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Casos: Custo. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: • 12/5/2013 • 8.325 Palavras (34 Páginas) • 6.223 Visualizações
1. BREVE HISTÓRICO DO NASCIMENTO DAS CIÊNCIAS
O processo de construção das várias formas de conhecimento possui sua própria
história. Pelo fato de ser histórico, significa que é algo mutável, que se transforma com
o tempo.
O pensamento científico, base da estrutura do nosso pensamento subjetivo, pessoal,
nasce com a Revolução Científica que acontece durante o século XVI, na Europa,
tornando-se referência para todo o Ocidente. Antes disso, especialmente no período
que convencionamos chamar de Antiguidade (auge da Grécia e Roma antigas), o
pensamento dominante (enquanto paradigma, ou seja, modelo de entendimento) era
aquele que construía as verdades (o conhecimento enquanto compreensão de mundo)
fundamentando-se em um universo místico, mitológico, do qual derivariam as decisões
que desencadeariam os acontecimentos sobre este espaço mundano.
A ciência, neste período, possuía um caráter contemplativo dos fenômenos naturais,
humanos e sociais. A razão humana, traduzida num jogo de palavras e sentenças
mobilizadas pelo pensamento filosófico, era o necessário para a decodificação dos
fenômenos. A experimentação e a sistematização da investigação não constituíam
uma preocupação nesta época.
Na Idade Média, período histórico subsequente, a produção do conhecimento ficou
restrita às Sagradas Escrituras. O livre pensar, característico dos antigos pensadores
gregos (pense em Aristóteles, por exemplo) foi condenado pela Igreja Católica que,
após a queda do Império Romano, tornou-se a instituição de maior poder na Europa.
O pensamento cristão passou a ser dominante, sendo a preparação para a vida eterna
(pós-morte) a maior preocupação das pessoas nesta época. Questionar, experimentar,
investigar passaram a ser atitudes condenadas e julgadas pela Santa Inquisição
(lembre-se de Galileu Galilei).
A ascensão da burguesia, camada social intermediária entre a nobreza e o povo neste
período, trouxe a necessidade da ampliação de mercados para seus negócios,
fazendo nascer o período das Grandes Navegações e da colonização das Américas e
da África.
Para este contexto de abertura, o pensamento cristão, limitado e castrador, já não
servia mais. O movimento das pessoas, tanto em termos da produção material quanto
em termos da produção intelectual, pedia por uma revolução do pensamento, mesmo
porque a idéia de um mundo plano e finito havia sido seriamente abalada com o fato
de europeus terem chegado às Américas (onde se acreditava ser o fim do mundo, um
abismo profundo e infinito).
A partir de então e pelos séculos posteriores, até os dias atuais, dá-se início ao
processo de racionalização e especialização do pensamento e da produção do
conhecimento. O século XVII, denominado “o século do método”, teve como
contemporâneos Descartes, Locke, Bacon, Kepler, Newton, herdeiros dessa nova
ordem, responsáveis pela organização e sistematização do método de investigação
científica, que passa a ser concebido como a única maneira de se chegar à verdade
dos fatos e fenômenos em todas as áreas do conhecimento (que agora está dividido,
especializado).
Esse processo de divisão e especialização do conhecimento foi fundamental para o
desenvolvimento do sistema capitalista de produção. Ao se dessacralizar a natureza,
separando-a da natureza humana, acreditou-se ser possível dominar as forças
naturais e colocá-las a serviço do capital. Neste contexto, a primeira separação que se
deu foi entre o “conhecimento de senso comum” e o “conhecimento científico”.
Vejamos suas características:
Conhecimento de Senso comum Conhecimento científico
sensorial/ parcial
subjetivo
contraditório
sem reflexão/ sem método
fragmentário/ difuso/ assistemático
racionalidade/ objetividade
sistematização/padronização/generalização
lógica/ precisão/ quantificação
simplicidade/ harmonia/ homogeneidade
ciências naturais como modelo de ciência
A incerteza da razão entregue a si mesma opõe-se à certeza da experiência ordenada.
A matemática se torna o instrumento privilegiado de análise, a lógica da investigação,
o modelo de representação da própria estrutura da matéria, do mundo natural e social.
Assim, conhecer significa quantificar, dividir e classificar, para depois estabelecer
relações sistemáticas entre as partes. A distinção entre “condições iniciais” e “leis da
natureza” é primordial. As primeiras são complicações, acidentes, sendo necessário
selecionar as condições relevantes ao fato a ser observado; as leis naturais
representam a simplicidade e a regularidade, sendo passíveis ao rigor da observação
e da quantificação. Apesar de nem um pouco natural e completamente arbitrária, é
sobre esta distinção que se assenta toda ciência moderna.
2. DOCUMENTOS DE DIVULGAÇÃO DE TRABALHOS
CIENTÍFICOS: PROJETO, ARTIGO, MONOGRAFIA,
DISSERTAÇÃO E TESE
Projeto de pesquisa
Quando resolvemos fazer uma viagem ou um grande investimento (comprar um
imóvel, por exemplo), o primeiro passo, geralmente, é fazer um planejamento. O
projeto de pesquisa é exatamente isso – a materialização de um planejamento, a
organização das decisões tomadas, o guia do pesquisador em relação aos passos a
seguir (como um roteiro de viagem). Sendo assim, o tempo verbal deve estar no futuro
(algo que ainda vai acontecer).
Apesar de pré-estabelecido não é imutável, não é uma “camisa de força”, pois o
caminho da pesquisa é dinâmico – ao se realizar “a viagem” (a pesquisa), pode ser
que haja a necessidade de se ficar mais ou menos tempo em determinada “paisagem”,
ou “desviar de uma ponte caída” – o importante é ter um horizonte a ser atingido.
Elaborar um projeto de pesquisa implica lidar com pelo menos três dimensões que
estão interligadas:
•Dimensão Técnica: são regras instituídas sobre a elaboração do projeto;
compreende um núcleo básico que dever ser contemplado;
•Dimensão Teórica: referenciais, fundamentação, que norteiam a reconstrução
do objeto de conhecimento;
•Dimensão Afetiva: envolvimento do pesquisador com o tema escolhido.
Estrutura básica do projeto de pesquisa
O projeto pode ser organizado de diferentes maneiras, não há uma estrutura rígida e
imutável. Os itens “clássicos” são os seguintes:
Justificativa / Problema / Objetivos / Metodologia / Cronograma / Bibliografia
A Justificativa tem por objetivo destacar a importância de sua pesquisa no debate
teórico. No geral, não apresenta citações de outros autores, mas sim a finalidade, a
necessidade de se tratar desse assunto (tema).
O Problema é o foco da pesquisa, a inquietação, a curiosidade a ser perseguida,
discussão, proposição, tese ou modelo teórico que será debatido ou defendido.
Os Objetivos são a descrição das metas e intenções a serem alcançadas. Por isso,
começam sempre com um verbo no infinitivo.
A Metodologia traz a descrição detalhada dos passos e etapas, instrumentos e
procedimentos de pesquisa que serão utilizados para a consecução dos objetivos.
O Cronograma é a previsão do tempo necessário para a realização das etapas
descritas na metodologia (sempre respeitando o prazo máximo de entrega do artigo).
A Bibliografia apresenta a listagem em ordem alfabética das fontes consultadas para
a realização da pesquisa (livros, revistas, sites, jornais...) e devem estar de acordo
com a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).
Essa estrutura básica pode ser apresentada de outras maneiras, desde que contemple
as informações mínimas necessárias (problema, justificativa, objetivos, metodologia).
