Curso de Psicologia no Cotidiano
Por: Danieli Danni • 17/2/2023 • Resenha • 2.262 Palavras (10 Páginas) • 69 Visualizações
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CURSO DE PSICOLOGIA
PSICOLOGIA DO COTIDIANO
BAURU
UNIVERSIDADE PAULISTA UNIP
CURSO DE PSICOLOGIA
PSICOLOGIA DO COTIDIANO
ALUNA: Danieli Ap. Pintor
RA: A81EAG-8
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BAURU
O filme a caça relata sobre a vida de um homem chamado Lucas, que é professor em uma escola de educação infantil e que está passando por um divórcio conturbado e recente, tentando recomeçar a vida. Ele aparentemente é muito apegado ao seu filho, um adolescente ao qual sua e- esposa não quer o deixar ter contato.
O Filme se passa em uma escola onde Lucas é professor e é muito querido pelos alunos, este sempre brinca com eles e as dá muita atenção, mas em especial ele é muito querido pela filha de um grande amigo, uma menina de 5 anos chamada Clara que desenvolve um apego muito forte pelo professor. A menina é muito sozinha em casa pois seus pais estão sempre discutindo e seu irmão mais velho, é um adolescente que está na fase da puberdade. Um dia ele e um amigo mostraram um órgão genital masculino ereto em uma foto para Clara, que por sua vez ficou muito chateada.
Sempre que Lucas podia levava Clara para a escola e a deixava em casa, eles passeavam com sua cachorra e de divertiam, então o professor acabava suprindo a atenção que clara não recebia em casa pelos pais e pelo irmão, o que alimentava mais ainda os sentimentos da menina por ele. Um dia enquanto Lucas brincava com seus alunos no chão ele se fingiu de morto e Clara o surpreendeu com um beijo em sua boca e depois colocou um cartão de amor que tinha feito para ele dentro da sua blusa. O professor explicou a ela que isso não podia acontecer, enquanto ele falava com ela, a menina negava tudo e falou que não fez nenhuma carta.
Após o ocorrido, Clara passa a ter raiva do professor e conta para a diretora da escola que não gosta de Lucas e que dá a entender que ele mostrou as partes intimas para ela. A diretora, com sua boa intenção em proteger as crianças, mas com seu senso comum que ter certeza apenas que, “crianças não mentem” acaba chamando um psicólogo para conversar com Clara, que se mostra impaciente e dizendo que queria sair para brincar, assim, ela começa a dizer “sim” para todas as perguntas do profissional, fazendo com que Lucas pareça cada vez mais culpado. Então, uma reunião é marcada com todos os pais das crianças, onde mais histórias ruins sobre ele começam a surgir, o que começa a deixar a população furiosa. Logo então, a vida do professor entra em colapso, ele perde o seu emprego e agora começa a responder a denúncia de pedofilia. A cidade toda rejeita o professor, ele fica proibido de entrar em locais públicos, sofre violências físicas e verbais de quase todas as pessoas da cidade e junto também seu filho que fugiu de sua casa para apoiar o pai também sofre por apoiar e acreditar no pai.
Lucas decide procurar seu melhor amigo, para pedir que converse com Clara e acredite em sua inocência, as cenas se passam e a menina acaba confessando para a mãe que tudo não passou de uma mentira, mas já é tarde, ninguém acredita mais na verdadeira história. Com a vinda de seu filho Marcus postergada por conta das notícias que correm, ele está sozinho e abalado, apenas com a sua velha companheira, a cachorra. Até que por uma surpresa, seu filho acaba chegando para uma visita, onde o mesmo é humilhado no mercado local pelo suposto ato de seu pai, então quando o adolescente volta para a casa, vê seu pai sendo levado pelos policiais.
A única ajuda que Lucas e seu filho recebem, são de seus fiéis a amigos de caça, onde nunca deixaram de acreditar em sua inocência.
Quando ele sai da cadeia, as perseguições começam a serem maiores, matam sua cachorra, o proíbem de frequentar comércios locais, agridem-no nas ruas, vai piorando conforme o tempo passa, e acaba fazendo com que ele mal saia de sua casa e viva sua vida solitária e triste. Até que em um determinado dia, o pai de Clara não aguenta mais ver aquela situação e decide procurá-lo para uma conversa, a qual acaba não sendo muito bem-sucedida. Um ano se passa, Lucas ainda continua marginalizado pela sua população local, leva um tiro de raspão enquanto caça com seu filho. E por mais uma vez fora acolhido por seus amigos do clube de caça, que nunca o deixaram.
ANÁLISE
O desdobramento do filme diz respeito exatamente àquilo que os personagens pensam que sabem. O problema clássico é que, como fica claro dadas as condições e as evidências disponíveis, não há como ninguém saber se de fato Lucas abusou da menina. Eles o julgam através de um conhecimento indireto, pois quem fez a denúncia foi a diretora da escola a partir das palavras de Clara. Nos traz uma crítica ao senso de justiça que o ser humano tem, a vontade de fazer justiça com as próprias mãos, a comunidade passa a persegui-lo, seus instintos são aflorados, de forma irresponsável. Lucas deixou de viver pois lhe extirparam a existência. O que é totalmente ao contrário do que aprendemos com a matéria de Psicologia do cotidiano, pois com todas as observações, provas, jamais devemos julgar a pessoa que está ali.
O senso de comunidade é bem retratado no filme; mostrando que todos na cidade se conhecem e tem uma ótima relação entre eles. A personagem principal frequenta a igreja como os demais moradores e tem um grupo de amigos que se reúnem para confraternizar frequentemente. A rotina sai do normal com a suposta acusação de Clara. Analisamos então, os riscos de exposição de crianças a pornografia e as consequências desta exposição que pode ser devastadora. Tal construção acerca do órgão masculino surgiu para Clara a partir da cena em que os garotos mostram para ela a foto de um pênis ereto, o que nos sugere o encontro de Clara com uma cena sexual para a qual não possuía ainda recursos psíquicos para simbolizar, assim constrói a mentira contra o professor Lucas. De acordo com a teoria de Freud, a fase fálica é a fase mais crucial para o desenvolvimento sexual na vida de uma criança. Ela se concentra nos órgãos genitais (Complexo de Édipo), ou a falta deles (Complexo de Electra). Essa construção é por volta do terceiro aos seis anos de idade (provável idade da Clara no filme). Podem desenvolver ciúmes ou mostrar condutas que vão deste o afeto possessivo pelo pai até uma certa hostilidade se em um dado momento a menina não consegue o que deseja da figura materna. Sentimento de confiança e segurança da criança em relação a si mesma e, principalmente, em relação àqueles que a rodeiam, sejam figuras parentais ou outros integrantes de seu círculo e relações sociais. Isso pode explicar a reação de Clara quando se sentiu rejeitada.
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