As Diogenes de Sinopse
Por: Charles Jr. • 6/4/2023 • Trabalho acadêmico • 2.510 Palavras (11 Páginas) • 49 Visualizações
CENTRO UNIVERSITÁRIO SULDOESTE PAULISTA
INSTITUIÇÃO CHADDAD DE ENSINO – ICE
CURSO DE PSICOLOGIA
CHARLES EDUARDO PEREIRA JUNIOR
DIÓGENES DE SINOPE
Itapetininga, SP
2023
1. INTRODUÇÃO
Neste trabalho falaremos sobre o filosofo Diógenes de Sinope, visando abordar sua biografia dentro do contexto histórico que o mesmo se encontra, também referindo-se as suas principais ideias e corrente de pensamento filosófico, o cinismo, analisando suas ideias sobre a liberdade, a virtude, a felicidade e a relação entre o homem e a natureza. Vamos também examinar o impacto que sua filosofia teve na cultura grega e no pensamento ocidental, e como ela continua a ser relevante nos dias de hoje. O trabalho a seguir conta com uma metodologia usando um aglomerado de diversas fontes vindas de sites, livros e outros trabalhos científicos.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1 Biografia
Diógenes (412 a.C. - 323 a.C.), nascido na cidade de Sinope, atual Turquia, foi um filósofo grego da escola cínica, conhecido por sua vida despojada e sua filosofia subversiva. Nascido em Sinope, uma cidade costeira no Mar Negro, Diógenes tornou-se um dos mais proeminentes representantes da escola cínica em Atenas, onde viveu por grande parte de sua vida.
Segundo relatos, Diógenes era filho de um banqueiro rico, que após ter sido preso, levou ao exilo de Diógenes em Atena onde foi educado em retórica e filosofia por Antístenes, o fundador da escola cínica. No entanto, em vez de seguir a carreira de seu pai, Diógenes optou por uma vida de pobreza voluntária e desprezo pelas convenções sociais.
Diógenes acreditava que a felicidade e a virtude eram encontradas na simplicidade e na rejeição dos prazeres e das comodidades materiais. Ele viveu em um barril, dormiu em lugares públicos e se alimentava de forma simples, muitas vezes comendo em praça pública. Ele também se recusava a usar roupas e considerava as normas sociais e culturais como convenções arbitrárias e artificiais que oprimiam o indivíduo.
Pelo modo que Diógenes vivia, passou a ser chamado como Diógenes, o cão, sendo comparado a um cachorro de rua, pela forma simples de viver, desapegado de bens materiais, contudo o seu apelido também pode ser associado a Escola do Cinismo, visto que o termo deriva da palavra cão em grego (Kynos).
Se tornou conhecido por suas ações subversivas e irreverentes. Ele uma vez acendeu uma lanterna durante o dia, dizendo estar procurando por um ser humano honesto, um homem que fosse considerado autossuficiente e virtuoso. Em outra ocasião, foi visto andando pelas ruas com uma tigela em suas mãos, simulando a ação de beber. Quando questionado sobre o que estava fazendo, ele respondeu: "Estou procurando um homem", referindo-se à raridade da virtude.
Uma das histórias mais conhecidas envolvendo Diógenes ocorreu em Corinto, durante uma das campanhas militares realizadas por Alexandre, O Grande. Segundo a história, Alexandre estava em busca de Diógenes e quando finalmente o encontrou, Alexandre perguntou se havia algo que ele pudesse fazer por ele.
Diógenes, que desprezava a pompa e o poder, respondeu simplesmente: "Sim, afaste-se da minha luz". Com essa resposta, Diógenes queria dizer que a presença de Alexandre não era bem-vinda, pois ele estava atrapalhando sua contemplação e reflexão. Essa história é frequentemente citada como um exemplo da filosofia cínica e da sua rejeição às normas sociais e ao poder político. Para Diógenes, a felicidade e a virtude eram encontradas na simplicidade e na autossuficiência, enquanto Alexandre representava tudo o que Diógenes desprezava: a ostentação, a conquista e a dominação. Alexandre ficou fascinado com a resposta e a postura de Diógenes, o que levou a uma famosa citação do imperador: “Se eu não fosse Alexandre, queria ser Diógenes”
Diógenes ficou conhecido por suas críticas às instituições políticas e religiosas de sua época. Ele frequentemente desafiava os filósofos e políticos mais proeminentes de Atenas, ridicularizando suas ideias e práticas. Ele defendia uma forma de individualismo radical, afirmando que o indivíduo deveria ser autônomo e livre de todas as formas de autoridade externa.
Diógenes veio a falecer em coríntio por volta de 323 a.C, e em sua lapide ficou escrito: “O próprio bronze envelhece com o tempo, mas tua gloria, Diógenes, nem toda a eternidade destruirá; pois apenas tu ensinaste aos mortais a lição da autossuficiência na vida e a maneira más fácil de viver”.
2.2 Contexto Histórico
Diógenes de Sinope viveu na Grécia Antiga, durante um período de intensas mudanças e transformações culturais, políticas e filosóficas. Durante o tempo em que Diógenes viveu, a Grécia passou por vários eventos significativos, incluindo as Guerras Médicas contra o Império Persa, a Guerra do Peloponeso entre Atenas e Esparta, a conquista macedônica liderada por Alexandre, o Grande, e a subsequente divisão do Império Macedônico entre seus sucessores.
A filosofia também estava passando por uma série de mudanças e desenvolvimentos, com filósofos como Sócrates, Platão e Aristóteles deixando suas marcas no pensamento ocidental. No entanto, Diógenes pertencia à escola cínica, que surgiu como uma reação a essas tendências intelectuais e culturais.
Os cínicos, liderados por Antístenes e posteriormente por Diógenes, rejeitavam as convenções sociais e a sofisticação intelectual em favor da simplicidade, autossuficiência e frugalidade. Eles buscavam uma vida natural e simples, baseada em princípios de autocontrole, independência e virtude.
Essa filosofia radicalmente diferente do que estava sendo ensinado na época atraiu muitos seguidores e admiradores, bem como críticos e oponentes. Diógenes em particular tornou-se conhecido por sua abordagem irreverente e provocadora, suas práticas excêntricas e seu desafio aberto às autoridades e convenções sociais.
Em resumo, Diógenes de Sinope viveu em uma época de intensa transformação e desafio na Grécia Antiga, e sua filosofia cínica ofereceu uma perspectiva radicalmente diferente sobre a vida e a virtude em meio a essas mudanças.
2.3 Obras de Diógenes
Infelizmente, não há registros de escritos ou livros escritos diretamente por Diógenes de Sinope. Na verdade, muito pouco do que ele escreveu (se é que escreveu) foi preservado até os dias de hoje. O que sabemos sobre Diógenes vem principalmente de relatos e anedotas registrados por outros escritores e filósofos da época, como Diógenes Laércio em sua obra "Vidas e doutrinas dos filósofos ilustres", e também de fontes secundárias que se baseiam em tais relatos.
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