Autismo: Características e considerações
Por: Maisse Catunda • 17/2/2019 • Artigo • 4.984 Palavras (20 Páginas) • 140 Visualizações
Neurociências Curso de Psicologia - CCS Universidade de Fortaleza Maio de 2014 |
AUTISMO
Autores: Ana Rebeca Sales Menezes, Livia Campos, Maisse Leoncio Catunda, Mariana Gomes Soares, Maysa Oliveira de Araújo e karen Stefanny
Palavras-chave: Autismo. Neurociências. Transtorno. Espectro Autista. Intervenções.
Resumo
O autismo é uma disfunção global do desenvolvimento. É uma alteração que afeta a capacidade de comunicação do indivíduo, de socialização e de comportamento. Durante todo o trabalho discorreremos sobre aspectos, características do indivíduo autista, como as causas e as comorbidades, o autismo no DSM-IV e a mudança para o DSM-V. Falaremos também sobre o nosso tão complexo sistema nervoso relacionado ao Autismo. Discorreremos sobre a síndrome de Savant. Os portadores de Síndrome de Savant são um mistério que fascina e intriga a ciência.
Introdução
Segundo a psicanalista Alisia Lisondo da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, o autismo
“[...] decorre da combinação de vários fatores conhecidos e desconhecidos, de ordem genética, neurológica, emocional e ambiental. O resultado é um grave impedimento para estabelecer as relações humanas básicas. E é nos vínculos emocionais que a aprendizado acontece. (ibd. Bion, 1962).”
Há diferentes explicações para a causa do autismo, como por exemplo, a explicação de que o autismo pode ser causado por fatos ocorridos durante a gestação ou no momento do parto. Dizia-se, no começo dos estudos sobre autismo, que uma das causas podia ser ainda a rejeição materna com relação ao bebê. Ou seja, o autismo se refere a um transtorno no desenvolvimento, que pode afetar as capacidades cognitivas e de comunicação, tendo efeitos singulares em cada sujeito com o transtorno.
No que se refere ao Sistema Nervoso, o sujeito autista pode ter alterações no giro fusiforme, o qual se refere ao reconhecimento de faces. A partir de estudos de imagens realizados por cientistas, segundo Stephanie Watson, descobriram irregularidades no corpo caloso, o qual estabelece comunicação entre os dois hemisférios cerebrais; na amígdala, a qual processa o medo, ou seja, afeta o comportamento emocional e social; e no cerebelo, o qual diz respeito às atividades motoras, ao equilíbrio e à coordenação.
Com relação ao diagnóstico, os especialistas se utilizam frequentemente o CID-10 (Classificação Internacional das Doenças da Organização Mundial da Saúde, em sua décima versão) e o DSM-IV (Manual de Diagnóstico e Estatística de Doenças Mentais da Academia Americana de Psiquiatria, em sua quarta edição). Recentemente, no primeiro semestre de 2013, foi lançada a quinta edição do DSM, o DSM-V, que traz uma revisão dos critérios diagnósticos para as doenças mentais, e no que diz respeito ao autismo não se faz mais divisão entre graus de autismo, mas sim engloba o autismo em Transtornos do Espectro Autista (TEA’s).
A partir dessas informações a respeito do autismo, o presente artigo fará um estudo bibliográfico relacionando as principais características do transtorno com as demais formas de intervenção a nível social, seja na escola, na família, ou nos acompanhamentos multidisciplinares, os quais são fundamentais para minimizar os efeitos dos Transtornos do Espectro Autista. Além disso, nos apoiaremos em critérios estabelecidos pelo DSM-IV e faremos correlações com os novos critérios do DSM-V.
Metodologia
O presente trabalho tem como objetivo a realização de um artigo referente aos estudos sobre o Autismo. A equipe dividiu da melhor forma e cada membro ficou responsável por algo. Para termos um enriquecimento melhor do trabalho, utilizamos a experiência obtida de uma aluna da equipe que passou seis meses na Casa da Esperança fazendo observações de prática II e outra experiência de outra aluna da equipe que trabalha com crianças autistas. Usamos um embasamento teórico que encontramos disponibilizados na biblioteca da universidade e na internet. Este trabalho foi ao longo do período estipulado orientado pelo professor da disciplina. Trata-se de um trabalho acadêmico que tem como finalidade um melhor aprendizado para o tema escolhido e obtenção da segunda nota de avaliação da disciplina de Neurociências.
Resultados e Discussões
Caracterizado como um distúrbio do desenvolvimento, o autismo foi dito pela primeira vez em 1943, pelo psiquiatra Leo Kanner(1943), onde em seu artigo “Distúrbios autísticos de contato afetivo”, relatou 11 casos clínicos de crianças que apresentavam características comuns sendo estas relacionadas ao contato afetivo. Kanner(1943) apontou como traços essenciais nas crianças observadas a dificuldade de estabelecer relações normais com as pessoas e em lhe dar com mudanças no ambiente, atraso na fala e ultização de outros meios que não seja a linguagem para se comunicar. O autor fala em seu artigo:
[...] minha atenção foi atraída por um certo número de crianças cujo estado difere tão marcada e distintamente de tudo o que foi descrito anteriormente, que cada caso merece uma consideração detalhada de suas fascinantes particularidades. (Kanner, L. 1997, p. 111)
A caracterização feita por Kanner (1943) foi de fato de grande importância, pois enquadrando o transtorno como uma síndrome independente tornou-se possível diferenciá-lo de outras síndromes psiquiatras com quadros clínicos semelhantes como por exemplo a esquizofrenia. Apesar de sua contribuição não ter sido o suficiente para formular uma definição exata do autismo, seu estudo desencadeou diversas pesquisas e aprofundamentos que mais tarde vieram a ser de extrema importância para o estudo da área
No autista, as células de comunicação sofrem uma falha, pois há um desequilíbrio em dois neurotransmissores, que são a serotonina, que afeta o comportamento e a emoção, e o outro é o Glutamato que é um neurotransmissor excitatório. Estes neurotransmissores ajudam as células a se comunicarem e esta falha dificulta a transmissão e processamento de informações. Há também irregularidades nas estruturas do cérebro, como no corpo caloso, que facilita a comunicação entre os dois hemisférios do cérebro, na amigdala que afeta o comportamento social e emocional e no cerebelo que está envolvido com as atividades motoras, o equilíbrio e a coordenação, porém não são as diferenças que dificultam as relações, mas com as sinapses que os neurônios estabelecem uns com os outros.
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