Análise do ensaio do professor de Eddie Barbosa
Tese: Análise do ensaio do professor de Eddie Barbosa. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: lindenberg • 5/9/2014 • Tese • 6.648 Palavras (27 Páginas) • 287 Visualizações
Leia o texto escolhido:
Ter para ser aceito
Se o mundo fosse uma balança que pesasse as proporções de posse, seu desequilíbrio não poderia ser compreendido apenas com o olhar. O desequilíbrio existente funcionaria de uma maneira desproporcional, onde o prato de quem tem muito muito não seria a parte que tombaria, mas a prato de quem tem pouco é o qual pesaria mais.
Dessa pequena parcela da população mundial que muito possui – tanto em valores materiais e de capital – originam-se fatores devastadores que afetam a todos. Entre eles a desigualdade, onde um tem mais do que o outro; a ganância, onde nunca há satisfação, apenas uma vontade maior, e o status, que traz o ar de superioridade e o “triunfo” de possuir bens.
A grande questão é que uma parte considerável de quem não apresenta muito, quer fazer parte deste recorte luxuoso de quem apresenta demais o que se tem. Ao se “ostentar”, o sentimento de fazer parte de um grupo isolado, mas com importância, se concretiza. Se é preciso mostrar que se tem o poder de posse para subir nos degraus da sociedade e ser aceito, por quê não?
A extravagância toma o lugar de questões mais importantes, como as condições de vida do lado de fora do muro e o próprio “outro”; tudo estará bem se uma foto for postada em uma rede social com algum objeto de valor nas mãos. A sociedade atual nos diz que o importante é mostrar nossas vantagens e o que temos.
“Ostentar” é mais uma das consequências do capitalismo e suas facetas, onde a visão foca-se apenas em um único lugar: o próprio indivíduo. O reflexo social se anula em comparação ao reflexo do indivíduo que segura um aparelho caro no espelho para tirar uma “selfie”
Leia agora a análise da professora de redação da Oficina do Estudante, Ednir Barboza:
O texto aborda o tema apenas tangencialmente, ou seja, discorre sobre ele, mas não o analisa nem o discute.
Primeiramente, vamos apontar alguns problemas de linguagem:
Uso do pronome onde: essa é uma palavra que deve ser usada quando se quer se referir a lugar. Onde não pode substituir todos os pronomes relativos da língua portuguesa. Nos usos feitos pela aluna, ele deveria ser substituído por em que. Também o uso de pronome o qual no final do primeiro do parágrafo está incorreto; nesse caso, o certo seria : “(…) mas o prato de quem tem pouco é aquele que pesaria mais”.
Há algumas expressões mal redigidas e que confundem o leitor: “de quem não apresenta muito” (terceiro parágrafo); “do lado de fora do muro e o próprio outro” (quarto parágrafo) Essas expressões precisam ser melhor definidas e escritas de outra forma.
Há uso excessivo de aspas: triunfo, outro, ostentar. O único uso que se justifica é com a palavra “selfie”
Um outro aspecto a considerar, desse ponto de vista de linguagem, é a ausência de palavras de coesão unindo os parágrafos, mas isso tem a ver com estrutura do texto.
Análise do conteúdo e estrutura do texto:
A aluna faz uso da figura de uma balança, no primeiro parágrafo, mas a ideia de que quem tem menos pesaria mais no prato da balança não fica devidamente esclarecida, nem nesse parágrafo, nem nos seguintes. Isso já mostra um problema de conteúdo e de estrutura: aquilo que se propões como tese não é discutido ou analisado no restante do texto.
Os parágrafos seguintes discorrem sobre vários aspectos do possuir bens, mas não há uma ligação clara entre essas ideias. O segundo parágrafo fala dos “fatores devastadores” dos mais ricos; o terceiro parágrafo fala dos que não têm muito e que querem ostentar, mas sem ligação com o que se discutiu no parágrafo anterior; o quarto parágrafo se refere à necessidade de mostrar o que se tem; e o quinto parágrafo, que deveria concluir o texto, retomando as ideias discutidas até então, volta a falar da necessidade de ostentação, sem que o texto tenha discutido ou analisado esse aspecto.
Conclusão:
O texto aborda o tema de forma superficial. Não tem a unidade de uma dissertação, não há coesão ou coerência entre os parágrafos. Além disso, falha na construção da estrutura de um texto dissertativo, que deveria expor uma tese e analisá-la nos parágrafos seguintes, apresentando a conclusão, ou seja, uma retomada das ideias discutidas e analisadas no texto.
O texto perde nota em: tema; tipo de texto; coerência e coesão.
Minha sugestão é que você repense o texto a partir do que escreveu no início do último parágrafo: “‘Ostentar’ é mais uma das consequências do capitalismo e suas facetas, onde a visão foca-se apenas em um único lugar: o próprio indivíduo.” Com essa ideia, daria para você escrever um bom texto sobre o tema proposto.
Nota: 5,0 (escala de 0 a 10)
Comentários: nenhuma pessoa comentou
Categoria: Correção
Tags: correção, ostentação, redação
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