As Funções Do Ego
Monografias: As Funções Do Ego. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: andrews4402 • 4/11/2014 • 2.955 Palavras (12 Páginas) • 869 Visualizações
As Funções do Ego
O significado do termo “ego” aparece na literatura psicanalítica de uma forma algo ambígua e pouco uniforme entre os distintos autores, podendo, por isso, causar algum tipo de confusão conceitual. 1) Alguns desses autores utilizam a escrita minúscula “ego”
para designar essa conhecida instância psíquica, e reservam a grafia “Ego”, com a letra “e” maiúscula para indicar o que atualmente se entende por self. 2) Os psicanalistas da Escola Francesa de Psicanálise, costumam empregar dois termos em relação ao ego: um é “je”, que designa mais especificamente o ego como uma instância psíquica encarregada de funções; o outro é “moi”, que se refere mais precisamente a uma representação da imagem que o sujeito tem de “si mesmo”, logo, do seu sentimento de identidade. 3) O próprio Freud, ao longo de sua obra, empregava no original alemão tanto a expressão “das ich” (geralmente como acima mencionado conceito de “je”) como também usava “zelbst” (com o significado de “si mesmo”); porém, às vezes, ele usava-os indistintamente,o que veio a aumentar a imprecisão conceitual. 4)
É útil estabelecer uma diferença conceitual e semântica entre “ego” e “self”.
SELF
Até algum tempo, as palavras “ego” e “self” eram usadas de forma indistinta e, se bem que ainda persista certa superposição e indiscriminação conceitual entre ambas, agravada por eventuais falhas de tradução nos textos que estudamos, a partir de Hartmann (1947) é que foi possível estabelecer uma distinção. Assim, para Hartmann, “ego”, como instância psíquica, seria apenas uma subestrutura da personalidade, enquanto “self” foi conceituado como a “imagem de si mesmo” e seria composto de estruturas, entre as quais não somente consta o ego, mas também o id, o superego e, inclusive, a imagem do corpo, ou seja, a personalidade total. Ambos os aspectos são indissociados e criam um paradoxo conceitual pelo fato de que, embora o self seja mais abrangente e amplo do que o ego, ele está “representado” (como que “contido”e “fotografado”) dentro deste último.
Voltando ao “ego”: outro aspecto que merece ser considerado é que as funções do ego variam fundamentalmente de acordo com as respectivas etapas evolutivas do desenvolvimento mental e emocional da criança. Assim, em um enfoque evolutivo, cabe discriminar as seguintes transformações que o ego sofre:
1) Não haveria ego no recém-nascido. Segundo a concepção de Freud, “no início tudo
era id”, razão pela qual ele criou os conceitos de “autoerotismo” e “narcisismo primário” e fez a célebre postulação de que “o ego, antes de tudo, é corporal”. Na atualidade, esse primitivo estado de indiferenciação do bebê com o mundo exterior (mãe) tem recebido distintas denominações, como estado de ilusão e onipotência.
2) Ego arcaico (ou incipiente). Também denominado por Freud como “ego do prazer puro”, no qual já existe alguma interação com o mundo exterior, embora com uma total indiscriminação entre o “eu” e o “nãoeu”. A terminologia de Freud de “ego do prazer puro” também costuma aparecer frequentemente nos textos psicanalíticos com a denominação de “ego-prazer purificado”, nome que se justifica pelo fato deque nessa fase o ego da criança “purificasse” ao expelir (projetar) todo o desagradável para fora, enquanto retém para si (introjeta) tudo que lhe é agradável. Aí, Freud correlaciona esse sentimento com o restabelecimento do “narcisismo primário” – a fantasia originária, ou mito, de retorno ao ventre materno – como forma de abolir toda separação.
3) Ego da realidade primitiva (também aparece traduzido por “ego-realidade do início”).
Termo que era bastante empregado por Freud nos primeiros tempos, porém que aos poucos foi desaparecendo, crê que pelo fato de que, em uma sucessiva adaptação à realidade exterior, ele designa não mais do que uma transição, quase sempre inaparente, entre a segunda etapa anterior, acima descrita, e a quarta etapa, que se segue.
4) Ego da realidade definitiva. Nesse estágio, a criança está procurando reencontrar no exterior um objeto real que corresponda à representação do objeto primitivamente satisfatório e perdido, aí residindo o fator propulsor da prova da realidade. Assim, à medida que o ego vai evoluindo em um processo neurofisiológico de maturação, ele vai encontrando as necessárias condições para fazer a indispensável adaptação do princípio do prazer ao princípio da realidade, assim como a transição de um funcionamento baseado em um “processo primário” para o de um “processo secundário”, até alcançar a possibilidade de atingir o pleno uso das suas funções mais nobres.
EGO- FUNÇÃO
Conceitualmente, Freud definiu o ego como sendo um conjunto de funções e de representações, de modo que os atuais autores costumam sintetizar tudo isso descrevendo dois tipos: o ego-função e o ego-representação, embora Freud não tenha especificamente usado essas denominações. É necessário consignar que entre o “ego-função” e o “egorepresentação” se estabelecem relações permanentes, indissociadas e recíprocas, porém, cada uma delas conserva sua especificidade e convém estuda-las separadamente.
Funções do Ego Consciente:
Classicamente, a psicanálise sempre se preocupou quase que unicamente com os conflitos que se processam no plano do inconsciente entre as pulsões e as defesas; no entanto, a contemporânea psicanálise vincular, além de continuar valorizando essa abordagem, também empresta uma significativa importância a muitos dos aspectos do plano consciente. Assim, mais do que o consagrado aforismo de que a essência da psicanálise consistiria em “tornar consciente tudo que estiver reprimido no inconsciente”, autores como Bion preconizam que o mais importante na situação analítica é perceber como o consciente, o pré-consciente e o inconsciente “comunicam-se entre si”. Ou seja, para exemplificar a última afirmativa: de que adianta uma interpretação ser correta se, inconscientemente, ou mesmo conscientemente, o paciente não a escuta, a desvitaliza e a torna ineficaz porque ele faz questão de não querer tomar conhecimento daquela verdade que lhe está sendo dita pelo analista? Da mesma forma, é importante que no processo analítico o paciente assuma conscientemente a sua parcela de responsabilidade volitiva pelos seus pensamentos e atos.
Percepção:
A
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