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Bruna

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Por:   •  26/3/2015  •  2.480 Palavras (10 Páginas)  •  789 Visualizações

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2. DESENVOLVIMENTO

2.1. Ética, Política e Sociedade

Refletir sobre a Ética ocupa uma grande importância para a humanidade, independentemente das conjunturas e períodos históricos. Mas, certamente, há conjunturas e períodos históricos nos quais a sua reflexão assume maior relevância (VÁZQUEZ, 1989).

Ao observar o contexto da história de Cartona percebe-se que competitividade é a palavra – chave desse cenário

2.2. Modelos de Gestão

Antes do falecimento do seu dirigente a cartona tinha um sistema baseado no sistema mecânico, uma vez que o Sr Ricardo baseava-se em um modelo mais centralizado, sem divisão de responsabilidades\decisões, mais autoritário e com hierarquia rígida.

Com o seu falecimento e com o seus filhos assumindo o controle, a Cartona adotou um sistema orgânico baseado no compartilhamento de decisões e responsabilidades, com hierarquia mais livre, com maior ênfase em um relacionamento de grupo na empresa e com maior participação dos funcionários nas tomadas de decisão.

Uma força endógena que podemos notar é a morte do Sr Ricardo que obrigou a mudança completa da empresa, uma vez que ele possuía uma postura centralizadora e, com sua morte, seus três filhos tiveram que assumir a liderança de forma compartilhada e mais aberta devido a falta de experiência, comparada com a do pai, que eles tinham.

Uma força exógena que podemos citar foi a abertura do mercado brasileiro para a globalização o que obrigou a Cartona a mudar seu foco para o mercado\cliente ao invés de só na produção e a passar a importar também ao invés de focar apenas na qualidade, pois assim ela podia competir com os novos preços e produtos disponíveis no mercado. Foi realizada uma mudança revolucionária, uma vez que a mudança foi repentina (já que a morte foi um evento inesperado alterando instantaneamente a liderança da empresa) e grande. Podemos afirmar que a empresa mudou completamente seu foco passando de uma empresa de direção centralizada e focada em um único dirigente, para um modelo de direção compartilhada, aberta, com maior participação dos funcionários no processo decisório e mais voltada para o mercado.

A transição foi abrupta, traumática e precoce, porém foi fundamental para a harmonia do processo sucessório o fato dos filhos terem se desenvolvido academicamente na área de administração e de terem experiências fora da empresa. Provavelmente eles pensaram em profissionalizar o comando da empresa com um dos dois que foram seus principais conselheiros, mas arriscaram a tomar o caminho da gestão compartilhada, o que funcionou bem, ajudado pelo fato de serem 3 filhos e não 2 ou 4, o que dificultaria o processo democrático, ao meu ponto de vista.

Quais oportunidades e riscos você identifica neste caso?

As oportunidades são apresentadas à medida que novos costumes dos clientes surgem.

A Cartona poderia ter, por exemplo, se dedicado à digitalização de álbuns e fornecer um serviço diferenciado para quem já possui fotos em papel em álbuns Cartona. Poderia também ter usado ter investido em um site de compartilhamento de fotos.

Outra oportunidade é o desenvolvimento de produtos gráficos personalizados, impressos sob demanda, a partir de coleções de fotos digitais.

A expertise gráfica pode ser aproveitada para diversos outros produtos, porém o mercado é altamente competitivo e seria necessária a descoberta de um novo nicho.

O principal risco é a empresa ficar estática e não acompanhar novas necessidades dos consumidores. Outro risco é tomar o caminho errado, investindo em produtos e serviços inapropriados para o momento, com alto custo de produção e baixo potencial competitivo.

Em relação à liderança compartilhada, por que você acha que deu certo nesta caso?

A liderança compartilhada deu certo devido à formação (acadêmica e de caráter) dos herdeiros e de suas experiências externas, além da unidade familiar. Se todos não estivessem ligados em questões gerenciais e administrativas, o processo não seria tão harmônico e provavelmente um deles teria que assumir a liderança do negócio.

2.3. Economia

Até o início da década de 90, todo o setor industrial no Brasil tinha seu foco principal na área de produção, pois não existia concorrência externa e os consumidores não tinham muitas opções na escolha de produtos ou serviços, o que permitia certa acomodação por parte das empresas brasileiras que não precisavam se preocupar como o que o consumidor queria. Assim como as demais empresas no Brasil a Cartona era uma empresa industrial que operava visando à produção e não ao mercado.

Com o processo de abertura e integração comercial brasileira iniciada pelo governo Collor e se estendendo até o governo de Fernando Henrique Cardoso houve uma liberação financeira externa e a eliminação das barreiras protecionistas contra as importações. A economia brasileira integrou-se ao cenário econômico mundial e, a partir daí, as empresas brasileiras foram obrigadas a mudar seu modo de trabalhar e a empresa Cartona estava incluída nesse contexto.

