Dimensões Básicas de Análise das Organizações
Por: Renê Anselmo • 25/9/2016 • Resenha • 1.430 Palavras (6 Páginas) • 1.839 Visualizações
Neste capitulo, buscamos compreender, em maior profundidade, as dimensões básicas que conferem unidade, singularidade e dinamismo a uma organização. Três dimensões são cruciais para uma análise organizacional que busque caracterizar e entender a dinâmica dos seus processos: a estrutura, as relações da organização com seu ambiente e as estratégias organizacionais.
A primeira seção aborda diferentes projetos e arquiteturas organizacionais, enfatizando as transições para novos modelos de estruturação das organizações. A estrutura organizacional representa os aspectos tidos como os mais concretos da vida organizacional e que permitem enxergar a organização como entidade, como algo duradouro e externo às pessoas que a constituem.
Na segunda seção, o ambiente das organizações é tomado como objeto de análise, buscando-se caracterizá-lo em sua complexidade, dinamismo e incerteza, para concluir com a apresentação e a análise de diferentes tipologias de ambientes organizacionais. A importância do estudo do ambiente é realçada há longo tempo no campo dos estudos organizacionais, desde que a organização deixou de ser entendida como um sistema fechado e passou a ser vista como um sistema aberto e em constante troca com seu ambiente.
Por fim, a terceira seção do capitulo detém-se nas estratégias e condutas organizacionais. O propósito de identificar as causas que levam certas organizações a apresentar melhor desempenho que outras tem sido recorrente nos campos da teoria da economia das organizações. Este é, por exemplo, o principal tópico de pesquisa da administração estratégica. Em vista dessa importância, esta parte do capitulo tem como objetivo explorar os conceitos de estratégias organizacionais e escolas de pensamento, discutindo suas diferentes tipologias, assim como seus processos de formulação e de implementação.
Compreender como se articulam as características estruturais das organizações, as forças que dinamizam o ambiente em que elas se inserem e os processos de definição das estratégias para lidar como esse ambiente constitui-se em uma competência básica, que nos permite ter uma visão global dos fenômenos organizacionais, ao mesmo tempo que nos habilita a diagnosticar e a lidar com seus processos em três níveis – organizacional, grupal e individual.
Estrutura das Organizações
Diferentemente das estruturas físicas e biológicas, não é fácil encontrar um referencial empírico para o conceito de estrutura organizacional. De uma perspectiva descritiva, pode-se dizer que a estrutura de uma organização reflete um processo por meio do qual a autoridade e distribuída, as atividades são especificas e um sistema de comunicação é delineado.
Assim, como ponto de partida dessa reflexão, podemos considerar que a estrutura organizacional representa uma cadeia relativamente estável de ligação entre as pessoas e o trabalho que constituem a organização. Ajuda a diferenciar as partes de uma organização e, simultaneamente, a manter tais partes interligadas, criando e reforçando, no interior dos grupos e entre eles, relações de interdependência, de previsibilidade e de hierarquia. Dessa forma a estrutura organizacional reintegra, em uma totalidade, a mão de obra das organizações, que foi classificada, agrupada e distribuída pelo desenho dos cargos e das autoridade tendo em vista os diversos objetivos organizacionais, permitindo que essa totalidade alcance resultados que superam a capacidade de indivíduos não organizados, em um horizonte temporal definido (Wagner III; Hollenbeck, 2012). A estrutura organizacional materializa-se no organograma das organizações. Consequentemente, os organogramas definem a divisão do trabalho e da autoridade e o sistema de comunicação correlato.
Uma nova terminologia vem sendo usada no campos dos estudos das organizações como se fosse sinônimo da estrutura organizacional: arquitetura organizacional, o qual, na realidade, expande a noção de estrutura que se expressa nos organogramas das organizações. Uma arquitetura organizacional compõe-se de três componentes-chave, afirma Howard (2000). O primeiro, denominado hardware abarcaria todas as dimensões e elementos que constituem a estrutura organizacional – o sistema de planejamento, os mecanismos de controle, os sistemas de medição, os relacionamentos de subordinação, os sistemas de recompensa e assim por diante. Denominado pessoal, o segundo componente chave da arquitetura organizacional compreenderia as novas habilidades cognitivas, interpessoais e emocionais que os gerentes e todos os trabalhadores precisam reunir para tocar o trabalho com efetividade nesse novo ambiente. O ultimo elemento dessa arquitetura organizacional foi chamado por Howard (2000) de software e é o mais importante: são redes e praticas informais que unem pessoas, o sistema de valores e a(s) cultura(s) organizacional(s).
Mecanismo de divisão ou diferenciação
O conceito de especialização é central para analise de como a organização se divide em partes componentes. Especialização é o modo como o trabalho é dividido em tarefas individualizadas. O grau de especialização pode ser medido pela diversidade de atividades incluídas nos cargos dos funcionários. Quanto mais alto o grau de especialização, mas estreito o âmbito das atividades de cada cargo. A diferenciação portanto, reporta-se ao quanto há de segmentação do trabalho em partes menores em uma organização.
Mecanismos básicos envolvidos no processo de estruturação de uma organização.
Diferenciação HORIZONTAL: modo como o trabalho executado em cada nível hierárquico de uma organização é dividido em trabalhos discretos, individualizados; refere-se aos componentes das tarefas, às suas especificações.
Diferenciação VERTICAL: Modo como o trabalho é dividido por nível hierárquico de uma organização; refere-se ao número de níveis hierárquicos (alto ou baixo).
Diferenciação PESSOAL: Quando o trabalho é dividido em função da especialidade das pessoas.
Diferenciação ESPACIAL: Quando o trabalho é dividido em função da localização geográfica.
Mecanismos de coordenação ou integração
Como as tarefas, as pessoas e os processos que integram a organização são divididos em partes, segmentos, setores ou departamentos, impõe-se a necessidade de mecanismos que integrem ou coordenem as atividades de todas essas partes. Integrar significa coordenar, ampliar a coesão e a sinergia entre diferentes funções ou unidades de uma organização, como bem salienta Child (2012), tornando-se um dos grandes desafios para qualquer organização, especialmente as mais complexas e inseridas em ambientes altamente competitivos.
...