Análise Psicológica
Trabalho Universitário: Análise Psicológica. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: mpm15 • 22/12/2013 • 1.086 Palavras (5 Páginas) • 360 Visualizações
Assisti duas vezes esse filme confuso, dirigido por John Polson em 2005. Um suspense ? ou seria um drama? - psicológico, bem no estilo de Alfred Hitchcock. A intenção do diretor é mostrar toda a trama em formato de insights/flashes, como se fossem a criação da mente transtornada, psicótica, do personagem principal, David (Robert De Niro) em ação. Vários transtornos de personalidade são sugeridos no filme, como medo, ansiedade e de humor.
No início do filme, vemos uma família aparentemente feliz, com a mãe colocando a filha (a fantástica Dakota Fanning!) para dormir, depois de brincar com ela de amigo oculto (o nosso esconde-esconde). Logo depois, temos uma cena em que essa mesma mãe se suicida na banheira. Mas a impressão que a criança teve, ao ver o pai com a mãe morta na banheira, foi outra: o pai havia assassinado a mãe dela. Após esse momento traumático para ambos, tudo é modificado, inclusive o comportamento deles.
O pai decide levar a filha para uma cidade do interior, mesmo a psicóloga dela dizendo-lhe que talvez não fosse uma boa idéia, por se tratar de um momento difícil, traumático para a criança. Mas creio que o pai fez isso para proteger a criança, por se sentir culpado pelo que aconteceu. Na verdade, era uma superproteção por parte do pai.
Há uma cena perturbadora, logo quando eles chegam na nova casa: a menina vai até uma caverna, e fica assustada, deixando a boneca cair no chão. Ali teria sido o primeiro encontro com o "amigo oculto", Charlie, que foi uma nova persona criada pelo pai, com uma atitude totalmente diversa da dele. No princípio, Charlie era legal, segundo a menina, parecido com a mãe dela. De início, era uma brincadeira, um jogo. A partir daí, o filme fica confuso, morno.
O pai da menina era psicólogo, portanto, não podia diagnosticá-la. Mas em alguns momentos, vemos o mesmo fazendo isso, anotando suas impressões num caderno.
Os flashes (cenas) mostram como o comportamento daquele pai foi sendo modificado. Uma persona potencial e profundamente perturbadora. Era como se a lente do diretor estivesse entrando no inconsciente do personagem principal. Aprendemos, ao estudar Psicologia, ou ver filmes desse tipo, que para compreender o funcionamento do inconsciente, temos de analisar e entender nossos próprios sonhos, nossos próprios atos falhos e razões porque cometemos nossos lapsos e enganos. Freud disse que as tendências destrutivas do homem brotam de um lado sombrio da alma. E o que vemos, durante todo o filme, é a mente sombria do personagem principal agindo.
Outra intenção do diretor foi criar um clímax emocional no telespectador de tal maneira que acaba, em alguns momentos, confundindo-o sobre quem era o tal "amigo oculto" da menininha: seria uma criatura das sombras? Ou uma criação da mente dela? Só do meio do filme em diante é que há pistas concretas nesse sentido. Típico em filmes de suspense. A partir daí, respeito, cuidado e consideração a menininha só teve da sua psicóloga. Os vizinhos só aparecem de vez em quando. É incrível como um sentimento de mal-estar nos domina, em muitos momentos do filme. Chega a ser angustiante. Tudo ao mesmo tempo: uma confluência de distorções do mundo externo e interno (o que estudamos como "projeção"); houve também um modus operandi do personagem principal, construindo uma argumentação intelectualmente convincente e aceitável, que justificava o estado deformado da sua mente (o que estudamos como "racionalização"); os sonhos, sempre às 2:06 da manhã, funcionam como se fosse um gatilho que detonaria a volta do personagem David; os desenhos da menina na parede e as brincadeiras dela com o tal "amigo oculto" que nunca aparecia. Quanta confusão num só filme!
Começam a surgir algumas frases fortes no banheiro que, segundo a menina, são escritas por Charlie. Uma delas diz: "Você a deixou morrer" e há aí uma cena idêntica à da morte da mãe da menina. Em um dado momento, a menina, muito amedrontada, disse que não precisava
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