Como Aumentar Sua Auto Estima
Ensaios: Como Aumentar Sua Auto Estima. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: • 10/12/2014 • 1.943 Palavras (8 Páginas) • 262 Visualizações
Como
aumentar sua
auto-estima
Nathaniel Branden
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Prefácio
“Para mim, estar apaixonado ou amar são coisas muito difíceis
porque, no fundo, não me sinto digno do amor”, diz um advogado.
Uma professora universitária, mãe de três fi lhos, comenta:
“Por mais que me empenhe, há uma voz dentro de mim repetindo
o tempo todo ‘Não é o bastante. Não sou boa o sufi ciente’.
Não há alegria no que realizo. Por estar sempre tentando provar
meu valor, me sinto cada vez mais exausta.”
Um adolescente infeliz pergunta: “De que adianta tentar
conquistar alguma coisa? Parece que todos sabem algo que não
sei e nunca serei capaz de saber. É como se eu não tivesse uma
qualidade que o mundo inteiro tem.”
“A felicidade me assusta”, revela um homem que sofre de
alcoolismo. “Tenho a sensação de que, se estiver feliz, algo terrível
acontecerá. Se as coisas estão indo bem, eu tomo um gole, e
depois outro, e logo estrago tudo, mas pelo menos não fi co tão
assustado. É como se recuperasse o controle. Sei o que esperar,
não fi co aguardando o raio cair.”
“Sei que durmo com muitos homens”, diz uma mulher duas
vezes divorciada. “Por alguns minutos, quando estou sendo abraçada,
sinto que sou importante para alguém, que tenho algum
valor. Mas isso é se enganar, eu sei. Depois experimento uma
solidão ainda maior e me desprezo mais do que antes, e isso me
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impele ao próximo homem. Como saio dessa? Como faço para
parar? Como aprendo a amar a mim mesma?”
Como podemos aumentar nossa auto-estima? Como romper o
ciclo de comportamentos autodestrutivos gerados por uma autoestima
negativa? Essas são as perguntas que este livro se propõe
a responder.
Percebi a necessidade desta obra quando, logo após a publicação
do meu livro Honoring the Self (Honrar a si mesmo), passei
a ouvir repetidamente nas entrevistas o seguinte questionamento:
“Dr. Branden, o senhor apresentou um quadro abrangente do papel
da auto-estima na vida humana e do estrago causado por um autoconceito
negativo. Porém, no dia-a-dia, o que uma pessoa pode
fazer para elevar o nível de sua auto-estima sem recorrer a um psicoterapeuta?
O que podemos fazer para acreditar e confi ar em nós
mesmos, para nos sentir mais seguros a respeito de quem somos?”
Vi então que havia necessidade de escrever outra obra sobre
auto-estima. Este livro não é uma extensão da teoria da autoestima,
mas uma ampliação da sua prática. A preocupação básica
é com os atos, tanto mentais quanto físicos, que aumentam ou
diminuem a auto-estima.
As estratégias para fortalecer a auto-estima que recomendo
nas páginas a seguir foram extensivamente testadas por milhares
de pacientes durante três décadas de prática psicoterapêutica.
Foram também testadas por mim, na minha permanente busca
pela realização pessoal. Já observei minha auto-estima se fortalecer
ou se enfraquecer de acordo com o grau em que aplicara
de maneira consciente os princípios e as práticas apresentados
neste livro. Não escrevo como um observador isolado, afastado
do campo de ação, mas como alguém que viveu tudo aquilo que
propõe. Acredite: essas idéias funcionam.
Se sua meta é aumentar a sua autoconfi ança e o seu autorespeito,
Como aumentar sua auto-estima se destina a você.
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Entretanto, como o livro é orientado à ação, pois detalha
exercícios e comportamentos específi cos que melhoram a autoestima,
ele se dirige igualmente a profi ssionais. Os psicoterapeutas
sabem como nossa área carece de procedimentos específi cos
que possam ser aplicados para modifi car um autoconceito negativo.
Espero que eles decidam experimentar em seus próprios
consultórios as ferramentas oferecidas nestas páginas.
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Capítulo 1
A importância da auto-estima
A forma como nos vemos infl uencia todos os aspectos da nossa
experiência, desde a maneira como agimos no trabalho, no
amor e no sexo, passando pelo modo como atuamos como pais,
e até onde provavelmente subiremos na vida. Nossas reações aos
acontecimentos do cotidiano são determinadas por quem e pelo
que pensamos que somos. Os dramas da nossa vida são refl exo
das visões mais íntimas que temos de nós mesmos. Assim, a autoestima
é a chave para o sucesso ou para o fracasso. E também
para entendermos a nós mesmos e aos outros.
