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Atividades Interpretativas

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Por:   •  24/9/2013  •  1.907 Palavras (8 Páginas)  •  1.104 Visualizações

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Interpretação analítica

Interpretação não equivale a uma tradução direta ou explicação adequada acerca de tais formações do inconsciente. A escuta interpretativa recairá primordialmente sobre os elementos dessas formações do inconsciente, pressupostas teoricamente como compósitas: compromisso entre desejo e defesa, identificação entre eu e objeto, combinação entre exigência de Id e do superego, sucesso e fracasso do recalcamento. As formações em questão veiculam a realização de desejo e para tanto envolvem processos específicos da memória, como a lembrança e esquecimento, além de modos de encobrimento, deformação (Enstellung) ou ciframento do desejo. No entanto, tais elementos não deem adquirir soberania sobre aquilo que captura a atenção flutuante no analista, ou sobre a questão que se articula no sujeito. E outras palavras, a interpretação de um sonho ou de um sintoma não devem se impor como uma finalidade em si, que uma vez iniciada deve alcançar seu esgotamento. A atividade interpretativa do psicanalista leva aos insights do analisando, sendo que a lenta elaboração dos mesmos é que irá possibilitar a obtenção de mudanças psíquicas, objetivo maior de qualquer análise “ ZIMERMAN, David E. Manual de técnica Psicanalítica: Zimmermann classifica os insights em: intelectivo; cognitivo ( clara tomada de conhecimento, por parte do paciente, de atitudes e características suas que até então estavam egossintônicas); afetivo (a cognição, muito mais do que mera intelectualização, passa a ser acompanhada por vivencias afetivas, tanto as atuais quanto as evocativas, possibilitando o estabelecimento de correlações entre elas; reflexivo (insight institui-se a partir das inquietações que foram promovidas pelo insight afetivo, as quais levam o analisando a refletir, a se fazer indagações e a estabelecer correlações entre os paradoxos e as contradições de seus sentimentos, pensamentos, atitudes e valores; pragmático (uma bem-sucedida elaboração dos insights obtidos pelo paciente, ou seja, as suas mudanças psíquicas, deve necessariamente ser traduzida na práxis de sua vida real exterior, assim que a mesma esteja sob o controle de seu ego consciente, com a respectiva assunção da responsabilidade pelos seus atos. O termo elaboração refere que a mente do paciente está trabalhando, no sentido de integrar sucessivos insights parciais que estão sendo adquiridos no curso da análise. O sofrimento acompanha o árduo trabalho de elaboras, uma vez que nunca é fácil aceitar as perdas, destruir idealizações, falsos valores, etc. Talvez não haja dor mais difícil de suportar do que aquela que resulta de o paciente ter de renunciar à sua fachada de um falso-self ou ás ilusões do faz-de-conta do mundo narcisista.

Ao discutir sobre a importância dos testes em psicologia, sempre tendemos a cair no imenso e quase inacabável debate no que diz respeito a objetividade e subjetividade. Por um lado, considera-se que os testes psicológicos (a psicometria) são objetivos, facilita uma melhor compreensão do que se deseja observar, além do que tem um caráter científico; por outro, as técnicas projetivas proporcionam um amplo campo de interpretação no que trata do resgate do inconsciente do indivíduo, embora seja questionado sua cientificidade, por não demostrar dados quantitativos (provas empíricas). Para Varendock pensar em figuras é apenas uma forma muito completa de tornar-se consciente, mas de certo modo, ela se situa, tanto ontogênico quanto filogeneticamente mais perto do processo inconsciente do que pensar que palavras, sendo inquestionavelmente mais antigo que o último, tanto ontogenético quanto filogeneticamente. Contudo, sua ampla aplicação na formulação dos diagnósticos é considerado essencialmente científico, pois, nos permite resultados semelhantes e práticos, tais como: levantamento do problema, formulação de hipóteses, estudos variáveis e comprovação ou refutação das mesmas. Contudo, atualmente são poucos os psicólogos clínicos que têm utilizado com maior intensidade estas técnicas que, destacando-se pela forma flexível e livre de trabalho complementam, reforçam ou fundamentam clinicamente um diagnóstico, permitindo assim, uma valorização da subjetividade, que segundo Abib (1996) e Mariguela (1995), no início da psicologia fora valorizada por Wundt em 1879.

Diante dos novos acontecimentos na ciência, qualquer posição extremista em relação aos testes psicológicos mostrara a falta de informação do momento histórico, filosófico e social que influenciaram a psicologia. Os testes psicológicos têm um importante e longo caminho percorrido, no que se refere ao contexto da psicologia como ciência. Foram criados, e utilizados para determinar e analisar diferenças individuais em relação a inteligência, aptidões específicas, conhecimentos escolares, adaptabilidade vocacional e dimensões não intelectuais da personalidade. Sua utilização é de uma gama extraordinária e que vai, desde o ponto de vista psicológico, educacional, sociológico e até o cultural; o seu uso frequente inclui, desde a natureza e sequencia do desenvolvimento mental, à aspectos intelectuais, de personalidade e de grupos menos típicos como os superdotados, retardados mentais, neuróticos e psicóticos. (Freeman, 1962; Lopes, 1998)

O Subjetivo e as Técnicas Projetivas

Em 1939, Frank lança p termo “método projetivo”, para designar o estudo da personalidade baseando-se no teste de associação de palavras de Jung (1904), testes de manchas de tinta de Rorschach em 1920 e T.A.T. (Teste de Apercepção Temática) de Murray em 1935. Frank aborda nesses testes uma dinâmica holística da personalidade, uma estrutura evolutiva onde os elementos se interagem e a pessoa expressa em uma atividade construtiva e interpretativa a fantasia anterior. Na medida em que os estímulos pouco ou nada estruturados são apresentados diante do sujeito sua resposta é sempre projetiva, reveladora de sua maneira particular de ver a situação, de sentir e interpretar. Tais estímulos provocam projeções em condições ótimas, economizando tempo e esforço, que situações menos ambíguas e indefinidas. (Van Kolck, 1975; Anzieu, 1981; Alves, 1998).

De acordo com Lopes (1998), as mudanças que acontecem só serão evidentes quando as técnicas tradicionais permitem centrar no sujeito, enfatizando o contexto global no qual ocorre o comportamento. Desta forma, é possível detectar informações projetivas tanto quando se tratar de fatores socioculturais quanto de fatores de variáveis internas, somente assim, entender-se-á a constituição das características psicológicas como um processo histórico-cultural. O método projetivo não se propõe apenas em se deter

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