Vejamos alguns exemplos (GONSALVES, 2001, p. 14):
•Delineando o objeto de estudo; considerações teórico-metodológicas;
cronograma; bibliografia
•Origem do problema; âmbito da problemática; objetivos; considerações teórico metodológicas;
cronograma; bibliografia
A forma de apresentação do projeto está, primeiramente, vinculada à construção do problema,
já que está intimamente relacionada ao conteúdo. Isto significa que, ao delimitar o seu
problema, você deve pensar na exposição mais adequada para seu texto. (GONSALVES,
2001, p. 15).
Construindo seu projeto de pesquisa
Conforme dito anteriormente, o projeto de pesquisa consiste na materialização de um
planejamento, na organização de decisões tomadas. Sendo assim, sua estruturação
dá-se a partir das respostas às perguntas a seguir:
•O que pesquisar? (definição do problema, hipóteses, base teórica e conceitual)
•Por que pesquisar? (justificativa da escolha do problema)
•Para que pesquisar? (objetivos)
•Como pesquisar? (metodologia)
•Quando pesquisar? (cronograma)
•Com que recursos? (orçamento)
•Pesquisado por quem? (equipe, autores, orientadores)
Fique atento para o caminho de seu pensamento, procure perceber as conexões que
você faz para chegar à questão da pesquisa. Geralmente, os objetivos surgem da
problematização do tema, mas às vezes fica difícil fazer esse recorte. Pode ser que
seus objetivos derivem com mais clareza do próprio tema – tudo bem! O importante
não é seguir regras – que não são fixas e nem rígidas – mas sim deixar que suas
idéias sejam colocadas com clareza.
Tema
Especificação do assunto tratado no artigo (monografia ou tese). Descrição detalhada
do seu objeto de estudo.
Exemplos (SARE. Revista de Ciências Gerenciais. Volume XIII, Número 17, 2009.):
•Vivências de R.H.: testes, feedbacks e aconselhamentos
•Comportamento colaborativo relativo às atividades logísticas num núcleo de
empresas metal mecânico de Jaraguá do Sul
Problema
Contextualização do tema. Procure situar o foco de seu estudo no contexto ao qual ele
pertence (finanças, marketing, gestão de pessoas...).
Justificativa
Apresente a necessidade de se abordar esse assunto. Procure convencer o leitor.
Defenda sua proposta justificando a finalidade de seu estudo.
Objetivos
Divididos em geral e específicos, trazem a descrição de suas metas e intenções de
pesquisa.
Objetivo geral: é o que se pretende alcançar; amplo; questão principal da pesquisa.
Objetivos específicos: secundários, relacionados à questão principal; contribuem
para alcançar o objetivo geral.
Exemplo:
Objetivo geral: Analisar a cultura organizacional de uma empresa, em determinado
período de tempo.
Objetivos específicos:
- identificar aspectos de sociabilidade entre os funcionários;
- selecionar os fatores que favoreçam a motivação e os fatores que dificultam ou
atrasam o alcance das metas;
- identificar aspectos da burocracia que facilitam ou prejudicam as relações de
trabalho.
Metodologia
Descrição das etapas, especificação dos procedimentos e instrumentos a serem
utilizados – para satisfazer os objetivos. Também é preciso justificar o caminho
metodológico escolhido.
O projeto de pesquisa organiza as ações e o sentido que deverão ser tomados para a
consecução dos objetivos e metas. Lembre-se sempre de que se trata de um
instrumento flexível, que se adapta ao caminho da pesquisa que será percorrido.
Artigo
O artigo científico relata informações e resultados de uma pesquisa de maneira clara e
concisa. Sua principal função é divulgar informações (conhecimentos, experiências,
idéias, metodologias, tecnologias...) em periódicos científicos, que, por sua vez,
fornecem os modelos e formatações do texto para serem publicados (sempre
respeitando a normas da ABNT).
Por se tratar de uma espécie de “relato” do que realmente foi desenvolvido ao ser
percorrido o caminho da pesquisa, o tempo verbal deve estar no passado ou no
presente (algo que já aconteceu ou está acontecendo).
Principais funções de um artigo científico:
•Divulgação científica
•Aumentar o prestígio do autor
•Apresentação do seu trabalho
•Aumentar o prestígio da sua instituição ou empresa
•Posicionar-se no mercado de trabalho
Monografia
A monografia caracteriza-se como estudo profundo sobre um tema específico (mon(o)
= único, graf(o) = escrever). Possui uma metodologia científica que sistematiza
observações, críticas e reflexões feitas pelo autor e que oferece sua contribuição
pessoal para o desenvolvimento da ciência.
A estrutura básica de uma monografia é a seguinte:
Introdução / Desenvolvimento / Conclusão
A Introdução apresenta o contexto do tema, o problema em discussão e a resposta
encontrada, bem como um breve resumo do que será tratado ao longo do trabalho. É
importante o texto possuir um elemento de sedução, de convencimento do leitor,
instigando a leitura de todo o trabalho.
A primeira referência para sua elaboração é o projeto de pesquisa, uma espécie de
“acerto de contas” – relato do que foi previsto no projeto e do que realmente aconteceu
durante o caminho da pesquisa.
Essas características também valem para a introdução do artigo científico.
O Desenvolvimento é o corpo do trabalho, a parte central, mais extensa, na qual se
pretende explicar, discutir, demonstrar as principais idéias. Dividido em partes
(capítulos), pressupõe clareza na exposição e equilíbrio quanto ao número de páginas
de cada capítulo (o que também podemos considerar em relação aos tópicos do
artigo).
A Conclusão pretende retomar as principais idéias de forma sintética, estabelecendo
relações e elaborando considerações finais. Suas principais características são:
•essencialidade – síntese interpretativa das principais idéias;
•brevidade – texto curto, claro e convincente;
•pessoalidade – ponto de vista do autor; não há necessidade de citar outros
autores.
características que também podemos considerar em relação à
conclusão do artigo.
Dissertação e Tese
Nada mais são que MONOGRAFIAS. A Tese difere um pouco, pois sua contribuição
deve ser original, uma “descoberta”.
Os textos científicos variam conforme estrutura e profundidade no tratamento teórico metodológico,
mas todos possuem a mesma intenção – difundir o conhecimento
produzido.
3. SELEÇÃO E DELIMITAÇÃO DO TEMA DA PESQUISA
Como podem surgir os temas de pesquisa?
Os temas podem surgir de várias maneiras. A pergunta estimuladora é “o que
pesquisar?”. Vejamos algumas fontes de inspiração:
•observação do cotidiano;
•vida profissional;
•contato com especialistas;
•estudo de literatura especializada (nas lacunas e controvérsias)
•criatividade, descoberta casual e repentina de um problema.
O critério mais precioso para a seleção do tema deve ser SEU INTERESSE por ele.
Por isso, evite temas sobre os quais você não possui muitas referências e considere
as reais possibilidades de execução. O ideal é casar uma grande motivação com certa
familiaridade.
Delimitando o tema da pesquisa
Ao se perguntar sobre o que pesquisar muitas idéias podem surgir, dificultando a
delimitação exata, o ponto-chave, logo de início. O primeiro impulso é abordar um
amplo universo de questões, do tipo: a política financeira mundial, dificultando a
precisão do objeto de estudo. Esse momento é natural e faz parte do processo de
construção do problema, pois indica as possibilidades de pesquisa.
É preciso, no entanto, afunilar essas possibilidades, no intuito de chegar a uma
questão específica. Procure pensar de acordo com a seguinte metáfora: o mundo dos
negócios é um universo repleto de constelações (as áreas específicas: marketing,
gestão de pessoas, logística, etc). Pense: qual dessas constelações mais te atrai? As
constelações são formadas por estrelas (os vários temas): abordagens teóricas,
metodologias, instrumentos e ferramentas, motivação, liderança... Sobre qual estrela
você gostaria de saber mais? As estrelas possuem suas próprias características – qual
ou quais características são intrigantes ou sobre qual ou quais você gostaria de saber
mais?
