Curiosidades sobre tag

O que nossos pacientes querem e necessitam saber sobre transtorno de ansiedade generalizada?

Tendo Christer Allgulander, do Instituto Karolinska, Departamento de Neurociência Clínica, Divisão de Psiquiatria, Estocolmo, Suécia; atendido pacientes ansiosos por 25 anos e realizado vários ensaios clínicos com ansiolíticos, reuniu neste artigo, as respostas sobre transtorno de ansiedade generalizada (TAG). A característica central do transtorno de ansiedade generalizada é a: preocupação. O aspecto da preocupação torna-se aparente quando o paciente recebe proposta para tomar decisões ou aguardando uma decisão.

Algumas perguntas e respostas interessantes foram apresentadas, tais como: quais são os limites entre as reações de ansiedade normais e os diagnósticos psiquiátricos?

Algumas pessoas possuem um risco inato de desenvolverem ansiedade patológica, incluindo TAG, independentemente da adversidade social. A serotonina tem um papel na regulação do humor e da ansiedade. Em estudos experimentais os medicamentos que modulam o turnover da serotonina (inibidores seletivos de recaptação da serotonina - ISRSs) modificaram diretamente a forma como os sinais eram percebidos e como a medicação afeta. A preocupação que é típica da TAG resulta em tomadas de decisões ruins, relacionamentos disfuncionais, diminuição da performance no trabalho e tendência ao isolamento social. O TAG aumenta o risco de depressão e abuso de álcool e, possivelmente, de doença cardiovascular. Não  há dúvidas de que o TAG deve ser tratado com medicamentos ou psicoterapia, ou ambos.

Outra questão é com relação ao melhor tratamento para o transtorno de ansiedade: psicofarmacológico e/ou psicoterapia.

É importante discutir as opções com os pacientes, explicando o benefício de cada tratamento. A psicoterapia, por meio da terapia cognitivo-comportamental (TCC) ou a medicação funcionam. Os pacientes em geral preferem primeiro tentar a medicação e depois passar por algumas sessões de TCC. Medicações ansiolíticas ajudam a maioria dos pacientes com TAG, as principais medicações escolhidas são os ISRSs e os inibidores da recaptação da serotonina e da noradrenalina (IRSNs), devido às suas propriedades ansiolíticas e antidepressivas combinadas e pela sua eficácia sustentada no longo prazo.

Uma outra questão refere-se ao efeito de algumas drogas de provocarem dependência.

Os médicos que tratam de pacientes com ansiedade sabem dos benefícios ansiolíticos do tratamento com ISRSs/IRSNs, no período de dois a quatro meses, três de cada quatro pacientes relatam alívio e uma melhora na capacidade de tomar decisões, de priorizar tarefas, de gerenciar riscos e de sociabilizar com os pares e com a família. No período de 4 a 12 meses, os pacientes relatam uma melhora notável nos relacionamentos e no funcionamento do trabalho. Dependentes de drogas ilegais ou de álcool em busca de experimentar efeitos eufóricos ou estimulantes não utilizam ISRSs/IRSNs. Essas medicações não têm potencial de causar dependência.

Os efeitos colaterais, também devem ser discutidos com os pacientes. Os pacientes podem experimentar alguma náusea, sudorese ou sonolência e, raramente, alguma ansiedade aumentada. O médico deve explicar que ele o paciente não vai ter uma redução imediata da ansiedade e que é necessário esperar pelo menos dois meses. Mesmo quando sua ansiedade tiver sido reduzida alguns pacientes podem apresentar um desejo sexual diminuído (ou às vezes aumentado) e os orgasmos podem ser retardados ou não serem atingidos. Se os pacientes esquecerem de tomar sua dose diária, algumas medicações (paroxetina e venlafaxina, em particular) são conhecidas por causarem náusea e sonolência, sintomas que desaparecem duas ou três horas após uma nova dose.

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