Houve então uma reengenharia por parte da Cartona, ou seja, uma mudança radical no contexto da empresa, os dirigentes foram obrigados a mudarem a visão que tinham de um mercado voltado somente para a produção para um mercado orientado ao cliente, e fazendo o que eles chamaram de trocar o “espelho” pela “janela”, deixaram de dar ênfase à produção e passou a se preocuparem com os clientes, assim, a empresa se modernizou e conseguiu acompanhar as mudanças do mercado e se adaptar com a nova realidade.

Em 1997, logo após a primeira reunião, depois do falecimento do pai, os irmãos Moneglaglia reuniram os 170 funcionários e anunciaram que estavam assumindo a direção da empresa e que lutariam para dar continuidade ao trabalho que o pai vinha desenvolvendo e, que para que isso acontecesse, precisavam muito da ajuda de todos eles.

Foi um período difícil, mas obtiveram sucesso graças à harmonia, humildade e participação de todos. Assumiram uma postura de liderança junto aos funcionários, considerando importante não apenas a relação entre eles, mas também desenvolver um senso de unidade na equipe, fazendo com que todos percebessem que deveriam caminhar para uma meta comum, buscando alcançar os mesmos objetivos. Segundo eles, para que esta confiança e comprometimento aconteçam é preciso permitir que o outro participe e se expresse, dando espaço para que as essoas colaborem trazendo seus conhecimentos e experiências para a equipe.

Os valores familiares cultivados pelo Sr Ricardo Moneglalgia e herdados pelos filhos influenciaram muito em suas decisões com relação à gestão da Cartona. A visão de investir na qualificação profissional foi primordial para que cada um deles alcançasse seus objetivos. O fato dos irmãos possuírem formação acadêmica nas áreas de Administração e Marketing e terem cumprido a exigência do pai de trabalharem como estagiário em cargos subordinados em outras empresas para aprenderem a serem comandados e depois comandar, fez a grande diferença no momento de assumirem a direção da empresa. Percebe-se então que a missão, a visão e os valores têm que ser implantados em cada integrante não só das organizações, mas também, no seio familiar.

Com o objetivo de continuar a “guardar” emoções, atualmente a Cartona tem um grande desafio pela frente, as diferentes transições e mudanças que estão acontecendo no setor, principalmente com a tecnologia digital, a empresa terá que redesenhar novamente suas estratégias, implantando ações possíveis como: análise de clientes, novos serviços, informações de novos produtos, realizar parcerias com outras empresas do setor ou até mesmo reinventar uma nova tecnologia digital com o uso da internet. Assim continuará guardando emoções e obtendo o mesmo sucesso que marcou a três gerações da família Moneglalgia.

A globalização trouxe muitas alterações ao mercado mundial, a realidade omercial se transformou. A mudança na estrutura organizacional, a busca por novas tecnologias e a mudança na cultura organizacional foi quase que imposta pelas novas exigências do mercado à empresa Cartona. Os produtos importados, apesar de terem uma qualidade inferior estavam à disposição de todos com maior facilidade de acesso. A empresa que tinha apenas 02 concorrentes locais (Kodak e Fujifilm), da noite para o dia passou a ter mais de 300 no mundo, a maioria chineses, europeus e americanos.

A visão estratégica que tiveram, o que chamaram de “trocar o espelho pela janela”, ou seja, em vez de ficar olhando só para dentro, começar a avaliar o que o mercado queria foi o grande passo para que houvesse uma mudança organizacional na empresa.

Nessa época a Cartona começou também a importar produtos, basicamente da China e do Canadá. A idéia de comprar barato agradava os consumidores e os varejistas que a primeiro momento não pensavam muito em qualidade. Nesse momento é que houve a mudança de foco, com a estratégia de “trocar o espelho pela janela”, a Cartona que tinha um foco industrial, passou a investir em desenvolvimento de produtos e distribuição.

Numa visão mais ampla, não só a Cartona, mas muitas empresas tiveram que se adaptar a nova realidade, grandes e pequenas empresas de vários segmentos foram obrigadas a buscarem produtos e tecnologias mais avançadas para permanecerem num mercado altamente competitivo.

A exemplo disso, aqui na minha cidade, Valparaíso de Goiás, tem um vendedor de Chocolates que todos os dias passa nos pontos comerciais e residências vendendo seu produto, anteriormente ele só dispunha de dois sabores e só vendia a dinheiro, hoje, além de possuir uma variedade de sabores e recheios, anda com uma maquininha de passar cartão de crédito. Segundo ele, a concorrência aumentou e ele tinha que buscar novos meios para poder continuar vendendo seus doces.

