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BREVE HISTÓRIA DA PSICOLOGIA ESCOLAR E SUAS ATUAÇÕES

Por:   •  27/10/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.718 Palavras (7 Páginas)  •  261 Visualizações

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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA - CAMPUS TIJUCA

KARMEN MELLO

BREVE HISTÓRIA DA PSICOLOGIA ESCOLAR E SUAS ATUAÇÕES

RIO DE JANEIRO

2019

1. INTRODUÇÃO

O tema escolhido aborda um recorte selecionado da história do psicólogo escolar como uma importante ferramenta para o processo de aprendizagem .

O método utilizado foi de pesquisa eletrônica, em sites especializados no assunto em questão, e em livros com o objetivo de se ter o conhecimento teórico necessário para nortear a elaboração desse trabalho.

A relevância desse estudo se expressa nas evidências de que cerca de 10% da população possui algum transtorno de aprendizagem (BUTTERWORTH; KOVAS, 2013). Os transtornos são identificados desde a primeira infância ou a partir da inserção da criança no universo escolar, sendo caracterizado por déficits no desenvolvimento que causam prejuízos na integração pessoal, social, acadêmica, ou profissional deste indivíduo.

De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatísticos de Transtornos Mentais (DSM-5) (APA, 2014), constata-se que na fase escolar há frequentemente a identificação de mais de um transtorno do neurodesenvolvimento. Como, por exemplo, muitas crianças com transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) também apresentam um transtorno específico da aprendizagem. Logo, a inserção de um profissional qualificado na área de psicologia torna-se fundamental e estratégico para lidar com a identificação, acompanhamento e articulação entre a criança, a família e os atores inseridos na dinâmica escolar.

Esse assunto ainda é um desafio, pois o corpo docente ainda não se encontra preparado para lidar com esses alunos, visto que cerca de 50% das queixas escolares são por motivos de dificuldade na aprendizagem e, em sua maioria, são feitos pela própria escola, tornando o aluno um “indivíduo-problema” e excluindo-o do âmbito educacional (SOUZA, 2010). ​Entre as queixas mais relevantes são: dificuldade de leitura/escrita, 67%; dificuldade da concentração, 20%; problemas de comportamento, 33%; e outros, 12% (CASTANHO; ANDRADE, 2014).

2. DESENVOLVIMENTO

A psicologia escolar tem seu surgimento marcado no século XIX pelos estudos de Stanley Hall e Alfred Binet, havendo um foco na psicometria e na ciência experimental. Ambos foram pioneiros nesta área de atuação da psicologia, sendo assim, influência para o Brasil e para o mundo. No Brasil, a psicologia escolar da primeira metade do século XX se caracteriza por começar implementando as teorias importadas de outros países, como França e EUA (BARBOSA; MARINHO-ARAÚJO, 2010). Essa psicologia teve como objeto de estudo a formação de professores e os problemas de aprendizagem das crianças. Além disso, sua atuação foi marcada por diagnósticos, avaliações e testagens psicológicas para quantificar a adequação dos alunos ao sistema de ensino.

Por volta de 1970, o sistema de educação foi ampliado e se tornou obrigatório, segundo a lei 5.692.71, e o número de alunos dentro das escolas foi radicalmente aumentado. A mudança fez surgir a necessidade do auxílio dos psicólogos com os “indivíduos-problema”, agora em número maior também. Esses profissionais pretendiam esclarecer as causas e tratar as dificuldades desses alunos, porém ocorreu o contrário do que se esperava (BARBOSA; MARINHO-ARAÚJO, 2010). A noção de que a problemática estava no indivíduo serviu como uma espécie de respaldo para a passividade das instituições escolares e de seus agentes, uma vez que era responsabilidade da medicina ou da psicologia tratar o aluno.

Uma insatisfação entre os psicólogos escolares da década de 1970 surgiu e culminou em uma crise que se prolongou por duas décadas (BARBOSA; MARINHO-ARAÚJO, 2010). Como fruto desta crise, a Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (ABRAPEE) surge nas seguintes décadas como mecanismo para delimitar a área de atuação desse psicólogo e causar a reflexão sobre qual é a verdadeira identidade do psicólogo escolar, bem como qual conhecimento teórico é necessário para a prática e atuação deste profissional (BARBOSA; MARINHO-ARAÚJO, 2010). Alguns temas, como a integração do psicólogo escolar no desenvolvimento do projeto político pedagógico e na formação dos professores da escola, têm sido levantados desde o começo do século XX. Percebe-se uma busca por maior articulação entre o profissional de psicologia, como membro efetivo desse universo em que está inserido, e a entidade, (MARINHO-ARAÚJO; ALMEIDA, 2005) uma vez que seu trabalho é “caracterizado pela utilização da psicologia no contexto escolar, com o objetivo de contribuir para otimizar o processo educativo.” (MARTINEZ, 2006, p.107)

A Psicologia como ciência e profissão tem uma contribuição significativa na luta por uma educação inclusiva com base nos princípios de compromisso social, dos direitos humanos e do respeito à diversidade. O profissional que atua na área da educação deve assegurar uma intervenção interdisciplinar e inclusiva com ajuda das demais políticas públicas, tais como: assistência social, saúde, trabalho, esporte etc (CFP, 2008).

A educação inclusiva se expressa em “práticas que fortaleçam a luta por uma educação que cumpra seu caráter público, universal e de qualidade para todos” (CFP, 2008, p.11). Essa ideia pressupõe um olhar crítico que consiga garantir uma atuação em prol daqueles socialmente estigmatizados, representada por negros, meninas, homossexuais, crianças e jovens com dificuldades no processo de escolarização etc (CFP, 2008).

De acordo com o debate contemporâneo, o Conselho Federal de Psicologia afirma que é necessário que as reflexões acerca do tema tenham como objetivo “qualificar o psicólogo, técnica e politicamente, para melhor compreender a complexidade do sistema educacional atual, visando o aperfeiçoamento da atuação profissional” (CFP, 2008, p.11).

Nesse viés, para compreensão da atuação do psicólogo no universo escolar é imprescindível entender que, a escola não é apenas um espaço de reprodução de conhecimento científico ou de técnicas. Ou seja, a escola se estabelece a partir de um processo de desenvolvimento e aprendizagem que envolve inúmeras interações entre os alunos e todos os atores envolvidos, tais como: a família,

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