CONSTITUINTES DO CAMPO ÉTICO
Dissertações: CONSTITUINTES DO CAMPO ÉTICO. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: ggas • 22/8/2014 • 2.177 Palavras (9 Páginas) • 3.620 Visualizações
Aula 9-10: CONSTITUINTES DO CAMPO ÉTICO. DEFINIÇÕES E DELIMITAÇÕES: ÉTICA, MORAL E PRAXIS
8º Período de Administração
CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. Ática, 1995.
VASQUEZ, Adolfo Sanchez. Ética. 9ª edição. São Paulo: Civilização Brasileira, 1986.
Esquema de Quadro:
1) Os constituintes do campo ético
2) O agente moral
3) Os valores ou fins éticos
4) Os meios morais
5) Saber teorético
6) Saber prático (práxis)
7) Alguns fundamentos éticos de Aristóteles
1) Os constituintes do campo ético
• Para que haja conduta ética é preciso que haja o agente consciente, isto é, aquele que conhece a diferença entre bem e mal, certo e errado, permitido e proibido, virtude e vício.
• A consciência moral não só conhece tais diferenças mas também se reconhece como capaz de julgar o valor dos atos e das condutas e de agir em conformidade com os valores morais, senso por isso responsável por suas ações e seus sentimentos e pelas conseqüências do que faz e sente.
• Consciência e responsabilidade são condições indispensáveis da vida ética.
• A consciência moral manifesta-se, antes de tudo, na capacidade para deliberar diante de alternativas possíveis, avaliando cada uma delas segundo os valores éticos, e para decidir e escolher uma delas antes de lançar-se na ação.
• É a capacidade para avaliar e pesar as motivações pessoais, as exigências feitas pela situação, as conseqüências para si e para os outros, a conformidade entre meios e fins, a obrigação de respeitar o estabelecido ou de transgredi-lo.
• O poder deliberativo e decisório do agente moral é a vontade.
• O campo ético é constituído pelo agente livre, que é o sujeito moral ou a pessoa moral, e pelos valores e obrigações que formam o conteúdo das condutas morais, ou seja, as virtudes ou as condutas e ações conformes ao bem.
2) O agente moral
• O agente moral, ou seja, o sujeito moral ou a pessoa moral, só pode existir se preencher as seguintes condições:
a) Ser consciente de si e dos outros: isto é, ser capaz de reflexão e de reconhecer a existência dos outros como sujeitos éticos iguais a si;
b) Ser dotado de vontade: isto é: dotado da capacidade para controlar e orientar desejos, impulsos, tendências, paixões, sentimentos para que estejam em conformidade com as normas e os valores ou as virtudes reconhecidas pela consciência moral; e dotado da capacidade para deliberar e decidir entre várias alternativas possíveis;
c) Ser responsável: isto é, reconhecer-se como autor da ação, avaliar os efeitos e as conseqüências dela sobre si e sobre os outros, assumi-la bem como às suas conseqüências, respondendo sobre elas;
d) Ser livre: isto é, ser capaz de oferecer-se como causa interna de seus sentimentos, atitudes e ações, por não estar submetido a poderes externos que o forcem e o constranjam a sentir, a querer e a fazer alguma coisa. A liberdade não é tanto o poder para escolher entre vários possíveis, mas o pode para autodeterminar-se, dando a si mesmo as regras de conduta.
• A liberdade entendida como capacidade para se autodeterminar faz com que, do ponto de vista do agente ou sujeito moral, a ética parta de uma distinção essencial, qual seja, a diferença entre passividade e atividade.
a) Passividade: é aquele que se deixa governar e arrastar por seus impulsos, inclinações e paixões, pelas circunstâncias, pela boa ou má sorte, pela opinião alheia, pelo medo dos outros, pela vontade de um outro, não exercendo sua própria consciência, vontade, liberdade e responsabilidade.
b) Atividade: ativo ou virtuoso é aquele que controla interiormente seus impulsos, suas inclinações e suas paixões, discute consigo mesmo e com os outros o sentido dos valores e dos fins estabelecidos, indaga se devem e como devem ser respeitados ou transgredidos por outros valores e fins superiores aos existentes, avalia sua capacidade para dar a si mesmo regras de conduta, consulta sua razão e sua vontade antes de agir, tem consideração pelos outros sem subordinar-se nem submeter-se cegamente a eles, responde pelo que faz, julga suas próprias intenções e recusa a violência contra si e contra os outros. Numa palavra, autônomo e, como tal, verdadeiramente livre.
3) Os valores ou fins éticos
• O campo ético é constituído por dois pólos internamente relacionados: o agente ou sujeito/pessoa moral e os valores ou as virtudes éticas.
• Os valores ou as virtudes éticas são considerados os fins da ação ética ou a finalidade da vida moral.
• Do ponto de vista dos valores, a ética exprime a maneira como uma cultura e uma sociedade definem para si mesmas o que julgam ser o mal e o vício, a violência e o crime e, como contrapartida, o que consideram ser o bem e a virtude, a brandura e o mérito.
• Independentemente do conteúdo e da forma que cada cultura lhe dá, todas as culturas consideram virtude algo que é o melhor como sentimento, como conduta e como ação.
• A virtude é a excelência, a realização perfeita de um modo de ser, sentir e agir.
• O vício é o que é de pior como sentimento, como conduta e como ação.
• O vício é a baixeza dos sentimentos e das ações.
• Por realizar-se como relação intersubjetiva e social, a ética não é alheia ou indiferente às condições históricas e políticas, econômicas e culturais da ação moral.
• Toda a ética está em relação com o tempo e a história, transformando-se para responder a exigências novas da sociedade e da cultura, pois somos seres históricos e culturais e nossa ação se desenrola no tempo.
4) Os meios morais
• Além do sujeito ou pessoa moral e dos valores ou fins morais, o campo ético é ainda constituído por um outro elemento: os meios para que o sujeito realize os
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