Análise do filme Tempos Modernos
Por: KoalaAki • 11/6/2018 • Trabalho acadêmico • 513 Palavras (3 Páginas) • 450 Visualizações
Esta análise do filme Tempos Modernos de Charlie Chaplin será baseada em alguns conceitos do livro A Loucura do Trabalho e argumentos e citações ditas na discussão da última aula, dia 13 a respeito sobre o filme.
O filme começa retratando o cotidiano de uma indústria, o início do seu funcionamento e o trabalho dos operários. No livro, Dejours faz questão de explicar como funciona o taylorismo que tem como objetivo o aumento da produtividade e poupança de tempo.
O taylorismo consiste em um sistema de trabalho rígido que promove o desaparecimento do homem operário para dar lugar a um corpo estruturalizado ou, melhor dizendo robotizado, devido ter apenas um jeito “certo” (e rítmico) de fazer o trabalho, trazendo a desapropriação da liberdade de invenção, o que teoricamente não e bom, visto que no livro ele diz que o único que sabe a melhor forma de produzir e o próprio operário na sua subjetividade, além do mais a divisão “excessiva” da tarefas tornou mais difícil a compreensão do sentido da tarefa coletiva que, por sua vez dificulta a criação de defesas coletivas, assim o indivíduo deve criar suas próprias defesas para lidar com a doença física e mental.
Algumas das doenças ou problemas gerados por esse método apresentando tanto filme quanto no texto era a perda da individualidade, outra patologia bem comum, inclusive apresentada pelo personagem de Chaplin, é a lesão por movimento repetitivo que na época era bem comum ocorrer tanto com homens quanto com mulheres e não somente em fabricas de peças, mas com telefonistas também, exemplo dado por Dejours, que diziam frases do trabalho ao ouvir barulhos específicos no cotidiano, porem quando um funcionário era acometido por uma patologia ele tentava domesticar a dor o máximo possível para não ir ao médico e correr o risco de ser afastado do trabalho, como Charlie, além disso a doença era vergonhosa e homens doentes eram julgados como vagabundos. Mesmo com essas e outras patologias físicas e mentais os funcionários não deixavam o emprego, pois eram totalmente dependentes do trabalho, isso é retratando no filme quando Charlie procura outro emprego e parece meio sem jeito devido ele estar acostumado a trabalhar com o sistema da fábrica, o sistema rígido de Taylor, e pode-se ver ainda o desespero dos cidadãos ao descobrir que a fábrica estava saindo da greve já que sem o trabalho eles viriam a ter um endividamento da família e a marginalização da mesma, como a família da “parreira” de Chaplin. A verdade era que o funcionário só era útil quando estava trabalhando, ademais o indivíduo isolado do seu grupo social se encontra desprovidos de defesa, como foi citado na sala, o indivíduo precisa ter um papel social para ser um indivíduo.
Não se engane os trabalhadores também são acometidos pelo sentimento de ansiedade e insatisfação que pode levar ao sofrimento e perca de esperança ou a revolta gerando greves e protestos, como visto no filme. Vê-se também que Charlie não perde a esperança devido, talvez, a sua ingenuidade e espírito alegre, terminando o filme com um final esperançoso, crendo em um futuro melhor.
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