As Instituições Sociais: Religião
Por: Jéssica Gonçalves • 23/6/2021 • Seminário • 2.247 Palavras (9 Páginas) • 162 Visualizações
O tema que nos coube é “Instituições Sociais e Religião”. Para enxergar a Igreja enquanto Instituição social, primeiramente vamos revisitar o significado da mesma.
As Instituições Sociais são um dos tipos de organização social. Segundo LAKATOS (1990) as características das instituições sociais são: A finalidade de satisfazer as necessidades sociais; O conteúdo, que são os papéis, padrões e relações entre os indivíduos, que possuem caráter relativamente permanente; A estrutura (interna), que é determinada pela coesão entre os componentes, que se combinam de acordo com determinados padrões; A estrutura unificada, ou seja, sua unidade funcional, mesma que não seja completamente separada das demais e o código de conduta, as normas baseadas em seus valores.
As instituições precisam ter objetivos e uma estrutura. Os objetivos são as finalidades que são propostas para controlar ou gerir as demandas do grupo; A estrutura é formada pelos indivíduos, instrumentos concretos ou abstratos; ordenação dos indivíduos e instrumentos, atentando-se às posições hierárquicas; E as condutas que envolvem regras para gerenciar o comportamento e as ações dos indivíduos.
Segue uma tabela exemplificando a estrutura da Igreja enquanto Instituição Social:
Partes da Estrutura | Igreja |
Modelo de atitudes e comportamentos | Reverência Lealdade Temor Devoção |
Traços culturais simbólicos (Símbolos) | Cruz Imagens Relicários Altar |
Traços culturais utilitários (Bens Imóveis) | Igreja Catedral Templo |
Códigos orais ou escritos | Credo Doutrina Bíblia Hinos |
Os especialistas da área não se questionam se cada religião é verdadeira ou apenas uma ilusão, se interessam apenas pelo estudo do fenômeno social que pode ocorrer em quaisquer comunidades. Apesar de ser uma das instituições, em meio a várias outras, que estão inseridas na sociedade, esta não tem sua particularidade pautada apenas nas demandas do mundo material do ser humano.
Alguns estudiosos propõem que instituições sociais são meios através dos quais o homem se ajusta ao seu meio, que pode ser natural, social ou sobrenatural, sendo a religião o meio de ajuste ao último citado.
Ainda que o sobrenatural seja intangível, a partir do momento em que o indivíduo se envolve e acredita em uma esfera espiritual, tenta adaptar-se a ele.
O sobrenatural é tudo que se pode acreditar que existe, se fundamentando em indícios que não são provados pela ciência. Deste modo, as entidades transcendentais não têm respaldo científico: os preceitos religiosos não são comprovados ou refutados. O sobrenatural se divide em seres (criaturas), ambientes (céu, inferno), forças (fé, carma, magia), e entidades (almas).
Durkheim, define a religião como um conjunto indivisível de concepções e costumes associadas ao sagrado, ao divino, que se incorpora a uma sociedade moral única (de seus participantes e também de não participantes).
A origem da religião
Teoria do Medo (sobrenatural): É uma tese arcaica que, atualmente evidenciada por Müller e Giddings, na qual afirmam que, o temor pelas energias sobrenaturais, induziu o ser humano a acreditar em seres místicos, forças paranormais, com o poder de controlar a natureza. O princípio das crenças religiosas corresponde ao temor pelo sobrenatural.
Hipótese Aminatista (mana): Os primórdio admitiam a existência de uma energia fluida intitulada de mana pelos melanésios e polinésios, e que tinha a capacidade de introduzir-se nas plantas, seres racionais e irracionais, dando a estes habilidades extraordinárias.
Hipótese Animista (alma): a origem da religião através da convicção dos primórdios na existência de um “eu” abstrato, com atributos sobrenaturais, que correspondiam à alma, provida de capacidades superiores ao ser humano. A sua convicção se pautava em sonhos, ou na distinção entre o corpo do ser humano vivo e morto. O óbito ocorre quando o espírito se desvencilha da matéria e regressa ao local de origem, no qual habitam todos os espíritos já existentes. Esses espíritos desencarnados poderiam elevar a energia de um corpo vivo ou causar danos.
Hipótese do Totemismo (totem): Comumente, acredita-se em antepassados comuns a plantas ou animais, propiciando a adoração de todos os representantes desses.
Hipótese Sociológica (Magia): Acredita-se que apareceram primeiro as celebrações e rituais, especialmente as coreografias e o hino, que impulsiona as emoções, conduzindo as pessoas ao êxtase. Essas vivencias induziram à crença de que na existência de um poder sobrenatural.
Hipótese de Elemento Aleatório (Sorte): Defendia-se que as primeiras tribos achavam que as habilidades sobrenaturais estavam diretamente associadas à sorte, levando o ser humano a agir de modo que a atraísse sempre.
O Sagrado e o profano
É o antagonismo que caracteriza a compreensão religiosa. Seres, ambientes, instrumentos e poderes divinos são abençoados, acerca da relevância que esses elementos citados têm para o crente; profano é tudo e qualquer coisa as vivência cotidiana que não esteja vinculada ao que é sagrado.
Crenças e Rituais
As crenças são a parte cognitiva da religião (tal qual o software) e os rituais são a parte operacional prática da religião (tal qual o hardware). A mesma se apresenta nos seguintes moldes: manuseio de artigos sagrados; Tipos de comportamentos específicos como, a utilização de vestimentas especificas, declamação, hinos, coreografias, adorações etc.
Pequenas descrições de algumas formas de religião
Hinduísmo: Esta é uma via ideológica dotada de princípios oriundos de uma estrutura de princípios védico-bramânico. O termo brama significa núcleo (centro), o surgimento de toda concepção, o alfa e o ômega, o princípio e o fim de um todo. Vishnu e Shiva instituíram os três soberanos deuses do hinduísmo. A doutrina essencial é a passagem; nesta todo espírito que vivenciou ao longo da eternidade, não instituiu concepção de um deus; sobrevive por meio de uma extensa sucessão de ressurreição ou personificação. O Carma é um dogma no qual cada ação do espectro tem consequências duradouras no decorrer do seu destino: o espírito personificará, como ser irracional ou racional, isso vai depender da sua conduta prévia. Samsara retrata a sistematização para a personificação, determinando o circuito de óbitos e ressureições consecutivas. O espírito é despoluído e passa a fazer parte da natureza de Brama, deixando sua personificação para permanentemente. O Dharma, roteiro das obrigações, consiste em execução das cerimonias doutrinais e é o embasamento do esquema de castas. A certeza da personificação instituiu uma omissão social, isto porque a hierarquização de cada membro seria definida pela santidade, assim o componente deste grupo aceitava e concordava com seu futuro. As consequências dessa ação culminaram na esquematização de casta, onde a transição de um estágio para outro não ocorria de maneira nenhuma, o transcorrer do processo era engessado pela perpetuação e aspectos inatos para gerir e determinar a função do indivíduo no grupo.
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