Assim, estaremos identificando o problema em seu contexto. Examine e compare fatos
e explicações já existentes (diálogo com autores), procurando identificar tendências
teóricas e lacunas a serem preenchidas.
Formular uma questão norteadora também é um exercício de delimitação do tema,
pois isso “significa que você deve colocar de maneira clara, específica e operacional
qual é a dificuldade que você pretende examinar” (GONSALVES, 2001, p. 52).
Outras indagações que também podem ajudar na delimitação do tema:
•A questão é relevante? Por quê?
•O tema é adequado para mim?
•Tenho condições concretas de realizar?
•Tenho fontes de consulta acessíveis e disponíveis?
•Tenho tempo disponível para investigar e realizar esse trabalho?
•Preciso de recursos financeiros? Onde conseguir?
Linhas de estudo para desenvolvimento do artigo
1. Mercadologia (6.02.01.03-7). Branding e Comunicação Estratégica:
estratégia, finanças, marketing, custos, tecnologia, logística.
2. Administração de Pessoal (6.02.02.04-1). Gestão de Pessoas: estratégia,
legislação, desenvolvimento organizacional, treinamento e desenvolvimento,
consultoria.
3. Administração de Empresas (6.02.01.00-2). Gestão de Projetos: estratégia,
finanças, marketing, custos, tecnologia, logística
4. Administração da Produção (6.02.01.01-0). Logística: estratégia, finanças,
marketing, custos, tecnologia, logística
5. Mercadologia (6.02.01.03-7). Marketing e Vendas: estratégia, finanças,
marketing, custos, tecnologia, logística.
6. Ciência da Informação (6.07.00.00-9). Gestão Estratégica da Informação:
estratégia, finanças, marketing, custos, tecnologia, logística.
7. Ciências Contábeis (6.02.04.00-1). Controladoria: estratégia, finanças,
marketing, custos, tecnologia, logística.
8. Administração de Empresas (6.02.01.00-2). Gestão Estratégica de
Negócios: estratégia, finanças, marketing, custos, tecnologia, logística.
9. Renda e Tributação (6.03.09.03-2). Planejamento Tributário: estratégia,
finanças, marketing, custos, tecnologia, logística.
A escolha da linha de pesquisa e do tema deve estar atrelada de maneira afetiva ao
autor. Sendo assim, o trabalho é sinônimo de prazer. Do contrário, é sinônimo de
calvário!
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. 5ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
ANDRADE, Inêz Barcellos de; LIMA, Maria Cristina Miranda. Manual para elaboração e
apresentação de trabalhos científicos: artigo científico. Faculdade de Medicina de Campos:
Campos dos Goytacazes, 2007.
ARANHA, Maria Lucia de Arruda. Filosofia da Educação. 3ª ed. São Paulo: Moderna, 2006.
BRESSAN, Maria Beatriz. Ser uma boa escola: a complexidade do fazer a realidade cotidiana
de uma escola pública de ensino médio. UFSCar: São Carlos, 2001. (Tese de mestrado).
GONSALVES, Elisa Pereira. Conversas sobre iniciação a pesquisa científica. Campinas:
Alínea, 2001.
SANTOS, Boaventura de Sousa. Um discurso sobre as ciências. Portugal: Edições
Afrontamento, 1987.
SEVERINO, Antonio Joaquim. Filosofia. São Paulo: Cortez, 2007.
5. DESCRITORES DOS LINKS
Paradigma
Termo grego que significa modelo, episteme, cosmovisão. No sentido sociológico
atribuído por Thomas Khun1, seria a “estrutura absoluta de pressupostos que alicerça
uma comunidade científica”, constituída de regras, normas, atitudes, crenças, valores,
modos de pensar que norteiam o fazer teórico, metodológico e interpretativo de uma
comunidade determinada.
Para saber mais, acesse:
http://oron.com/mtlg74mek3ye/ABBAGNANO,_Nicola._Dicion%C3%A1rio_de_Filosofia
.pdf.html
http://colecoesnerds.weebly.com/livros-de-filosofia-por-autores.html
Pensamento filosófico
“[...] atitude de colocar em questão o que parece indiscutível [...]” (ARANHA, 2006, p.
20).
Segundo Severino:
Considera-se que as fases das consciências mítica e religiosa são ainda pré-filosóficas
e que, justamente, a filosofia surgiu na Grécia antiga, quando a consciência humana
pretendeu explicar as coisas sem recorrer a entidades sobrenaturais, a forças
superiores e personalizadas. A tentativa agora era a de continuar procurando a
explicação e o sentido das coisas mas sem sair de seu próprio interior. Tratava-se de
dar conta da natureza, de um fundamento que a ordenasse, mas sem duplicá-la,
criando-se um mundo de ordem sacral. É o momento então que a consciência se
assume plenamente como razão lógica, se identifica como logos e passa a entender
que toda a realidade é possuída e ordenada por esse mesmo logos. (SEVERINO,
2007, p. 70).
Para saber mais, acesse:
http://colecoesnerds.weebly.com/filosofia--docecircncia.html
1 KHUN, T. apud TEIXEIRA, M. C. S. Imaginário, Cultura e Educação: um estudo sócio-antropológico de alunos de
escolas de 1º grau. 1994. Tese (Livre docência) – Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo. p.
9.
Aristóteles
Filósofo grego, foi discípulo de Platão e mestre de Alexandre, o Grande.
Propositor da lógica dedutiva, deixou um vasto legado científico. Infelizmente, 4/5 de
sua obra foi destruída durante o período da Idade Média.
Acesse:
http://oron.com/2vuzeaz63mmd/KENNY,_Anthony._Historia_concisa_da_filosofia.pdf.h
tml
http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u190.jhtm
para saber mais.
Galileu Galilei
Físico renascentista, reafirmou o sistema heliocêntrico de Copérnico, o qual afirmava
que o Sol era o centro do sistema planetário e não a Terra. Por causa de seus estudos
e afirmações, teve que “prestar contas” com a Igreja através de um tribunal da Santa
Inquisição.
Acesse:
http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u202.jhtm e
http://oron.com/2vuzeaz63mmd/KENNY,_Anthony._Historia_concisa_da_filosofia.pdf.h
tml
Grandes Navegações
Período referente ao final do século XV e século XVI, quando navegadores europeus,
subsidiados pelos Estados Nacionais (Portugal e Espanha), se lançam ao mar em
busca de novas terras.
Para saber mais:
http://educacao.uol.com.br/historia-brasil/grandes-navegacoes.jhtm
Dessacralizar
des.sa.cra.li.zar
(des+sacralizar) vtd 1 Fazer perder o caráter sagrado. vpr 2 Perder o caráter sagrado.
http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portuguesportugues&
palavra=dessacralizar
ABNT
Fundada em 1940, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o órgão
responsável pela normalização técnica no país, fornecendo a base necessária ao
desenvolvimento tecnológico brasileiro.
É uma entidade privada, sem fins lucrativos, reconhecida como único Foro Nacional de
Normalização através da Resolução n.º 07 do CONMETRO, de 24.08.1992. É membro
fundador da ISO (International Organization for Standardization), da COPANT
(Comissão Panamericana de Normas Técnicas) e da AMN (Associação Mercosul de
Normalização).
A ABNT é a única e exclusiva representante no Brasil das seguintes entidades
internacionais: ISO (International Organization for Standardization), IEC (International
Electrotechnical Comission); e das entidades de normalização regional COPANT
(Comissão Panamericana de Normas Técnicas) e a AMN (Associação Mercosul de
Normalização).
Para saber mais, acesse: http://www.abnt.org.br/
Normas para trabalhos acadêmicos, acesse:
http://www.bu.ufsc.br/framerefer.html
CONSTRUÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA E
APRESENTAÇÃO DE ARTIGOS NO MODELO SARE
1. NOSSA ESTRUTURA BÁSICA
Conforme apresentado na aula anterior, a estruturação do projeto de pesquisa pode
assumir diferentes formas, desde que os elementos básicos estejam presentes
(problema, objetivos, justificativa, metodologia).
