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Considerações Sobre Silêncio de Zimmmerman

Por:   •  27/11/2017  •  Resenha  •  368 Palavras (2 Páginas)  •  469 Visualizações

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Inicialmente os psicanalistas viam o silêncio do paciente unicamente como uma resistência à análise, isto porque para eles a analise girava à volta de uma constante “associação livre”, logo, se não haviam verbalizações não havia possibilidade de desenvolver o processo de psicanalise. A ideia de Zimerman é de que, a par de uma resistência, o silencio também tem uma função de comunicação não-verbal na análise.

Assim, um paciente silencioso não deve ser sempre encarado como resistente, apesar de os silêncios excessivos poderem ser um obstáculo à analise.

Segundo Zimerman o psicanalista deve ver o silencio como um idioma de comunicação à espera de ser descodificado e traduzido em palavras simples e compreensíveis. Cabe ao analista perceber quais os silêncios que são necessários e estruturantes e quais aqueles que impedem o desenvolvimento da análise. Assim, perante pacientes silenciosos, cresce a necessidade de entender e interpretar, sem excessos, a comunicação não verbal como os gestos, movimentos e linguagem corporal.

Segundo Zimmermar O timing das interpretações é muito importante para o paciente silencioso especialmente se este for adolescente por duas razões:

“Uma é que se o analista demorar demais em tocar certos aspectos que não foram explicitamente verbalizados porém que ele intui que está na mente do seu paciente, especialmente se este for um adolescente, pode parecer que se trate de um tabu intocável e aumenta a sua inibição verbal. A segunda razão é a de que se o analista interpretar antes do tempo, pode soar como acusação, exigência intrusiva ou algo do gênero, assim reforçando o superego ou ideal do ego que já tanto assolam ao paciente.” (Zimerman, 1999)

Zimerman também pontua que fazer pausas silenciosas durante a sessão pode ser muito importante. O silêncio provoca angústia, que segundo ele, seria a matéria prima para o desenvolvimento da análise, pois iria evocar o reviver de antigas situações traumáticas.

Por fim Zimerman deixa claro que se por um lado, uma atitude demasiado silenciosa demonstra alguma dificuldade ao evitar uma aproximação mais estreita com o paciente, um terapeuta que não propicia um espaço de silencio também demonstra alguma ansiedade que decorre muitas vezes das próprias angustias do terapeuta, que resultam das suas dúvidas, do seu “não compreender” o que se está a passar na situação analítica.

 

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