Culto Ao Corpo
Trabalho Escolar: Culto Ao Corpo. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: daianes16 • 2/3/2015 • 3.186 Palavras (13 Páginas) • 745 Visualizações
INTRODUÇÃO:
Este trabalho tem como objetivo analisar e compreender como o corpo é cultuado no século XXI. Não é necessária muita reflexão para identificarmos quais são os padrões estéticos aos quais a nossa sociedade contemporânea valoriza e como o corpo deve ser cultuado para alcança-los; basta comprar uma revista ou jornal, assistir a um filme ou programa na televisão. A mídia tem nos bombardeado com esses padrões a todo instante independente da vontade das pessoas em receber essa informação. A função da mídia é muito evidente, deve-se valorizar aquilo que as industrias multimilionárias possam vender (como produtos para os cabelo, unhas, pele, cirurgias plásticas, medicamentos redutores de apetite, livros de dieta, produtos dietéticos, vestuários, etc.), as mesmas industrias que lucram com as inseguranças das pessoas e com os seus desejos em alcançar uma posição de destaque na sociedade em que vivem (seja esta posição a um nível limitado como a sua própria cidade, ou a nível mais amplo, como o seu país ou o mundo) ,estas gastam uma quantia exorbitante de dinheiro para promoverem os seus produtos na mídia (formando um ciclo onde a mídia depende das indústrias e as indústrias precisam da mídia). Infelizmente essa pressão não é exclusividade da mídia (se fosse assim, bastava ignora-la), temos uma sociedade, amigos, familiares, empregadores e tecnologias aos quais não podemos ignorar, e que não nos deixam esquecer o que e como devemos aparentar para nos destacarmos dentre os outros. Como resultado dessa constante pressão temos um problema crescente de pessoas em todo o mundo com a sua imagem corporal distorcida, a qual tem efeito catastrófico na saúde mental e física dos mesmos, muitas vezes sendo fatal. Novas técnicas, métodos e produtos são criados quase que diariamente para suprir a crescente procura e exigências dos consumidores (principalmente a de um efeito rápido, quase por mágica), ninguém quer passar por sofrimentos desnecessários e durante longos períodos para alcançar a suas metas, querem apenas dormir “feias” e acordarem “perfeitas”, já aviso de antemão que nossa tecnologia não esta tão avançada assim. Nesta empreitada da busca pela beleza perfeita nos deparamos mais com fracassos do que com sucessos, para aqueles que fracassam sobram os problemas psicológicos (como baixa auto-estima, depressão, infelicidade, depreciação e vergonha) ou danos físicos reversíveis ou irreversíveis (cirurgias plásticas mal sucedidas, anorexia e bulimia). Para muitos a felicidade esta interliga à conquista de sua meta , e novas técnicas e métodos são utilizados para alcança-la ou para se manter nela. No Brasil o culto ao corpo não é diferente do restante do globo, isso por que somos influenciados pelas tendências que ocorrem fora do nosso país a muitos séculos (através dos imigrantes e dos filmes de outros países, principalmente os estadunidenses). Uma pergunta que deve ser respondida para entendermos a situação da nossa sociedade do século XXI quanto ao culto ao corpo é: esta neurose de magreza e de busca pelo corpo perfeito a qual muitos apresentam, pertence apenas ao nosso período ou esta é herdada de períodos anteriores (PONTO DE INTERROGAÇÃO) Para isso é necessário analisarmos como o corpo era cultuado e quais eram os padrões estéticos em períodos anteriores. Conseguiremos chegar á conclusão de que a neurose não é uma exclusividade do nosso tempo.
CULTO AO CORPO E PADRÃO DE ESTÉTICA DURANTE OS PERÍODOS:
Na era da Pré- historia (3.500 a.C), o corpo era cultuado como um instrumento, o qual era fundamental para driblar as adversidades do meio ambiente. Quanto a aspectos estéticos, estátuas encontradas, como a Vênus de Berekhat Ram, retratam imagens femininas com corpos volumosos ou mais precisamente as representam obesas. A representação exata dessas estátuas é controversa. Para muitos antropólogos, estas representam mulheres gravidas ou lactantes, já para outros, estas são a representação dos padrões de estética da época.
Na Grécia antiga (1.100 a.C – 146 a.C), o corpo era visto como algo a ser apreciado, melhorado e equilibrado com a parte mental. Sendo importante não apenas um corpo saudável, mas também uma mente sã e funcional. Nesta época a estética valorizada era a de corpos com traços atléticos, harmoniosos e semelhantes aos deuses. Os filósofos e médicos gregos tinham conhecimento de que um corpo obeso ou muito magro provocaria a morte precoce do individuo; para se restabelecer a saúde, Hipócrates prescrevia dietas, exercícios físicos ou trabalho, e até mesmo a indução do vômito (bulimia) aos seus pacientes.
Na idade média ( século V – XV), ocorre um retrocesso, o culto ao corpo sofre influências da igreja católica, a qual assegurava que este era a morada de Deus e por isso deveria ser tratado de forma discreta, sem despertar atenções (principalmente o corpo feminino, que deveria ser coberto) e consequentemente induzir aos pecados carnais. A área médica acaba sendo estagnada devido à proibição da dissecação do corpo humano e do estudo de patologias a nível cientifico. As patologias e deficiências eram creditadas a razões metafisicas como atos pecaminosos, punição divina ou por espíritos malignos; por exemplo a obesidade, que era vista como consequência da gula. Os corpos masculinos deveriam ter condições físicas para a luta e o corpo feminino deveria aparentar fragilidade, fertilidade (quadris largos e o ventre avolumado) e aspectos de pureza angelical.
Durante a idade moderna (século XV – XVIII) , o continente europeu passava por problemas na agricultura causando escassez de alimentos, se tornando um período de fome e de miséria para a maioria da população, enquanto uma minoria consumia as suas refeições normalmente. O padrão estético feminino da época é descrito pelo poeta britânico sir John Harington como “a pele e os dentes devem ser claros, brilhantes e asseados, seios largos, ancas largas [região que se estende da cintura até as coxas]”, ou seja numa época de fome, as pessoas mais volumosas representavam o poder econômico de sua família (porem as cinturas deveriam ser finas). Para se conseguir essas características, as mulheres da burguesia começaram a usar espartilhos (os quais comprimiam as costelas e a região abdominal, proporcionando um afinamento da cintura e aumento dos seios e dos quadris) mesmo que este provocasse sérios danos a saúde das mesmas. Esta foi uma maneira que as mulheres da burguesia encontraram para se diferenciarem da aristocracia decadente e das classes inferiores.
Durante o movimento romantismo (século XVIII – XIX), os padrões estéticos para as mulheres quanto para os homens passa a ser de uma figura pálida, com
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