Não consigo pensar num único transtorno psicológico – a
não ser os que têm origem em algum problema biológico – que não
esteja relacionado à baixa auto-estima: ansiedade, depressão,
medo da intimidade ou do sucesso, abuso de álcool ou drogas,
defi ciências na escola ou no trabalho, espancamento de companheiros
e fi lhos, disfunções sexuais, imaturidade emocional, suicídio,
crimes violentos... De todos os julgamentos que fazemos,
nenhum é tão importante quanto o que fazemos de nós mesmos.
Uma auto-estima positiva é requisito fundamental para uma
vida satisfatória.
Vamos entender o que é auto-estima. Ela tem dois componentes:
o sentimento de competência pessoal e o sentimento de
valor pessoal. Em outras palavras, a auto-estima é a soma da autoconfi
ança com o auto-respeito. Ela refl ete o julgamento implí-
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cito da nossa capacidade de lidar com os desafi os da vida (entender
e dominar os problemas) e do direito de ser feliz (respeitar e
defender os próprios interesses e necessidades).
Ter uma auto-estima elevada é se sentir adequado à vida, isto
é, competente e merecedor, no sentido que acabou de ser citado.
Ter uma auto-estima baixa é se sentir inadequado à vida, desajustado,
não sob este ou aquele aspecto, mas desajustado como
pessoa. Ter uma auto-estima média é oscilar entre se sentir adequado
ou inadequado como pessoa e manifestar essa inconsistência
no comportamento – às vezes agindo com sabedoria, às
vezes com estupidez –, reforçando, portanto, o sentimento de
incerteza.
A capacidade de desenvolver uma autoconfi ança e um autorespeito
saudáveis é inerente à nossa natureza, pois o pensamento
é a fonte primordial da nossa competência, e o fato de estarmos
vivos é o bastante para nos garantir o direito de lutar pela felicidade.
Em um mundo ideal, todos deveriam desfrutar um alto
nível de auto-estima, vivenciando tanto a autoconfi ança intelectual
quanto a certeza de merecer o que há de melhor. Entretanto,
um grande número de pessoas não se sente assim. Muitas sofrem
com sentimentos de inadequação, insegurança, dúvida, culpa e
medo de uma participação plena na vida – uma sensação vaga de
não ser bom o bastante. Esses sentimentos nem sempre são reconhecidos
e admitidos de imediato, mas eles existem.
É muito fácil nos distanciarmos de um autoconceito positivo
(ou nem formarmos um) durante o processo de crescimento e
o próprio desenrolar da vida. Poderemos nunca chegar a uma
visão feliz de nós mesmos por causa das informações negativas
vindas dos outros, ou porque falhamos em nossa própria honestidade,
integridade, responsabilidade e auto-afi rmação, ou ainda
porque julgamos as próprias ações a partir de uma compreensão
e uma compaixão inapropriadas.
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Entretanto, a auto-estima constitui sempre uma questão de
grau. Não conheço ninguém que seja totalmente carente de autoestima
positiva, nem que seja incapaz de elevá-la.
Desenvolver a auto-estima é trabalhar a convicção de que somos
capazes de viver e somos merecedores da felicidade, e, portanto,
aptos a enfrentar a vida com mais confi ança, boa vontade
e otimismo, o que nos ajuda a atingir nossas metas e a nos sentirmos
realizados. Desenvolver a auto-estima é expandir nossa
capacidade de ser feliz.
Se entendermos isso, poderemos compreender o fato de que
melhorar a auto-estima é vantajoso para todos. Não é necessário
que nos odiemos antes de aprender a nos amarmos mais; não é
preciso nos sentirmos inferiores para querermos ser confi antes;
não temos de nos sentir infelizes para querermos expandir nossa
disposição para a alegria.
Quanto maior a nossa auto-estima, mais bem equipados estaremos
para lidar com as adversidades da vida. Quanto mais
fl exíveis formos, melhor resistiremos à pressão de sucumbir ao
desespero ou à derrota.
Quanto maior a nossa auto-estima, maior a probabilidade de
sermos criativos no trabalho, ou seja, de obtermos sucesso.
Quanto maior a nossa auto-estima, mais ambiciosos seremos,
não necessariamente na carreira ou no âmbito fi nanceiro,
mas em termos das experiências que esperamos vivenciar de maneira
emocional, criativa ou espiritual.
Quanto maior a nossa auto-estima, maiores serão as nossas
chances de mantermos relacionamentos saudáveis, pois, assim
como o amor atrai o amor, a saúde atrai a saúde – e a vitalidade
e a sociabilidade são muito mais atraentes do que o vazio e o
oportunismo.
Quanto maior a nossa auto-estima, mais inclinados estaremos
a tratar os outros com respeito, benevolência e boa vontade,
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pois não os veremos como ameaça ou como estranhos, uma vez
que o auto-respeito é a base do respeito pelos outros.