Para a construção desse documento, vamos contemplar os seguintes itens:
Tema;
Justificativa;
Problematização;
Objetivos;
Metodologia;
Cronograma;
Bibliografia indicada.
O Tema é a especificação do assunto tratado no artigo e traz a descrição detalhada do
objeto de estudo. Deve ser redigido com objetividade, esclarecendo a intenção da
pesquisa, numa espécie de sinopse prévia.
Ex: Comportamento colaborativo relativo às atividades logísticas num núcleo de
empresas metalmecânico de Jaraguá do Sul
Perceba que a descrição do tema se dará no espaço de uma ou algumas linhas e não
em forma de texto – este será usado para a elaboração da justificativa e da
problematização.
No texto da Justificativa, procure destacar a importância de sua pesquisa no contexto
teórico ao qual se relaciona. Apresente a necessidade de se abordar esse assunto
defendendo sua proposta, justificando a finalidade de seu estudo. Procure convencer o
leitor. No geral, não apresenta citações de outros autores, pois se trata da
apresentação do trabalho pelo(a) próprio(a) autor(a). Citar e referenciar autores é
possível, mas não como exigência de fundamentação teórica e sim como opção de
apresentação do artigo.
Ao redigir a Problematização pense no contexto do problema que está em foco na
pesquisa – finanças, marketing, gestão de pessoas etc. Procure esclarecer qual
inquietação, qual curiosidade será perseguida durante seu estudo; que discussão,
proposição, tese ou modelo teórico será debatido ou defendido, enfim, situe o
problema no contexto ao qual ele pertence. Apresente neste texto sua questão de
pesquisa, que será a “estrela guia” para o desenvolvimento de seu estudo e
elaboração de seu artigo.
Exemplo de questão de pesquisa:
O que acontece no interior daquela escola pública que faz sua fama repercutir de
forma positiva na comunidade?
Os Objetivos são as metas e intenções a serem alcançadas, por isso, começam
sempre com um verbo no infinitivo que traduz alguma ação que será realizada. Devem
ser apresentados em termos gerais e específicos.
O objetivo geral indica o que se pretende alcançar de forma ampla e está relacionado
à questão principal da pesquisa. Os objetivos específicos são secundários e
contribuem para alcançar o objetivo geral, apontando as etapas que levam a
consecução do objetivo maior.
Exemplo (já apresentado na aula 1):
Objetivo geral: Analisar a cultura organizacional de uma empresa, em determinado
período de tempo.
Objetivos específicos:
- Identificar aspectos de sociabilidade entre os funcionários;
- Selecionar os fatores que favoreçam a motivação e os fatores que dificultam ou
atrasam o alcance das metas;
- Identificar aspectos da burocracia que facilitam ou prejudicam as relações de
trabalho.
A seguir são apresentados alguns exemplos de verbos que possibilitam atividades
intelectuais para as categorias: conhecimento, compreensão, aplicação, análise,
síntese e avaliação (Santos, 1999 citado por Gonsalves, 2001, p. 57).
•Conhecimento: apontar, citar, classificar, conhecer, definir, descrever,
identificar, reconhecer, relatar;
•Compreensão: compreender, concluir, deduzir, demonstrar, determinar,
diferenciar, discutir, interpretar, localizar, reafirmar;
•Aplicação: aplicar, desenvolver, empregar, estruturar, operar, organizar,
praticar, selecionar, traçar;
•Análise: analisar, comparar, criticar, debater, diferenciar, discriminar,
examinar, investigar, provar;
•Síntese: compor, construir, documentar, especificar, esquematizar, formular,
produzir, propor, reunir, sintetizar;
•Avaliação: argumentar, avaliar, contrastar, decidir, escolher, estimar, julgar,
medir, selecionar.
Para a elaboração dos objetivos, pense em responder a seguinte pergunta: o que
quero? Perceba que ao procurar respostas, automaticamente se pensa em verbos no
infinitivo. Registre essas ideias da maneira mais livre e espontânea e depois faça uma
releitura, procurando especificar e sistematizar suas decisões.
Organizadas as metas, chega o momento de definir o melhor caminho para alcançá-las.
A Metodologia apresenta a descrição detalhada dos passos e etapas,
instrumentos e procedimentos de pesquisa que serão utilizados para satisfazer os
objetivos. Neste texto, procure justificar o caminho metodológico escolhido,
relacionando-o aos objetivos e à questão de pesquisa.
O Cronograma é uma forma esquemática de apresentar as etapas previstas na
Metodologia relacionadas ao prazo de desenvolvimento e entrega do artigo. Veja
exemplo a seguir.
Atividades fev mar abr mai jun jul
1. Revisão bibliográfica
2. Elaboração dos instrumentos
3. Coleta de dados
4. Análise do material coletado
5. Relatório
6. Redação final
Lembre-se de que este é apenas um exemplo!
Muitos alunos tomam este exemplo como algo padronizado e copiam este modelo em
seu projeto! Fique atento(a)! O cronograma precisa estar de acordo com as previsões
feitas na metodologia.
Para finalizar, a Bibliografia indicada, ou seja, a listagem em ordem alfabética de
possíveis fontes a serem consultadas para a realização da pesquisa (livros, revistas,
sites, jornais, etc.). Isto significa que são referências que poderão ou não fazer parte
do trabalho realmente. A apresentação da bibliografia deve estar de acordo com a
ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).
O projeto de pesquisa é uma construção pautada em escolhas. Ao definir as metas
(objetivos) um caminho de pesquisa começa a ser traçado. Junto a uma questão
norteadora, formam o horizonte da pesquisa, pelo qual o pesquisador sai em busca.
2. FORMULÁRIO PARA APRESENTAÇÃO DO PROJETO
DE PESQUISA
A seguir serão apresentadas orientações para o preenchimento do formulário de
apresentação do projeto de pesquisa.
Identificação do autor
Para a apresentação do projeto será oferecido um modelo de Capa (ver Desafio de
Aprendizagem 2), no qual deverá constar o nome do(a) autor(a) do projeto, a
descrição do tema, dados da instituição, cidade e ano.
Tema
Descrição do objeto de estudo
Justificativa
Coloque a importância de seu estudo, a necessidade de se abordar esse assunto, as
razões da escolha desse tema.
Perguntas norteadoras para a elaboração do texto da justificativa:
•Por que escolhi esse tema?
•O tema que escolhi é importante? Por quê? Que motivos o justificam na teoria
e na prática?
•Qual a relação do tema/problema com o contexto social?
•Que contribuições posso oferecer?
Problematização
Apresente o contexto ao qual pertence seu tema (marketing, logística, gestão de
pessoas...) apontando a problemática que o cerca (mudança de paradigma, outros
métodos, novas teorias...)
Objetivos
•Devem ser apresentados em termos gerais e específicos.
•Objetivo geral – amplo, relação com a questão de pesquisa;
•Objetivos específicos – especificação dos aspectos a serem tratados para
contemplar o objetivo geral.
•Exemplo:
•Objetivo geral: analisar se o limão é eficaz no combate ao resfriado.
Para traçar os objetivos específicos, faça o levantamento dos aspectos
importantes. Neste exemplo, os aspectos importantes são:
- O vírus;
- Os componentes químicos do limão;
- As reações do vírus a esses componentes;
A próxima etapa é transformar cada um dos aspectos escolhidos em objetivo,
colocando um verbo no início que indique a atividade que se pretende realizar
(veja as categorias indicadas na sessão anterior):
•Examinar o vírus do resfriado.
•Identificar os componentes químicos do limão.
•Analisar as reações do vírus a esses componentes.
