmo após se livrar do controle do pai, Michael continuou seguindo à risca. Freud diz que a repressão tem grande importância na formação do psiquismo as pessoas experimentariam repetidamente pensamentos e sentimentos que são tão dolorosos que não podem suportá-los. Eles não podem ser expulsos da mente, mas são expelidos do consciente para formar parte do inconsciente (Colavitti e Tiraboschi - 2007), o que explicaria o caso de Michael, que deve uma formação através da repreensão.

Mesmo não conhecendo muito da vida do famoso “rei do pop” Michael Jackson, sabemos que ele sempre foi muito rodeado pelos fãs, até mesmo na infância. Aonde ele iria, arrastava consigo uma multidão de pessoas eufóricas, com cartazes, gritando, dançando e cantando suas músicas, pelo mundo todo. Olhando assim temos quase a certeza de que este homem era sociável, vivia com amigos, ia para festas, sempre se divertia como um adulto da sua idade. Porém, em sua biografia, percebemos o oposto. Ele só se soltava nos palcos, com os seus admiradores, fora deste ambiente ele era bem tímido, e até mesmo antissocial.

A psicanálise tem uma explicação para este fato. Segundo Winnicott (1958/1999), existe duas vertentes para a tendência antissocial: O roubo – a criança busca a experiencia perdida ligada ao seu relacionamento inicial com a mãe e não acha, optando por um substituto. E a destrutividade - existe a procura de estabilidade ambiental que não foi encontrada no lar e que deve suportar a tensão decorrente do seu comportamento impulsivo. Se comparamos este fato com a vida inicial e adulta de Michael Jackson vemos uma semelhança.

O autor também fala que o antissocial implica esperança. Sem ela seria considerada uma característica básica de alguém que sofreu a privação, mesmo não sendo assim o tempo inteiro, como acontece no caso de Jackson.

“Quando existe uma tendência antissocial, houve um verdadeiro desapossamento (não uma simples carência); quer dizer, houve perda de algo bom que foi positivo na experiência da criança até uma certa data, e que foi retirado; a retirada estendeu-se por um período maior do que aquele em que a criança pode manter viva a lembrança da experiência. A descrição abrangente da privação inclui o antes e o depois, o ponto exato do trauma e a persistência da condição traumática, e o quase normal e o claramente anormal.” (WINNICOTT, 2005a, p. 139, 140, grifo do autor).

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