Outro exemplo, agora de uma empresa de grande porte é a rede de supermercados Carrefour, antigamente teríamos que deslocar até uma de suas lojas para adquirirmos o produto, hoje, basta entrar no site da loja, visualizar e escolher o que queremos, digitar o número do cartão de crédito para fazer o pagamento, informar o endereço para entrega e aguardar a compra em casa, ou seja, não precisamos mais ir até o supermercado para fazer nossas compras, o investimento na tecnologia fez a diferença e saiu na frente de várias outras empresas do mesmo segmento que ainda não dispõe dessa ferramenta e certamente estão perdendo clientes.

Percebe-se que, tanto o pequeno empreendedor quanto os grandes empresários sentem a necessidade de realizarem implementações quase que diárias nas ações que nortearão o futuro de suas empresas. O investimento em novas tecnologias e a busca pelo conhecimento deverá formar a cultura organizacional. A visão, a missão e os valores formam o alicerce que dará sustentação a organização, tendo o cuidado e a preocupação de manter sempre o foco no cliente.

O terceiro milênio aponta para mudanças cada vez mais velozes e intensas no ambiente das organizações e nas pessoas. O mundo moderno se caracteriza por tendências que envolvem: globalização, tecnologia, informação, conhecimento, serviços, ênfase no cliente, qualidade, produtividade, e competitividade. Todas essas tendências estão afetando e continuarão a afetar a maneira pela qual as organizações utilizam as pessoas.

O mercado atual exige atualizações constantes, tanto para as empresas quanto para empregados, a cada momento surge novidades que precisam ser compreendidas e utilizadas. O planejamento da carreira e a preparação para inserção no mercado de trabalho tem sido a principal meta a ser alcançada pela juventude atual, todos estão em busca do conhecimento, a todo o momento surgem novas informações e tecnologias cada vez mais complexas e as empresas precisam de profissionais qualificados para permanecerem atuando num mercado altamente competitivo.

Como visto anteriormente, os irmãos Moneglaglia, ouvindo os conselhos dos pais se preparam para se lançarem no mercado de trabalho. Após a conclusão do curso superior cada um deles passou por um período de estágio na Cartona e depois foram ampliar seus conhecimentos em outras empresas de segmentos diferentes em busca de novos desafios e experiência de mercado.

Ao retornarem para a Cartona, cada um deles tinha em sua bagagem uma vivência profissional mais sólida, o que contribuiu bastante para que após o falecimento o pai conseguissem administrar a empresa com sucesso. Tudo isso só foi possível devido à qualificação profissional, o comprometimento, lealdade, garra, autoconfiança e principalmente a relação familiar que existia entre eles, o que foi determinante para alcançarem os objetivos propostos.

Ao concluir o estudo de caso da empresa Cartona percebe-se que a “preparação” foi a base de todo o processo para o sucesso da nova diretoria. A empresa já estava no mercado a bastante tempo e precisavam continuar a mantê-la assim, esse foi o primeiro desafio dos irmãos Moneglaglia. Cada um dos irmãos que assumiram seu lugar na empresa passou antes por estágios e experiências em outras organizações, aprendendo e colocando em prática os conhecimentos adquiridos em seus respectivos cursos.

Ao adotarem o estilo de liderança “Compartilhada” na direção da empresa os irmãos deram um passo certo e muito importante para o sucesso da empresa. Cada um assumiu a área que mais se identificou, contribuindo assim para o empenho e dedicação individual de cada um. Outro fator importante foi a confiança que depositaram uns nos outros. Rodolfo, o irmão mais velho reconhece que o sentimento de força que sentiram vinha desta confiança e que o sentimento era de força porque tinha duas pessoas ao seu lado que estavam dando tudo de si para levar o negócio à frente.

A harmonia e união demonstrada pelos irmãos e a forma como os funcionários eram tratados, onde todos participavam tivamente dos negócios da empresa expondo idéias e opiniões fizeram da Cartona o grande diferencial no mercado de álbuns e fotografias existente no mercado atual.

Atualmente, aqui na minha região existem poucas empresas de grande porte que certamente devem adotar um estilo de liderança mais horizontalizado, onde vários diretores tomam as decisões sobre os negócios da empresa. Outras, essas em maior número, são empresas familiares que adotam um estilo de liderança mais verticalizada onde a imagem do chefe centralizador é que toma todas as decisões.

O estilo de liderança compartilhada é um sistema moderno que depende do uso inteligente dos talentos, boa formação profissional, esforço individual, dedicação e foco em resultados e percebemos que atualmente muitas empresas de diversos segmentos ainda não estão preparadas para adotarem um estilo de liderança tão inovador onde a figura do chefe tem que ser substituída pela figura do líder.

2.4. Gestão de pessoas

REFERÊNCIAS

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