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Artigo Psicologia

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Por:   •  26/9/2014  •  3.789 Palavras (16 Páginas)  •  411 Visualizações

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Paidéia, 2006, 16(34), 253-261

254

cologia não era uma prática regulamentada; o segundo

corresponde à profissionalização, no qual ocorre a

institucionalização e regulamentação da profissão, tal

período aconteceu entre 1890 e 1975; e o terceiro, a

partir de 1975, corresponde ao período profissional,

momento em que a profissão foi se organizando e

estabelecendo.

A formação profissional do psicólogo foi

institucionalizada através da Portaria 272, referente

ao Decreto-Lei 9092, de 1946. No que tange à inserção

no mercado de trabalho, a atuação do psicólogo

se iniciou nas áreas da educação e do trabalho entre

os anos 1940 e 1950. Em 27 de agosto de 1962 a Lei

nº 4.119 regulamentou a profissão de psicólogo e, nesse

mesmo ano, o Parecer 403 do Conselho Federal de

Educação definiu o currículo mínimo e duração do

curso superior de Psicologia. Tais fatos históricos

serviram como grande apoio para a abertura do mercado

aos psicólogos (Netto, 2004).

Devido ao crescimento dos cursos universitários

e à busca da população por serviços psicológicos,

a partir dos anos 70, o número de profissionais

formados em Psicologia se acentua. Entre 1970 e

1980, três áreas da Psicologia se destacavam: educação,

trabalho e clínica, sendo esta última a de maior

procura dos profissionais (Pereira & Neto, 2003).

Atualmente, contudo, o espectro de abrangência profissional

do psicólogo é bastante amplo e compreende

uma vasta gama de áreas de atuação, entre elas

podem ser citadas as clínicas particulares, escolas,

creches, empresas, hospitais, postos de saúde, comunidades,

setores judiciários, penitenciárias, equipes

desportivas, departamentos de trânsito e outras.

A consolidação da entrada do psicólogo no

mercado de trabalho, no contexto nacional, gerou a

necessidade de avaliar essa profissão, tanto em termos

da organização profissional, quanto no tocante à

forma como essa prática vinha sendo percebida. Isso

tem motivado a realização de pesquisas tanto na primeira

direção (CFP, 2004; Mello, 1975; Yamamoto,

Dantas, Costa, Alverga, Seixas & Oliveira, 2003),

quanto na segunda (Bettoi & Simão, 2002; Gomes,

Teixeira, Crescente, Fachel, Sehn & Klarmann, 1996;

Santos, 1989; Weber, Rickli & Liviski, 1994).

Segundo um recente levantamento realizado

pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP, 2004), a

profissão de psicólogo no Brasil é, predominantemente,

feminina (91%) e jovem (65% estava na faixa etária

compreendida entre 26 e 45 anos); têm-se como atuação

principal a Psicologia Clínica com atendimento

individual ou em grupo (55%) e dispõe-se, prioritariamente,

como local de trabalho as clínicas particulares

(41%). Os resultados apresentados nos estudos

anteriores de Mello (1975) e Yamamoto e cols.

(2003) seguem basicamente esta mesma direção.

A marcante preferência pela área clínica, acima

descrita, é verificada também entre alunos de graduação

em Psicologia. O estudo de Magalhães,

Straliotto, Keller e Gomes (2001), realizado com estudantes

de Psicologia do primeiro ano da graduação,

demonstrou que a escolha da profissão é acompanhada,

primeiramente, por um sentimento altruísta de

ajuda ao próximo, seguido da busca por um crescimento

pessoal, encanto pelo conhecimento psicológico

e competência profissional. Destarte, a preferência

pela área clínica estaria relacionada a esse desejo

de “ajuda ao próximo”, de “uma relação direta, íntima

e prolongada”, uma vez que ela possibilitaria tal

relação. Ademais, as instituições e a comunidade

representariam, na opinião desses alunos, locais onde

não seria possível o desenvolvimento de uma atuação

“profunda”.

Mello (1975) já ressaltava que a relevância da

presente questão não estaria em se criticar a preferência

dos profissionais e alunos pela clínica, mas em

verificar quais as variáveis que estariam imbricadas

nessa orientação da profissão e, a posteriori, quais

seriam seus efeitos nas relações dessa profissão com

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