E Sobre Ansiedade
Por: pmluana • 8/6/2019 • Trabalho acadêmico • 982 Palavras (4 Páginas) • 285 Visualizações
Sobre a ansiedade
A ansiedade é um sentimento com sintomas e níveis de intensidade diferentes, que são
influenciados pelo contexto em que o sujeito está inserido. As sensações identificadas no
corpo ocorrem para preparar o organismo para o enfrentamento de situações que são aversivas
para o sujeito, em outras palavras, permite que o sujeito esteja mais atento às situações de
ameaça. Portanto, a ansiedade, em níveis que não impedem o sujeito de realizar suas tarefas, é
considerado normal e até mesmo benéfico, pois pode motivá-lo a preparar-se mais para uma
determinada situação ou impedir de fazer algo prejudicial.
Nesse ponto, vale ressaltar a diferença entre o medo e a ansiedade. O medo está
relacionado ao presente, sente-se no momento em que o perigo é evidente. Enquanto que a
ansiedade está relacionada ao futuro, ou seja, percebe-se que há a possibilidade de se correr
um risco, no entanto, a probabilidade de ocorrer é baixa.
É muito difícil identificar quando uma reação de ansiedade ultrapassa os limites da
"normalidade" e passa a ser patológica, mas, considera-se um transtorno de ansiedade quando
a intensidade é muito elevada, acredita-se veementemente no perigo e por um longo período
de tempo, ou seja, a reação não condiz com o estímulo desencadeador. Esses sintomas podem
incapacitar o sujeito, desencadeando um sofrimento, devido a impossibilidade de realizar suas
tarefas profissionais, acadêmicas e sociais.
Toda ansiedade envolve sintomas cognitivos como o receio de perder o controle ou ter
algum dano; emocionais, o sujeito sente-se angustiado, assustado, nervoso, inseguro ou
apreensivo e comportamentais, como agitação física, redução nas habilidades sociais,
dificuldade de concentração e evitação de situações ameaçadoras. Outros fatores podem
influenciar a ansiedade e sua intensidade, por exemplo, a existência de casos na família, a
cultura, as interações sociais, os eventos traumáticos e uso de substâncias, como drogas. Desta
forma, é necessário verificar os aspectos filogenéticos, ontogenéticos e culturais do sujeito.
Os fatores psicológicos possuem um papel importante na manutenção das cognições
de ameaça e da ansiedade. A avaliação dos estímulos potencialmente ameaçadores provoca
alterações fisiológicas e biológicas, que promovem a excitação e comportamentos de
fuga/esquiva, que entregam segurança ao sujeito, impedindo a desconfirmação que mantém os
sintomas.
Os transtornos de ansiedade possuem uma característica em comum, que é a esquiva
fóbica, ou seja, uma resposta que ameniza, elimina ou adia um evento aversivo, contudo, são
várias as classificações dos transtornos de ansiedade existentes, como o Transtorno Obsessivo
Compulsivo (TOC), Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), Transtorno de Estresse
Pós-traumático (TEPT), Transtorno do Pânico, Agorafobia, Fobia Social e Fobias Específicas.
O que difere estes transtornos um do outro é o estímulo e a resposta emitida.
O TOC é caracterizado pela presença de obsessões, que são ideias intrusivas, sem
sentido, recorrentes e persistentes, sendo as principais: medo de contaminação, dúvidas
patológicas e preocupações com o físico, necessidades de simetria e precisão de ordem,
agressividade ou obsessão sexual e obsessões múltiplas. Em outras palavras, a obsessão está
relacionada ao pensamento. O TOC pode ou não ser acompanhado de compulsões, que estão
relacionadas com a ação, ou seja, são comportamentos repetitivos e sem propósito, com
aspecto ritualístico e caracterizados por necessidades irresistíveis. O tratamento tem como
essência a exposição e a prevenção de respostas.
A TAG é caracterizada por preocupações constantes, excessivas ou irreais, que piora
em situações estressantes e em ocorrências de situações negativas. Normalmente é
acompanhada de sintomas somáticos, como tremores, tensão muscular, sudorese, palpitações,
tonturas e desconforto digestivo e psíquicos, como o medo de adoecer, de acontecer alguma
coisa negativa com familiares ou de não conseguir cumprir os compromissos financeiros. Em
50% dos casos, a TAG está associada a outro diagnóstico, tendo maior predomínio, outro
transtorno de ansiedade ou depressão. Como tratamento, há pesquisas que indicam que a
combinação das técnicas reestruturação cognitiva, relaxamento e exposição, retornam
resultados mais eficazes, mas há outras possibilidades.
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