A partir daí, duas tarefas:
1. Você deve se perguntar se o conjunto dos objetivos definidos é suficiente para
atingir o objetivo geral.
2. Decidir sobre a melhor sequência lógica, estabelecendo quais assuntos
precedem a outros.
Metodologia
Indicação e descrição dos tipos de pesquisa envolvidos, etapas do processo,
instrumentos e procedimentos que serão utilizados para atingir os objetivos. A
metodologia também é constituída pelas concepções teóricas, técnicas de pesquisa e,
sobretudo, pela criatividade do(a) pesquisador(a).
A seguir serão apresentados os tipos de pesquisa que poderão nortear a realização do
seu trabalho. Perceba que, para desenvolver seu estudo, é possível utilizar mais um
de tipo de pesquisa.
Pesquisa segundo os objetivos.
•Exploratória – desenvolvimento e esclarecimento de idéias; suporte para
realizar estudo mais aprofundado;
•Descritiva – apresentar características do objeto de estudo;
•Experimental – testar fatos empiricamente e estabelecer relações de causa e
efeito entre eles;
•Explicativa – busca pelas razões das coisas.
•Pesquisa segundo os procedimentos de coleta.
•Pesquisa de campo – contato direto com a realidade em estudo (local, espaço);
•Estudo de caso – privilegia um caso particular, uma unidade significativa;
•Pesquisa participativa – efetiva participação da população pesquisada.
Pesquisa segundo as fontes de informação.
•Pesquisa de campo;
•Experimental;
•Bibliográfica;
•Documental.
Pesquisa segundo a natureza dos dados.
•Pesquisa quantitativa – explanação das causas, testar hipóteses por meio de
medidas objetivas; uso da estatística;
•Pesquisa qualitativa – compreensão e interpretação dos fenômenos.
necessidade de união dessas dimensões da pesquisa!
Cronograma
Descrição das etapas e previsão do tempo necessário para sua realização (sempre
respeitando o prazo máximo de entrega do artigo). Lembre-se que o cronograma
precisa estar de acordo com o previsto na metodologia.
Bibliografia indicada
Listagem em ordem alfabética de possíveis fontes a serem consultadas para a
realização da pesquisa (livros, revistas, sites, jornais...).
Para escrever a bibliografia de acordo com as normas da ABNT, acesse o site da
Biblioteca Universitária da Universidade Federal de Santa Catarina indicado abaixo:
http://www.bu.ufsc.br/framerefer.html
No sumário, ao lado direito da página, clique no tópico <4 – Modelos de Referências>
para consultar os documentos que podem ser referenciados e a maneira correta de
indicá-los. Veja que há ampla possibilidade de material documental, não se
restringindo apenas a documentos escritos.
Para concluirmos essa sessão, lembre-se que a estrutura apresentada é apenas UMA
maneira de se organizar as idéias. Como vimos na aula anterior, à estrutura do projeto
pode adotar diferentes formas, desde que atendidos os aspectos básicos (tema,
justificativa, objetivo, metodologia). Por isso, ao elaborar seu projeto, mais do que se
preocupar em preencher um documento de maneira sequencial, procure dar vazão
aos seus pensamentos, à sua criatividade, às suas observações e percepções,
relacionando suas ideias à fundamentação teórica escolhida.
3. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE ARTIGOS
PUBLICADOS NO PADRÃO SARE
O que é SARE?
SARE é a sigla para Sistema Anhanguera de Revistas Eletrônicas, um canal de
publicação on line da Anhanguera Educacional S. A. (AESA) que visa à divulgação da
produção acadêmica e intelectual de alunos e professores.
Utiliza o Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas (OJS 2.2.2.0), sistema de
código aberto para administração e publicação de revistas, desenvolvido e distribuído
gratuitamente pelo Public Knowledge Project sob licença da General Public License
(GNU).
O endereço eletrônico para acesso ao acervo e às edições atuais das revistas
eletrônicas da AESA é este: http://sare.unianhanguera.edu.br
Ao acessar a página inicial, veja que a Revista de Ciências Gerenciais é a primeira da
lista e é essa a que mais nos interessa. Clique no link <acessar a revista> ou no link
<edição atual>. Veja detalhes na Figura 1.
Figura 1 – SARE (Sistema Anhanguera de Revistas Eletrônicas).
Na próxima página você verá a imagem da capa da revista impressa. Clique sobre
esta imagem para acessar seu conteúdo (Figura 2). Olhe para o centro dessa página
que abriu – ali estão listados os artigos que fazem parte da edição atual. O link para
edições anteriores fica um pouco acima disso, logo abaixo da barra de ferramentas
principal do site (link <edições>). À direita da página, clique sobre os links <pdf> para
baixar os artigos na íntegra ou em <resumo> para ver apenas a síntese da obra
(Figura 3).
Figura 2 – Revista de Ciências Gerencias.
Perceba que não há um modelo padrão de organização do artigo - a melhor forma de
apresentação para seu trabalho é aquela que condiz com seu tema, com a maneira de
melhor desenvolver sua ideias a fim de satisfazer seus objetivos.
Figura 3 – Detalhes.
O artigo é uma espécie de relatório da pesquisa. Nele será apresentado o caminho
realmente percorrido e o que foi encontrado para atender ao planejamento feito no
projeto.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANHANGUERA EDUCACIONAL S. A. Sistema Anhanguera de Revistas Eletrônicas.
Disponível em: http://sare.uinianhanguera.edu.br. Acesso em 19 setembro 2010.
DIEZ, Carmem Lúcia Fornari. Orientações para elaboração de projetos e monografias.
Petrópolis, RJ: Vozes, 2004.
GONSALVES, Elisa Pereira. Conversas sobre iniciação a pesquisa científica. Campinas,
SP: Alínea, 2001.
5. DESCRITORES DOS LINKS
Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas (OJS 2.2.2.0)
Open Journal Systems (OJS) é uma revista de gestão e sistema de publicação que
tem sido desenvolvido pelo Public Knowledge Project através de seus esforços
financiados pelo governo federal para expandir e melhorar o acesso à pesquisa.
Para saber mais acesse:
http://pkp.sfu.ca/?q=ojs
Public Knowledge Project
O Public Knowledge Project é dedicado a melhorar a qualidade acadêmica e pública
da pesquisa. Opera através de uma parceria entre a Faculdade de Educação da
Universidade de British Columbia, Simon Fraser University Library, Faculdade de
Educação da Universidade de Stanford e o Centro Canadense de Estudos em publicar
na Universidade Simon Fraser. A parceria reúne docentes, bibliotecários e estudantes
de pós-graduação dedicados a explorar se e como as novas tecnologias podem ser
usadas para melhorar o valor profissional e público da pesquisa acadêmica.
Acesse o site:
http://pkp.sfu.ca/about
General Public License (GNU)
Versão 3, 29 jun 2007
Copyright © 2007 Free Software Foundation, Inc. <http://fsf.org/>
A Licença Pública Geral (GNU) é uma licença livre para softwares e outros tipos de
obras.
As licenças para a maioria dos softwares e outros trabalhos práticos são projetadas
para tirar a sua liberdade de compartilhar e modificar as obras. Em contrapartida, a
GNU pretende garantir sua liberdade de compartilhar e modificar todas as versões de
um programa - para se certificar de que o software continue livre para os seus
usuários.