Quanto maior a nossa auto-estima, mais alegria encontraremos
no simples fato de existir, de despertar pela manhã, de viver
dentro de nosso corpo.
São essas as recompensas que a autoconfiança e o autorespeito
nos oferecem.
O primeiro passo para expandir nossas possibilidades positivas
e a partir daí transformar a qualidade da nossa existência é
fortalecer a auto-estima.
Vamos nos aprofundar um pouco mais no signifi cado do
conceito de auto-estima.
Auto-estima é uma experiência pessoal, reside no íntimo do
nosso ser. É o que eu penso e sinto sobre mim mesmo, não o que
o outro pensa e sente sobre mim.
Quando crianças, nossa autoconfi ança e nosso auto-respeito
foram fortalecidos ou destruídos pelos adultos, conforme tenhamos
sido respeitados, amados, valorizados e encorajados a confi
ar em nós mesmos. Entretanto, mesmo nos primeiros anos de
vida, nossas escolhas e decisões foram muito importantes para o
desenvolvimento futuro da auto-estima. Estamos longe de ser meros
receptáculos da visão que as outras pessoas têm de nós. E, de
qualquer forma, independentemente de nossa criação, quando nos
tornamos adultos a responsabilidade passa a ser apenas nossa.
Ninguém pode respirar por nós, ninguém pode pensar por
nós, ninguém pode nos dar autoconfi ança e amor-próprio.
Posso ser amado por minha família, por meu companheiro
ou companheira e por meus amigos e, mesmo assim, não amar a
mim mesmo. Posso ser admirado por meus colegas de trabalho
mas me ver como um inútil. Posso projetar uma imagem de segurança
e equilíbrio que ilude todos à minha volta e ainda assim
tremer por dentro ao sentir minha inadequação.
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Posso preencher todas as expectativas dos outros e, no entanto,
falhar em relação às minhas; posso conquistar todas as honras
e, apesar disso, sentir que não realizei nada; posso ser adorado
por milhões e despertar todas as manhãs com uma nauseante
sensação de fraude e vazio.
Se temos sucesso mas não contamos com uma auto-estima
positiva, estamos fadados a nos sentir como um impostor que
aguarda nervoso o momento em que será desmascarado.
Assim como os aplausos não aumentam nossa auto-estima,
também não o fazem os conhecimentos, a competência, as posses
materiais, o casamento, a paternidade, as ações de caridade,
as conquistas sexuais nem as cirurgias plásticas. Esses fatores
podem até fazer com que gostemos mais de nós mesmos por um
tempo, ou que nos sintamos mais à vontade em situações específi
cas, mas conforto não é auto-estima.
Infelizmente, existem muitas pessoas que procuram a autoconfi
ança e a auto-estima em todos os lugares, menos dentro de
si mesmas, e, assim, fracassam em sua busca. Veremos adiante
que a auto-estima positiva pode ser entendida como um tipo de
conquista espiritual, isto é, uma vitória na evolução da consciência.
Quando começarmos a ver a auto-estima dessa forma, como
uma condição da consciência, compreenderemos quanta tolice
há em acreditar que, se pudermos causar uma boa impressão nos
outros, teremos uma auto-avaliação positiva. Pararemos de dizer
a nós mesmos: “Se pelo menos eu conseguisse uma promoção;
se pelo menos me casasse e tivesse fi lhos; se pelo menos pudesse
comprar um carro melhor; se pelo menos pudesse escrever mais
um livro, comprar mais uma empresa, ter mais um amante, receber
mais um prêmio, obter mais um reconhecimento de minha
generosidade... – então realmente me sentiria em paz comigo
mesmo.” Perceberemos por fi m que, como a busca é irracional, o
anseio será sempre por “mais alguma coisa”.
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Se ter auto-estima é me julgar merecedor da vida, se é reconhecer
que tenho competência e valor, se é a auto-afi rmação da
consciência, de uma mente que confi a em si mesma, ninguém
pode gerar essa experiência a não ser eu mesmo.
Quando avaliamos a verdadeira natureza da auto-estima, vemos
que ela não é competitiva nem comparativa.
A verdadeira auto-estima não é expressada pela autoglorifi -
cação obtida à custa dos outros, nem pela intenção de se tornar
superior aos demais, diminuindo alguém para poder se elevar.
A arrogância, o orgulho e a superestima de nossas capacidades
refl etem uma auto-estima inadequada, e não, como imaginam
alguns, excesso de auto-estima.
Uma das características mais signifi cativas da auto-estima
saudável é que ela é o estado da pessoa que não está em guerra
consigo mesma nem com os outros.
A importância de uma auto-estima saudável reside no fato de
que ela forma a base de nossa capacidade de reagir ativa e positivamente
às oportunidades da vida – seja no trabalho, no amor
ou no lazer. Além disso, ela é a responsável pela serenidade de
espírito que nos possibilita desfrutar a existência.
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