Coringa: O Sorriso de um Psicopata
Por: Juliana Magrin • 9/5/2017 • Trabalho acadêmico • 7.296 Palavras (30 Páginas) • 863 Visualizações
RESUMO
A psicopatia é caracterizada por características comportamentais que desviam do padrão. Ela pode ser observada a partir de várias características como frieza e afetividade pouco elaborada. Sabendo-se a importância de falar sobre a psicopatia e manicômios da atualidade, esta pesquisa teve como principal objetivo descrever e analisar aspectos relativos à psicopatia do personagem Coringa, da DC Comics, por meio de um filme e de duas histórias em quadrinhos. Discutiu-se as consequências para a sociedade trazidas pelas ações do Coringa, seus relacionamentos interpessoais e constatou-se que o personagem possui várias características presentes no diagnóstico de transtornos de personalidade como transtorno histriônico e transtorno antissocial, além de também poder ser considerado um psicopata, já que, ademais outras características de tal transtorno presente nele, possui tendência a mentir e ausência de remorso em ambas as mídias analisadas. Por fim, foi feita uma sutil crítica aos manicômios atuais, que não contribuem para a melhora de seus pacientes, apenas isolando-os de forma desumanizadora.
Palavras-chave: Coringa, Transtornos de Personalidade, Transtorno Antissocial, Psicopatia, Loucura, Manicômios, Síndrome de Estocolmo, Transtorno Histriônico.
SUMÁRIO
RESUMO 2
SUMÁRIO 3
1. APRESENTAÇÃO 4
2. INTRODUÇÃO 5
3. OBJETIVOS 10
4. MÉTODO 10
4.1 Delineamento da pesquisa 10
4.2 Material 11
4.2.1 História em quadrinho Batman – A Piada Mortal 11
4.2.2 Filme Batman: O Cavaleiro das Trevas 12
4.2.3 Graphic Novel Batman - Arlequina 13
4.3 Procedimento 13
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO 14
5.1 Análise de Dados referentes aos transtornos de personalidade 14
5.2 Análise de Dados referentes às consequências na sociedade 18
5.3 Análise de Dados referentes às relações interpessoais 20
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 21
7. REFERÊNCIAS 21
1. APRESENTAÇÃO
A temática a ser tratada na atual pesquisa refere-se à psicopatia e transtornos de personalidade, segundo os conceitos apresentados pela psiquiatria através critérios do CID 10 e do DSM-V. Utilizou-se um personagem das histórias em quadrinhos do Batman, o qual leva o nome “Coringa” para fazer um estudo com bases em seus comportamentos, a fim de identificar se existe algum transtorno em sua personalidade.
Nessa pesquisa foi realizado um levantamento de dados sobre o personagem, tanto em quadrinhos como no filme, e também sobre psicopatia e suas implicações na vida do individuo e no seu convívio com os outros, suas relações interpessoais.
Através das leituras realizadas a respeito do assunto, foi possível observar as características apresentadas pelo personagem por ambos os critérios do CID-10 e DSM-V, como Psicopatia, Transtornos de Personalidade, o Transtorno Histriônico, Transtorno Antissocial e a Loucura. As características do personagem em questão foram feitas com base em análise da história em quadrinho “A Piada Mortal”, de 1988, da DC Comics, e do filme “Batman: O Cavaleiro das Trevas”, de 2008, de Christopher Nolan. Também foi utilizada a graphic novel que leva o nome “Batman – Arlequina”, de 2015, escrito por Paul Dini, que conta a origem da personagem Arlequina, a ex-psiquiatra do Coringa, para ilustrar as consequências na sociedade, já que se pode considerar que ela sofre de uma Síndrome chamada Síndrome do Estocolmo.
Notou-se que existe uma grande incidência de Transtornos de Personalidade nos quadrinhos e no filme, sendo que tal assunto é extremamente relevante para nós, estudantes de Psicologia, levando em conta que é um tópico muito atual, muitas vezes abordado de forma sutil em outras mídias. Logo este fato e a própria afinidade do grupo com o personagem escolhido motivou a escolha do objeto de estudo.
Tem-se como objetivo de pesquisa a descrição e análise de aspectos da psicopatia, a identificação de tais psicopatias, como os transtornos de personalidade, presentes no personagem citado; relacionando com consequências geradas na sociedade – dentre elas, da própria personagem Arlequina.
Escolhemos mídias mais atuais para tornar os elementos dessa pesquisa menos distantes para as pessoas, pois essa é uma realidade muitas vezes embaçada. Além disso, filmes são uma alternativa boa de ensino, já que usa-se uma linguagem mais aceitável, tornando o aprendizado mais prazeroso que em aulas convencionais. (MAIA et al, 2005).
Por fim, tentamos, nesta pesquisa, fornecer mais informações sobre os transtornos de personalidade, um assunto não muito bem difundido no senso comum, e que produz muita confusão. Achamos importante chamar atenção para o modo que os sanatórios e locais semelhantes desumanizam os indivíduos, que foram simplesmente enterrados pela sociedade que os exclui. Dessa forma, esse estudo é importante para haver melhor entendimento sobre tais assuntos, deixando a generalização para trás.
2. INTRODUÇÃO
A psicopatologia é a área de conhecimento que pertence ao campo epistêmico da Medicina. (SCHWARTZMAN, 1997). Ela divide a vida mental em funções da psique, e estuda as alterações da consciência, como dissociação, fenômenos alucinatórios, delírios, os quais podem ser mais bem visualizados em filmes (MAIA et al, 2005). “O termo ‘psicopatologia’ encontra-se associado a um grande número de disciplinas que se interessam pelo sofrimento psíquico.” (CECCARELLI, 2003, p. 14).
Tem-se que a psicopatia é um Transtorno de Personalidade estudado pela psicopatologia, e é caracterizada por aspectos de afeição e relacionamento e características comportamentais que desviam do padrão, e não estão limitadas a pessoas presas ou forenses, entretanto pouco se sabe sobre sua origem e desenvolvimento. (WANGBY; BERGMAN; MAGNUSSUN, 1999; WILKOWSKI; ROBINSON, 2008). Para Hauck Filho, Teixeira e Dias (2009), a psicopatia é complexa, envolve comportamentos e personalidade, que podem ser manifestados em contextos sociais específicos. Tal fato acaba tornando difícil a criação de medidas e instrumentos para avaliar comportamentos da psicopatia, mesmo existindo meios para avaliação de psicopatas em entrevistas. (ZOLONDEK et al, 2007).
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