Para saber mais acesse:
http://www.gnu.org/
1. ORGANIZAÇÃO DO LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO
1.1. PESQUISA DOCUMENTAL A pesquisa documental é muito parecida com a pesquisa bibliográfica. A diferença está no tipo da fonte. Antes de entrarmos nestas questões, o primeiro passo é definir documento. Este termo muitas vezes nos remete a algo oficial, registrado apenas de maneira escrita e arquivado em alguma entidade oficialmente instituída. Na verdade, este conceito é bem mais amplo. Documento é toda informação organizada de maneira sistemática e registrada em material durável, podendo assumir várias formas de comunicação (oral, visual, escrita, gestual). Assim, ao lado de comunicados à imprensa, livros de recortes, artigos de jornal, registros individuais e processos, os materiais que os sujeitos escrevem por si mesmo como autobiografias, diários e cartas pessoais também são documentos. (GONSALVES, 2001, p. 32). Sendo assim, obras de arte, músicas, aulas e exposições orais, reportagens faladas, entrevistas tornam-se documentos quando transcritas em suporte material (Chizzotti, 1991, p. 109, citado por
Gonsalves, 2001, p. 32). Conforme vimos no início, os documentos podem variar em termos da natureza das fontes:
documentos de FONTE PRIMÁRIA:
O que caracteriza este tipo de documento é a proximidade da fonte com o acontecimento registrado. Atas de reunião, fotos, gravações em áudio e vídeo são alguns exemplos.
documentos de FONTE SECUNDÁRIA:
Neste caso não há relação direta com o acontecimento, mas com o conhecimento através de elementos mediadores; ou seja, são “dados de segunda mão”: fontes primárias e secundárias que já passaram pelo entendimento de alguém, que atribuiu a elas determinado sentido, imprimiu-3
lhes “uma marca”. Artigos, livros, resenhas, depoimentos são exemplos de fonte secundária. A pesquisa bibliográfica é um tipo de pesquisa documental que se utiliza principalmente de fontes secundárias. “Sua finalidade é colocar o investigador em contato com o que já se produziu a respeito do seu tema de pesquisa” (GONSALVES, 2001, p. 35), ao identificar e analisar dados em livros e artigos (impressos ou virtuais).
Este procedimento poderá acompanhar sua pesquisa do princípio ao fim, norteando a construção e sequenciação de suas ideias, a apresentação dos conceitos, procedimentos e definições e a elaboração de suas considerações e conclusões. De acordo com a definição de documento apresentada no início, contatos diretos com pessoas que podem fornecer dados ou sugerir possíveis fontes de informação, também constituem fonte documental de pesquisa, na medida em que podem ser registrados em recurso material durável de variadas formas (áudio, vídeo, por escrito). A pesquisa documental é quase sempre a primeira etapa da pesquisa, uma vez que coloca o pesquisador em contato com o que já se produziu sobre seu tema. Por isso, é importante ter esse horizonte bem delimitado, para que a busca pelas fontes seja feita da maneira mais assertiva possível, evitando idas e vindas que podem ser muito prejudiciais em termos de aproveitamento do tempo disponível para entrega do artigo.
1.1.1 Organizando informações Essa primeira etapa do trabalho de pesquisa é fundamental para a elaboração do seu projeto e, posteriormente, do próprio artigo. Para evitarmos dilemas do tipo: onde foi mesmo que vi essa idéia? Quem disse isso? Onde procurar mais informações? É preciso se organizar e registrar o que for importante para seu estudo. Para fazermos isso, vamos conhecer algumas técnicas: o fichamento, o resumo e a resenha. 1.1.2 Fichamento
De acordo com o dicionário Michaelis fichamento é o ato ou efeito de fichar. No nosso caso, fichar fontes documentais e bibliográficas enquanto forma de registro de informações (de fonte secundária principalmente). 4
O fichamento bibliográfico é a forma mais elementar de registro de informações bibliográficas, servindo apenas como um guia de busca. Veja o exemplo logo abaixo (Figura 1): Figura 1 – Exemplo de Ficha Bibliográfica Podemos afirmar que essa é a primeira aproximação do assunto a ser tratado, o primeiro contato do pesquisador com seu tema. Nessa fase examinaremos prefácios, sumários, introduções e conclusões procurando selecionar as prováveis fontes que serão utilizadas para a elaboração do artigo final. A ficha de leitura é um modelo mais elaborado, pois traz informações mais detalhadas que requerem um contato mais profundo com a obra analisada. Observe o modelo (Figura 2): Figura 2 – Exemplo de Ficha de Leitura
O resumo das ideias do autor consiste na apresentação da compreensão do texto de maneira sintética, podendo ser por tópicos, com vocabulário próprio. As citações importantes são transcrições ou indicações de trechos que merecem destaque. Ao fazê-las, lembre-se sempre de indicar a página de onde foram transcritas ou indicadas. Nos comentários, procure reconstruir o tema abordado na obra 5
analisada da maneira mais livre possível, como se você estivesse dialogando com o autor, concordando ou questionando ideias e posições assumidas. Perceba que este levantamento é inicial. No decorrer da pesquisa novas necessidades irão aparecer, o que torna esse exercício constante durante qualquer caminho metodológico escolhido.
1.1.3 Resumo Resumir, de acordo com as várias definições do Michaelis, é “dizer em poucas palavras o que se disse ou escreveu mais extensamente; abreviar; compendiar; sintetizar”. No caso do trabalho acadêmico-científico, que nos interessa especialmente, resumo é a síntese de um todo, entendendo-se por “todo” um livro, capítulo, artigo ou outro documento. Suas principais características são: dar destaque às idéias essenciais do autor e ser fiel ao texto original. Podemos classificar os tipos de resumo nessas três categorias básicas:
Resumo indicativo – não dispensa a leitura completa do texto original e faz referência às partes mais importantes, descrevendo a natureza, forma e objetivo do texto-base, através de frases curtas;
Resumo informativo – pode dispensar a leitura do texto-base. Seu objetivo é informar o conteúdo e as principais ideias do autor, destacando o objetivo, a metodologia e as conclusões, apresentando um conjunto de palavras-chave.
Resumo crítico = resenha. Resumo informativo que apresenta um julgamento sobre o texto lido.
Para qualquer tipo de resumo, atente para essas dicas:
Faça um cabeçalho com a referência bibliográfica completa;
Procure ser fiel ao texto original destacando os termos fundamentais e as ideias essenciais do autor, mesmo quando estiver escrevendo com suas próprias palavras;
Atenção para a estrutura do texto – encadeamento de idéias, linha de raciocínio, críticas e defesas de ideias, exemplos oferecidos;
Organize um esquema lógico para facilitar a visualização em posteriores consultas.
Ao finalizar seu artigo, um resumo do mesmo deverá ser elaborado e apresentado logo no início do trabalho (veja os artigos publicados no padrão SARE). Por se tratar de um resumo é a última parte a ser feita, pois este texto é a síntese do artigo como um todo, da introdução às considerações finais. 1.1.4 Resenha O termo indica um trabalho de síntese que pode ser seguido de apreciação crítica (julgamento). Esta crítica pode assumir pelo menos duas formas:
crítica externa – ressalta o contexto histórico, social, cultural e filosófico da obra;
crítica interna – exame e julgamento do conteúdo da obra.
Como não há uma receita, veja essa sugestão de roteiro para resenha oferecida por Gonsalves (2001, p. 44-5):
1. Referência bibliográfica – procure colocar as referências logo no início, indicando autor(es), título, local e data da publicação, editora ou site e também o número de páginas.
2. Credenciais do autor e contexto da obra – informações sobre quem é o(a) autor(a), sua formação e área de atuação, bem como sobre as circunstâncias sob as quais produziu a obra.
3. Conteúdo – resumo das principais idéias. Pergunte-se sobre o que diz a obra, se tem alguma característica especial, observe a forma como foi abordado o tema, enfim, estabeleça uma espécie de “conversa” com o texto.
4. Conclusões dos autores – se há ou não, em que momento do texto aparecem e quais são.
5. Apreciação – julgamento da obra. Pergunte-se sobre as contribuições dadas, as correntes teóricas que a fundamentam, se as ideias são originais e criativas, se propõem alguma novidade ou abordagem diferente, se a maneira de expor
é clara, objetiva e coerente, se há lógica e equilíbrio entre as partes e a que público se dirige.
