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As transformações da Puberdade_Sigmund Freud

Por:   •  26/9/2015  •  Resenha  •  1.022 Palavras (5 Páginas)  •  1.919 Visualizações

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O texto As Transformações da Puberdade – Três ensaios sobre Sexualidade (1901-1905) é o terceiro ensaio, escrito por Sigmund Freud - médico neurologista e fundador da Psicanálise – no qual o autor apresenta as principais mudanças encontradas na puberdade e como elas se refletirão na vida adulta do sujeito. Para melhor compreensão é preciso considerar que, de acordo com seus estudos, na vida infantil a pulsão estava voltada para o auto-erotismo e a satisfação ocorria em zonas erógenas distintas através de um único alvo, como amamentar ou chupar o dedo, por exemplo. Enquanto na puberdade, as pulsões até então fragmentadas, se unirão priorizando a zona genital e o processo de encontro do objeto. Ocorre ainda, entre a vida infantil e a nova fase, o período de latência, que recalca no inconsciente, tudo que foi objeto da curiosidade sexual infantil. Sendo este período, considerado por Freud, imprescindível no processo da superação do Complexo de Édipo.

Freud postula que, na puberdade acontece a reconquista da sexualidade que foi sublimada pelo inconsciente, e que sempre será traumática. Esclarece que o êxito da vida sexual adulta esta subordinado a disjunção entre a corrente terna da primeira infância e a corrente sensual da puberdade, a qual representa como "a travessia de um túnel perfurado desde ambas as extremidades".

Neste inevitável e necessário percurso, o impulso sexual da criança antes direcionado aos progenitores, quase sempre de maneira diferenciada através da atração pelo sexo oposto, será elaborado com repúdio e suas fantasias se tornarão incestuosas, acarretando consequentemente um desligamento com os pais, fato que, segundo o autor, poderá causar danos posteriores a vida psíquica do sujeito.

Interpretando as observações de Freud percebe-se que, o indivíduo caminha solitário para a puberdade com privações libidinais impostas pela cultura social, o que não o impede de encontrar, como seus objetos sexuais, as mesmas pessoas a quem ama desde a infância através de uma libido mortificada. O fato é que, a representação que se consumia inicialmente na escolha do objeto e a vida sexual do jovem em processo de amadurecimento estará diretamente convivendo com as fantasias, que são em outras palavras, as representações sublimadas na infância destinadas a não acontecer. Freud retoma esse estudo num texto “Arqueologia psíquica e o Recalcamento” de 1910, especificando detalhadamente como ocorre a transposição dos objetos que moralmente se tornam incestuosos na puberdade. Segue a citação;

"Essas fixações afetivas da criança persistem por toda a infância e continuamente conduzem consigo o erotismo, que, em consequência, se desvia de seus objetivos sexuais. Então, na puberdade, elas se unem através da poderosa corrente sensual, a qual já não se equivoca mais em seus objetivos. Evidentemente, jamais deixa de seguir os mais primitivos caminhos e catexizar os objetos da escolha infantil primária com cotas de libido, que são agora muito mais poderosas. Neste ponto, no entanto, defronta-se com obstáculos que, nesse meio tempo, foram erigidos pela barreira contra o incesto; em consequência, se esforçará por transpor esses objetos que são, na realidade, inadequados, e encontrar um caminho, tão breve quanto possível, para outros objetos estranhos com os quais se possa levar uma vida sexual. Esses novos objetos ainda serão escolhidos ao modelo (imago) dos objetos infantis, mas com o correr do tempo, atrairão para si a afeição que se ligava aos mais primitivos. (FREUD, 1996/1910, p. 187)"

De acordo com a teoria freudiana, existe no indivíduo, uma disposição inata para as perversões, sendo indispensável a barreira do incesto que produz recalcamentos capazes de direcionar as pulsões sexuais para novos objetos que produzirão a mesma satisfação anterior sem sentimentos de repugnação e organizando os afetos, entretanto, essa reordenação poderá não ocorrer de forma linear - como é retratada pela sociedade – e propiciar aos processos da sexualidade, desfechos diferenciados.

Como já foi dito

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