Atps Nell
Por: linerf • 20/9/2015 • Trabalho acadêmico • 2.132 Palavras (9 Páginas) • 238 Visualizações
INTRODUÇÃO
A aprendizagem é essencial e fundamental na vida humana e à sobrevivência em grupos. O ser humano sempre aprende, pois aprende o melhor e o pior. A aprendizagem não tem só uma conotação positiva. A aprendizagem é um projeto iniciado a partir do nascimento e só acaba com a morte. O ser humano está sempre em fase de aprendizagem.
Aprendizagem Associativa por Condicionamento Clássico | Aprendizagem Associativa por Condicionamento Operante | Aprendizagem Por Observação | |
Exemplos Comportamentos Apresentados Por Nell | Nell nunca teve contatos com outras pessoas, somente com a mãe e a sua irmã. Sempre ao ver pessoas estranha gritava. A Dra. Paula mostrou um livro de romance a Nell, nele continham figuras de um homem e uma mulher se acariciando, ela associou respectivamente a Dra. Paula e ao Dr. Lovell. Quando o fotógrafo tenta tirar uma foto Nell fica nervosa e começa a gritar. Dr. Lovell coloca uma música para Nell, isto deixa ela assustada também. | Nell nunca teve contato com um homem. Na sua infância sua mãe ensina que o homem é ‘mal-feitor’ devido ao estupro sofrido por ela. Onde o Dr. Lovell e Paula tem uma idéia para acabar com o medo dela. Nell entra na lagoa como faz todas as noites onde o Dr. Se aproxima e entra, ela acaba percebendo que ele não faz mal. Nell tinha medo de sair de dia, só então o Dr. Fez com que Nell experimentasse pipoca, ela gostou e o Dr. Saía de casa, ela insiste querer mais e ele disse pra ela ir buscar, nisso ela sai sem perceber de casa durante o dia. | Nell vai para a cidade passear no mercado com os médicos, ela então começa a imitá-los pegando tudo quanto era produto e colocando no carrinho. Logo ela sai sem eles verem e entra em um bar que tinham uns homens que reconhecem que ela é a garota que se esconde na floresta e aproveita para debochar dela pedindo que tirasse a rouba desabotoando a camisa. Nell vê e começa a obedecer rindo também. E na cidade o menino no ponto de ônibus mostra a língua para Nell, ela reage mostrando a língua dela pra ele, imitando-o. |
AS RESTRIÇÕES DIFICULTAM O PROCESSO DE APRENDIAGEM?
Na sociedade contemporânea, o homem junto de sua inteligência e sua mente tem resolvido seus problemas de interação com o meio. Contudo, viver numa sociedade em que o mental é, ele próprio, o ambiente a ser dominado, o homem tem que utilizar seus recursos cognitivos não apenas para viver em ambientes de aprendizagem cada vez mais complexos, mas também pensar a alteridade, as contradições e as mudanças de paradigmas no mundo social.
Os processos cognitivos de um ser humano, de acordo com Piaget (1970) são organizados e guiados por estruturas mentais. Tais estruturas são inatas que entram em processo de ‘amadurecimento’, adquirindo suas próprias naturezas conforme o ‘equilíbrio’ entre o sujeito e o ambiente em que vive. Baseando-se no caso de Nell (personagem do filme), seu processo cognitivo era viver em meio a natureza, com animais, rios, pedras; tendo contato somente com a matriarca (sua mãe que morre no começo do filme) e com a sua irmã na qual morre na infância.
Para Nell, sua vida era aquilo que se encontrava naquele ambiente. O fato de ela viver ali proporcionou seu aprendizado; que por sinal não dificultaram o seu processo de aprendizagem. Nell sabia se ‘virar’ literalmente com tudo o que tinha a sua volta.
Isolada da cidade e do contato com as pessoas civilizadas fez com que ela criasse sua própria linguagem, que foi fácil compreendida pelo médico que a acompanhou por três meses junto da psicóloga para tentarem saber se ela teria condição de viver sozinha ali, ou teria que ser internada; pois este caso foi pro Tribunal da Justiça. Essa linguagem foi motivada aos poucos por eles, o conhecimento que ela possuía sobre o que sabia junto com o que desconhecia proporcionou um processo de aprendizagem com seus observadores (o médico e a psiquiatra) melhorando o seu desempenho.
Nell era vista como ‘selvagem’ por ter nascido sem a civilização e contato com outros seres humanos. Ela tinha sim suas restrições biológicas devido ao ambiente em que nascera e convivia que era limitado. Nos primeiros contatos com os médicos, ela se retraiu, mas conforme os dias foram passando deu início ao processo de aprendizagem demonstrando que não havia dificuldade alguma neste contexto. Na convivência ela demonstrou também seus medos, seus segredos, seu carinho, sua angústia, abrindo-se a um ser humano desconhecido. Contudo, no final, fica claro que a personagem sabe se cuidar sozinha naquele ambiente, que suas restrições não a impediram de conhecer coisas novas e muito menos de aprender com isso. Na última cena do filme Nell já se mostra mais ‘civilizada’ por várias visitas deles com o passar do tempo, e sua linguagem já está mais ‘humanizada’, todos entenderem o que sente, o que diz o mesmo ocorre com ela em entendê-los.
DESENVOVIMENTO DA LINGUAGEM
Nell aprendeu uma linguagem com sua mãe que tinha dificuldades de fala devido há um derrame, uma cena que pode servir de exemplo é quando a psicóloga Paula mostra um vídeo de Nell falando e destaca que “as formas de palavras individualizadas” eram perfeitas. Portanto, mesmo não sendo a usual, a personagem tinha linguagem ativada no meio em que vivia.
O filme mostra que não foi só Nell que aprendeu com o Dr Lovell e Paula, mas eles também aprenderam a conviver com Nell. Podemos também ligar Nell ao fato do cognitivismo ela relacionava seus pensamentos com sua linguagem e conseguiu explicar para o doutor o porque, ela tinha medo de sair casa durante o dia. E segundo essa teoria só é possível essa associação de ideias e pensamentos, por meio da linguagem.
Podemos também dar exemplo de quando o Dr Lovell lê trechos da bíblia para Nell, ela repete os trechos com sua própria linguagem distorcida. Nesse trecho é possível refletira a relação entre o dispositivo inato e o ambiente, pois a personagem em contato com a fala comprometida da mãe adquire a linguagem com todas as características e desvios do ambiente linguístico em que se desenvolveu, corroborando as ideias de Chomsky, que diz que o ambiente tem influência direta sobre a criança, no sentido de acionar o dispositivo com o qual a criança já nasceu.
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