Perceba como o exercício de organizar informações a partir de fontes documentais desenvolve a própria estrutura do artigo final. Ao conversar com obras e autores destacando ideias e teorias, entremeando com suas próprias reflexões, sua fundamentação teórica vai sendo aos poucos construída.
2. PESQUISA DE CAMPO E ESTUDO DE CASO: INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS
A pesquisa de campo é um tipo de pesquisa segundo os procedimentos de coleta de dados, que promove o encontro direto do pesquisador com o objeto em estudo. É preciso estar no lugar onde o fenômeno que se quer observar ocorre (ou ocorreu) e documentar um conjunto de informações. O estudo de caso privilegia um caso particular, uma unidade significativa, considerada suficiente para análise de um fenômeno. Sendo assim, neste tipo de pesquisa temos o estudo minucioso de uma experiência, relacionada ao contexto ao qual pertence. Considerando estes dois tipos de pesquisa e a área de conhecimento a qual estamos atrelados, pessoas estarão sempre presentes, constituindo organizações e dando vida aos processos, o que torna necessária a explicitação da população-alvo, ou dos sujeitos da pesquisa. Trata-se do universo populacional que você privilegiará, ou seja, das pessoas que fazem parte do fenômeno que você pretende investigar (por fenômeno entenda: objeto da pesquisa; tema/questão). Pessoas, organizações, processos estão em interação num determinado contexto. Por isso, para os tipos de pesquisa tratados neste tópico, é preciso considerar o espaço da pesquisa. Convém, no entanto, fazermos uma breve distinção entre lugar e espaço da pesquisa:
• Lugar é o ponto de práticas sociais específicas, dominadas pela presença; é o local, familiar, concreto, específico;
• Espaço contempla muitos lugares e relações com locais distantes, ausentes.
2.1 A produção dos dados Perceba que, na descrição de sua metodologia de pesquisa, não basta apenas citar procedimentos e instrumentos que serão utilizados para a efetivação dos objetivos. É importante deixar claro os critérios de escolha desses elementos, assim como que informações você pretende obter a partir da utilização deles. Também é interessante destacar como serão aplicados os instrumentos escolhidos (Gonsalves, 2001, p.72). Pense no que significa “coletar” dados, informações. Estariam eles ali, prontos para serem colhidos, cabendo ao pesquisador o único trabalho de ir buscá-los? Ou seria este um trabalho de seleção de informações e construção de sentido? A seguir, conheceremos alguns instrumentos que nos ajudam a produzir dados para uma pesquisa de campo ou estudo de caso:
• Questionário;
• Entrevista;
• Observação;
• Análise de conteúdo.
2.1.1 Questionário Este instrumento é bastante conhecido. O questionário é um documento escrito (impresso ou virtual), composto por questões que visam coletar informações e opiniões das pessoas que fazem parte do fenômeno em estudo. A seguir, dicas e orientações para a aplicação deste instrumento de pesquisa. Conteúdo de um questionário Carta explicação Texto inicial, introdutório, sucinto e objetivo, que traz informações preliminares sobre o instrumento. A Carta Explicação deve conter:
– A proposta da pesquisa;
– Instruções de preenchimento; – Instruções para devolução; – Incentivo para o preenchimento e;
– Agradecimento. Exemplo de carta explicação (veja o modelo em anexo):
Caro aluno
Este questionário tem a intenção de recolher a sua opinião sobre a escola neste ano de 2000. Seja sincero. Não deixe nenhuma questão em branco. Você não será identificado de forma nenhuma. O objetivo maior é avaliar o trabalho desta escola para que ela funcione cada vez melhor. Muito obrigado pela contribuição! Itens de identificação do respondente Para que as respostas possam ter maior significação é interessante não identificar diretamente o respondente com perguntas do tipo NOME, ENDEREÇO, TELEFONE, a não ser que haja extrema necessidade, como para selecionar alguns questionários para posterior entrevista. Dependendo da pergunta, a pessoa que responde pode se sentir ameaçada em ser verdadeira, temendo qualquer tipo de constrangimento.
Itens sobre as questões a serem pesquisadas As informações necessárias para seu estudo devem estar bastante claras no momento de formular as questões. A forma que estas podem adotar são as seguintes: Formulário de itens sim-não, certo-errado e verdadeiro-falso
Ex.: Trabalha? ( ) Sim ( ) Não Respostas livres, abertas ou curtas Ex.: Bairro onde mora: ______________________________ Formulário de múltipla escolha Ex.: Renda
Familiar:
( ) Menos de 1 salário mínimo 10
( ) 1 a 3 salários mínimos ( ) 4 a 6 salários mínimos ( ) 7 a 11 salários mínimos
( ) Mais de 11 salários mínimos Questões mistas Ex.: Quem financia seus estudos? ( ) Pai ou mãe ( ) Outro parente ( ) Outra pessoa ( ) O próprio aluno Outro: _____________________________________ Atenção para o número de perguntas do questionário! É interessante que este instrumento seja breve, direto, objetivo, ou corremos o risco de fadigar a pessoa que está respondendo, dispersando sua atenção.
Para um questionário que engloba todos os tipos de questões apresentadas, máximo de 10 questões (veja exemplo em anexo). Um modelo com questões apenas abertas, discursivas, 03 é o melhor número. Questionários compostos somente por questões fechadas (múltipla escolha), também precisam ser breves: máximo de 12 questões.
2.1.2 Entrevista Este substantivo nos remete à situação de interação entre duas ou mais pessoas através de perguntas e respostas sobre um determinado assunto. Ao utilizar este instrumento, procure ter clareza das informações a serem registradas e elabore um plano para a entrevista; assim evitamos correr o risco de dispersar a conversa, deixando passar o que é realmente relevante para a pesquisa.
As entrevistas podem assumir um caráter exploratório ou ser de coleta de informações. A de caráter exploratório é relativamente estruturada, ou seja, semi-aberta: há um roteiro prévio que permite flexibilidade ao se desenrolar a conversa. As que visam coleta de informações são altamente estruturadas, fechadas, o roteiro 11
prévio é bem definido em termos de informações que devem ser coletadas e sua aplicação não abre para assuntos não previstos. Veja em seguida sugestões para o planejamento de entrevistas. Quem deve ser entrevistado
Procure selecionar pessoas que realmente têm o conhecimento necessário para satisfazer suas necessidades de informação. Plano da entrevista e questões a serem perguntadas
Prepare com antecedência as perguntas a serem feitas ao entrevistado e a ordem em que elas devem acontecer. Pré-teste
Procure realizar a entrevista com alguém que poderá fazer uma crítica de sua postura antes de se encontrar com o entrevistado de sua escolha. Diante do entrevistado
• Estabeleça uma relação amistosa, evitando travar um debate de idéias.
• Não demonstre insegurança ou admiração excessiva diante do entrevistado para que isso não venha prejudicar a relação entre este e o entrevistador.
• Evite que a entrevista assuma o caráter de uma inquisição ou de um interrogatório policial, ou ainda que se torne um "questionário oral". Na medida do possível, deixe que as questões surjam naturalmente.
• Seja objetivo, já que entrevistas muito longas podem se tornar cansativas para o entrevistado.
• Procure encorajar o entrevistado para as respostas, evitando que ele sinta que está falando sozinho.
• Vá anotando as informações necessárias sem deixar que a pessoa fique esperando sua próxima indagação, enquanto você escreve. Se a pergunta for sobre algo pessoal, que envolva emoções ou afetividade, deixe para fazer as anotações ao final da conversa, na ausência da pessoa que foi entrevistada. Anotar conteúdos de teor pessoal diante do entrevistado pode trazer a ele uma sensação de constrangimento e preocupação com a forma como o entrevistador está anotando, o que pode comprometer a veracidade das respostas.
