As Intervenções Psicossociais
Por: Giselia Mendes • 13/9/2020 • Trabalho acadêmico • 4.784 Palavras (20 Páginas) • 199 Visualizações
UNIVERSIDADE CEUMA[pic 1]
PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
CURSO DE PSICOLOGIA
RELATÓRIO TEÓRICO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO ESPECÍFICO EM PROCESSOS DE PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DA SAÚDE
São Luís
2020
GISELIA DE JESUS CORDEIRO MENDES
ACOVIC - ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA DA VILA CRUZADO
RELATÓRIO TEÓRICO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO ESPECÍFICO EM PROCESSOS DE PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DA SAÚDE
Relatório teórico apresentado à disciplina de Seminários em Processos de Prevenção e promoção da saúde do curso de graduação em Psicologia da Universidade CEUMA, como requisito obrigatório para a obtenção parcial de nota.
Orientador (a): Prof.ª Ma. Talita Teresa Gomes Furtado Maranhão
Co orientador (a): Preceptor (a) Mário Rannyére de Almeida Brasil
São Luís
2020
GISELIA DE JESUS CORDEIRO MENDES
ASSOCIAÇÃO ANTONIO BRUNNO
Relatório teórico apresentado à disciplina de Seminários em Processos de Intervenções Psicossociais, Institucionais e Organizacionais do curso de graduação em Psicologia da Universidade CEUMA, como requisito obrigatório para a obtenção parcial de nota.
Orientador (a): Prof.ª Ma. Talita Teresa Gomes Furtado Maranhão
Co orientador (a): Preceptor (a) Priscilla Fonseca Santos
Aprovado em: _____/_____/_______
Nota: ______________________
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Prof.ª Orientadora Ma. Talita Teresa Gomes Furtado Maranhão
Universidade CEUMA
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Prof.ª Co orientador Preceptor (a)
Universidade CEUMA
São Luís
2020
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
- Intervenção Psicossocial
Compreender a Intervenção Psicossocial como uma área de atuação do psicólogo, implica reconhecer as influências que tal campo sofreu com o passar do tempo, uma vez que a Psicologia Social ofertou significativas aproximações entre a teoria e a prática no exercício profissional, e com isso, promoveu o acesso à realidade psicossocial de instituições, organizações e movimentos sociais. Segundo Lopes e Nascimento (2016), essa vertente da Psicologia buscou realizar intervenções direcionadas ao meio social, com o intuito de auxiliar as demandas emergentes presentes em grupos marcados pela vulnerabilidade. Desse modo, os grupos se tornaram alvos de pesquisa e intervenção, em que a prática profissional do psicólogo contribuiu para o alcance de transformações nas sociedades, ressaltando a importância de compreender os sentidos particulares de cada grupo, suas interações e suas necessidades psicossociais.
Especialmente na metade do século XIX é que a intervenção psicossocial se constituiu como uma área de estudo, momento no qual se destacou a necessidade da pesquisa teórica e da pesquisa aplicada, ambas fundamentais para as transformações nos contextos sociais. De acordo com Neiva (2010), a pesquisa ativa surgiu para incentivar tanto a teoria quanto a prática, esse conceito proposto por Kurt Lewin que promoveu um olhar mais amplo sobre a atuação do psicólogo, tendo em vista a herança deixada pela Psicologia Clínica e os padrões de pesquisas em laboratórios. Em conformidade com Lewin, Neiva (2010), entende que a intervenção psicossocial é o caminho pelo qual se une pesquisa à ação, tal processo demanda uma análise criteriosa para que o foco de trabalho seja coerente com a necessidade do grupo ou do indivíduo, por isso a importância do mapeamento do campo e da avaliação da intervenção.
Ainda sobre a unificação entre teoria e prática, Neiva (2010) cita as reflexões propostas por Bleger (1984):
Não há possibilidade de nenhuma tarefa profissional correta em psicologia se não é, ao mesmo tempo, uma investigação do que está ocorrendo e do que está se fazendo. A prática não é uma derivação subalterna da ciência, mas sim seu núcleo ou centro vital; e a intervenção científica não tem lugar acima ou fora da prática, mas sim dentro do curso da mesma (p. 32).
Diante disso, a intervenção deve ser entendida como uma ação e uma oportunidade para o desenvolvimento de novos conhecimentos, em que se identifica a realidade local e busca transformar a mesma, contudo, para que isso seja realizado, a mudança deve ser percebida pelo coletivo e igualmente reconhecida como uma necessidade premente. A referida autora enfatiza que no decorrer do processo, as pessoas podem apresentar resistências às mudanças, entende-se que essa reação é natural e o interventor deve analisar quais os fatores que estão gerando essas dificuldades. Além disso, esse processo deve ser amplo e almejar o bem-estar psicossocial e a qualidade de vida de grupos, estando caracterizado pelo viés de prevenção muito presente na psico-higiene. Sobre esse conceito, Bleger (1984) citado por Neiva (2010), compreende que a atividade de psico-higiene não prioriza a doença, e sim, o uso de recursos psicológicos para o enfrentamento de problemas que surgem no cotidiano de um grupo. Em se tratando de contextos institucionais, a autora destaca que é importante que o interventor busque conhecer os dados da instituição, sua história, os serviços ofertados, as dependências, os funcionários, as necessidades psicossociais e o interesse da própria instituição para a aplicação da intervenção psicossocial.
Para o desenvolvimento da intervenção é necessário primeiramente ter apropriação das etapas que envolvem o processo, que segundo Neiva (2010) constitui-se por cinco fases:
Diagnóstica, em que ocorre a caracterização da instituição, a análise das necessidades psicossociais e a delimitação do foco da intervenção; delineamento da intervenção, fase de planejamento e elaboração do projeto de intervenção; desenvolvimento da intervenção, fase de aplicação do planejamento de modo flexível, sendo passível de mudanças a partir das necessidades e dos feedbacks do grupo-alvo; avaliação da intervenção, fase em que se verifica se os objetivos propostos foram alcançados, se ocorreram mudanças, ou seja, avalia-se a eficácia da intervenção; devolução e divulgação dos resultados, fase em que os resultados são comunicados ao grupo, à instituição ou à comunidade, incluindo também a possibilidade de divulgação científica dos resultados para disseminação da proposta interventiva. (p. 22).
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