Dependência Familiar em jovens adultos
Por: Juliana Garcias • 21/6/2016 • Projeto de pesquisa • 5.996 Palavras (24 Páginas) • 818 Visualizações
Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Departamento de Psicologia
Métodos de Pesquisa em Psicologia I
Prof. Ms. Carolina Cardoso de Souza
Dependência Familiar em jovens adultos
Juliana Ribeiro Garcias e Lorena Marques Melo
Goiânia, 15 de Junho
Resumo
Este presente relatório tem o objetivo de analisar qual a liberdade do jovem acima de dezoito anos atual diante a dependência familiar, dependência emocional e financeira e os possíveis fatores que causarão essa dependência. A amostra foi constituída por 50 jovens maiores de dezoito anos e que moram com seus pais. Os instrumentos utilizados foram questionários autoaplicáveis que foram entregues aleatoriamente em um universo de investigação livre e para ambos os sexos. Após a aplicação dos questionários os dados foram lançados no programa SPSS que geraram gráficos e tabelas que constituem este presente relatório e que ajudaram na conclusão deste trabalho. As principais conclusões foram as de que os jovens de hoje ainda possuem dependências especificas a seus pais, em maior numero a dependência financeira do que a emocional. Entretanto, esses mesmo jovens afirmam que assim que obtiverem essa dependência financeira sairão da casa de seus pais. Foi possível comprovar com este trabalho que os pais ainda se veêm na obrigação de ajudar os filhos a chegarem à fase adulta e a sua almejada autonomia. Concluiu-se também que mesmo em decorrer do passar das décadas e da modernização há certos aspectos da vida de seus filhos que são tratados igualmente as décadas passadas.
Palavras- chave: Dependência familiar, dependência emocional e financeira, liberdade de jovens adultos
Dependência Familiar em jovens adultos
Autores como Kugelberg e Nilsen (1998) dizem que alguns jovens, que detém idade mais avançada, têm como seu principal objetivo divertirem-se com os amigos, aproveitando ao máximo um período isento de grandes preocupações ou encargos, antes de assumirem projetos familiares que requerem outra responsabilidade. Assim a moradia com os pais é vista como uma das melhores opções para esse estilo de vida, podendo eles, ou não, ajudar nas despesas da casa. Essa fase é de transição para a vida adulta, portanto não só o jovem, mas também aqueles que estão a sua volta precisam entender como eles lidarão com esse processo.
A construção de novas vinculações durante a adolescência é um processo que tem sido muito pouco aprofundado no plano empírico e sobre o qual a Teoria da Vinculação é relativamente omissa. Se bem que, por diversas ocasiões, Bowlby tenha sublinhado o facto de o sistema de vinculação continuar a ser ativado ao longo de todo o ciclo de vida, são poucas as referências na sua obra aos processos e mecanismos que operam a transição em direção a novas figuras de vinculação, que se inicia de forma mais marcada no período adolescente e que culmina no estabelecimento de uma ligação amorosa que supostamente preencherá todas as funções de vinculação outrora desempenhadas pelas figuras parentais. A literatura sobre os envolvimentos românticos na adolescência também não abunda e é relativamente recente o reconhecimento deste domínio relacional como potencial contexto desenvolvimental, a par de outros na vida do adolescente (Furman & Shaffer, 2003; Matos, no prelo). De qualquer modo, a saliência da dimensão romântica na vida do adolescente é indiscutível, sendo, porém, que a natureza e a qualidade das relações românticas dos adolescentes se transformam de acordo com importantes mudanças desenvolvimentais (Bouchey & Furman, 2003). Neste sentido, em fases mais avançadas da adolescência, a relação romântica começa a desenhar contornos de uma relação de intimidade, de partilha e de mutualidade, onde a necessidade de diferenciação coexiste com a necessidade de ligação emocional ao outro (Costa, 2004). Mas se a construção deste elo emocional necessita de um maior aprofundamento teórico e empírico, não é menos verdade que, de acordo com a Teoria da Vinculação, as experiências emocionais ocorridas na relação com os pais, e muito particularmente na infância, contribuem decisivamente para a construção de modelos representacionais acerca de si próprio e do mundo que orientam a ação do sujeito em futuras relações de proximidade emocional (Bowlby, 1973, 1980; Waters & Cummings, 2000). Dito de outro modo, a história das vinculações com figuras significativas cria expectativas para a relação com os outros e determina estratégias de regulação emocional perante relações de proximidade.
Segundo o DSM-5, os critérios diagnósticos para o Transtorno de Personalidade Dependente são: Uma necessidade difusa e excessiva de ser cuidado que leva a comportamentos de submissão e apego que surge no início da vida adulta.
Sobre a dependência financeira entre os jovens foi verificado segundo a pesquisa do Indicador de Educação Financeira 2014 (IndEF), feita pelo Serasa Consumidor (braço da Serasa Experian) e o IBOPE Inteligência, jovens brasileiros entre 16 a 24 anos são o grupo que menos tem controle sobre a vida financeira. O percentual dos que admitem não ter as finanças sob controle chega a 40%, ou seja, 60% desses jovens sabem como estão gastando seu dinheiro. Conforme aumenta a idade, maior é a proporção dos que estão em dia com as despesas e receitas: 62%, entre 25 e 34 anos, 66%, entre 35 e 44 anos, 67%, entre 45 e 54 anos, e 75%, entre 55 e mais. Segundo Júlio Leandro, superintendente do Serasa Consumidor, “a população deste perfil não costuma planejar suas finanças de maneira consciente” . “Os jovens precisam evitar agir por impulso e adquirir o hábito de controlar melhor a vida financeira para que eles não sofram as consequências do superendividamento e da inadimplência”, afirmou. O trabalho coordenado pela AEF-Brasil busca contribuir para a redução desses índices, especialmente o dos jovens, que são os maiores beneficiados pelo Programa EF nas Escolas. A disseminação do Ensino Médio foi alvo de apresentação da AEF-Brasil no maior evento de educação da América Latina, o Bett Brasil Educar 2015. Silvia Morais, superintendente da AEF-Brasil, falou justamente sobre a importância de se dar ferramentas para que os jovens desenvolvam a autonomia financeira desde cedo. “Somos uma sociedade que desenvolveu produtos e serviços que facilitam nossas vidas, mas o acesso a esses produtos adquire em nossas vidas muitas vezes um sentido mais social que funcional e por vezes não os entendemos”, afirmou. “Temos um sistema financeiro mais avançado e amplo, mas não preparamos nossos cidadãos para decisões financeiras conscientes”, observou Silvia.
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