• Caso queira usar um gravador, lembre-se que antes de realizar a entrevista é preciso pedir permissão ao entrevistado para tal. O uso do gravador pode inibir a pessoa, especialmente se ela for pega de surpresa.
Relatório Mesmo tendo gravado procure fazer um relatório o mais cedo possível.
2.1.3 Observação “1. Ato ou efeito de observar. [...] 6. Estudo ou exame minucioso de fenômenos ou fatos físicos ou morais”, são algumas das definições de acordo com o dicionário Michaelis. A segunda definição é a que nos interessa especialmente, pois estamos tratando da observação de fenômenos que envolvem pessoas, processos, espaços e lugares específicos. Mais que isso, nossa observação é sistemática, na medida em que serve ao propósito de uma pesquisa científica. Vejamos algumas orientações para a realização de uma observação. Conhecimento prévio do que observar
Antes de iniciar o processo de observação, procure examinar o local. Determine que tipo de fenômenos merecerão registros. Planejamento de um método de registro
Crie, com antecedência, uma espécie de lista ou mapa de registro de fenômenos. Procure estipular algumas categorias, dignas de observação. Fenômenos não esperados
Esteja preparado para o registro de fenômenos que surjam durante a observação, que não eram esperados no seu planejamento. Registro fotográfico ou vídeo
Para realizar registros iconográficos (fotografias, vídeos, gravações), lembre-se que há necessidade de permissão dos responsáveis e envolvidos. Se divulgar imagens é algo que está nos seus planos (colocar fotos no artigo, por exemplo), será preciso colher essa autorização por escrito. Relatório Procure fazer um relatório, registrando suas observações e reflexões o mais breve possível. Logo ao se ausentar do local é o melhor momento. 2.1.4 Análise de conteúdo De acordo com a definição de Vergara (2008, p. 15), a análise de conteúdo é uma técnica para tratamento de dados que visa identificar o que está sendo dito a respeito de determinado tema. São previstas três etapas para o desenvolvimento deste procedimento:
1. Pré-análise: seleção do material e definição dos procedimentos e instrumentos;
2. Exploração do material: realização dos procedimentos planejados;
3. Tratamento e interpretação dos dados: reflexões, inferências e resultados.
O procedimento básico consiste em estabelecer categorias de análise de acordo com os propósitos da pesquisa. Veja as etapas (VERGARA, 2008, p.16):
• Definição do tema/problema;
• Revisão da literatura pertinente;
• Definição dos documentos para coleta de dados;
• Definição das categorias de análise (conceito, definição, crítica, defesa, proposta);
• Análise de conteúdo (estatística, interpretativa);
• Conclusão;
• Relatório da pesquisa realizada.
Ao realizar a análise propriamente dita, é possível lançar mão de pelo menos dois tipos de procedimento:
procedimentos quantitativos, que buscam apoio na estatística e privilegiam a ocorrência de determinados termos ou palavras-chave. A análise de freqüência é um exemplo.
procedimentos qualitativos mantém foco nas peculiaridades e nas relações entre elementos, enfatizam o que é significativo, relevante, informações que não precisam ser necessariamente frequentes no documento em análise.
Embora colocados aqui neste texto de maneira didaticamente separada, deixando a impressão de assimetria, os procedimentos acima descritos podem ser utilizados de forma complementar. Os tipos de pesquisa indicados na aula anterior juntamente com os procedimentos e instrumentos apontados nesta sessão, compõem a metodologia da pesquisa. A seleção e definição do modo como transcorrer a pesquisa depende dos objetivos traçados, bem como do próprio tema. Escrever sua metodologia é indicar, definir e relacionar as suas escolhas em termos de como, quando, onde, por que você procederá dessa forma para efetivar seu estudo.
3. TÉCNICAS PARA LEITURA E FICHAMENTO DE MATERIAL BIBLIOGRÁFICO
Nesta sessão serão oferecidas orientações para leitura e registro de material bibliográfico. Ao buscar informações em livros, artigos, revistas e sites, atente para essas orientações: Livros e revistas:
em primeiro lugar, consulte o sumário e observe a descrição e organização dos capítulos ou artigos;
analise os títulos e veja se há algo de relevante para sua pesquisa;
se houver algo interessante, procure anotar a referência em forma de fichamento bibliográfico.
Artigos
artigos científicos sempre apresentam um resumo inicial; leia esse texto com atenção, procurando confirmar se o tema tratado realmente atende às suas necessidades de pesquisa;
mesma orientação quanto a livros e revistas: havendo informações relevantes para sua pesquisa, anote a referência em forma de fichamento bibliográfico.
Sites
prefira sites que ofereçam referências quanto ao seu conteúdo;
cuidado com o Google e Wikipédia, pois contém informações não confiáveis;
prefira o Google acadêmico, mesmo assim, verifique o endereço e as fontes de referência oferecidas;
procure no texto: autor, local e data de publicação.
Veja indicação de sites confiáveis no clipping da aula 3. Procure armazenar essas informações num mesmo “lugar”. Hoje, a forma mais corriqueira é o arquivo digital, até porque fazemos um bem para o planeta ao não usarmos papel. Crie uma pasta “Fichamento” em seu pen-drive ou em seu computador pessoal; copie os modelos de fichamento oferecidos na primeira sessão deste texto para arquivos de seu programa editor de textos (Word é o mais usado). Registre as informações e salve em arquivos separados, nomeando-os de forma a serem rapidamente acessados posteriormente.
3.1 Análise textual Primeira abordagem do texto com vistas à preparação da leitura. O objetivo maior é entender o texto como um todo, a fim de compreender a lógica, o esquema de exposição das idéias, assim como o raciocínio do autor (SEVERINO, 1996, p. 52). 16
Neste primeiro contato, procure assinalar os conceitos principais que o autor está utilizando e como os define. Utilize o dicionário, dicionários especializados ou outras obras de referência quando encontrar palavras e conceitos desconhecidos. Anote ao lado de cada parágrafo a idéia central que foi desenvolvida ali (sempre a lápis no caso de textos impressos! Veja a possibilidade de inserir caixas de texto nos textos virtuais).
Este exercício preliminar pode ser encerrado com uma esquematização do texto, cuja finalidade é apresentar uma visão de conjunto da unidade de leitura analisada. Aqui também vale a orientação dada anteriormente: procure armazenar essas informações num mesmo “lugar”, podendo ser na mesma pasta “Fichamento” que você criou em seu pen-drive e fez cópia em seu computador! Lembre-se de nomear os arquivos de forma a serem rapidamente acessados posteriormente.
3.2 Análise temática Esta seria a segunda leitura, cujo objetivo é aprofundar o entendimento do texto. Trata-se, basicamente, de “fazer ao texto uma série de perguntas cujas respostas fornecem o conteúdo da mensagem” (SEVERINO, 1996, p. 54). Veja abaixo as perguntas orientadoras para este exercício:
Sobre o que o autor está falando?
Qual a questão que pretende responder?
Frente a esta questão, qual a sua resposta?
Como fundamenta as suas afirmações e suas respostas?
Seus argumentos são convincentes?
Existem outras idéias que compõem o texto?
Anote suas respostas procurando elaborar um resumo sobre a unidade de leitura analisada. Mais uma vez: guarde essas informações na pasta “fichamento” que 17
você criou. Procure dar organicidade aos arquivos dentro dessa pasta, criando subpastas conforme o tipo de arquivo. Essa organização prévia de informações bibliográficas é o melhor começo para a produção de seu artigo. Perceba que há a possibilidade de parar nesse estágio e desenvolver uma pesquisa puramente bibliográfica, bem como de usar esse levantamento para a leitura e análise de dados coletados numa pesquisa de campo ou estudo de caso.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS GONSALVES, Elisa Pereira. Conversas sobre iniciação a pesquisa científica. Campinas:
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