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Educacao Tercerizada

Por:   •  21/11/2015  •  Projeto de pesquisa  •  1.936 Palavras (8 Páginas)  •  302 Visualizações

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FACULDADE DE TECNOLOCIA E CIÊNCIA
BACHARELADO DE PSICOLOGIA

AMANDA CARDOSO
GABRIELLA SODRÉ
LARISSA NOVAES
THAIS FERRAZ
VANESKA RODRIGUES

Como a educação terceirizada pode influenciar no desenvolvimento infantil?

Vitória da Conquista- BA

2014

AMANDA CARDOSO
GABRIELLA SODRÉ
LARISSA NOVAES
THAIS FERRAZ
VANESKA RODRIGUES

Como a educação terceirizada pode influenciar no desenvolvimento infantil?

Trabalho apresentado à disciplina
MTPP, do curso de Bacharelado em
Psicologia da Faculdade de Tecnologia e Ciências.

                                                         Orientadora Prof.: Isabela Arruda

Vitoria da Conquista- BA
2014

MTPP- PROJETO DE PESQUISA

Assunto: 

Desenvolvimento Infantil

Tema: 

Educação Terceirizada

Problema: 

Como a educação terceirizada pode influenciar no desenvolvimento infantil?

Problemática:

Diante a modernização da família, e consequentemente a inserção da mulher no mercado de trabalho, houve a necessidade de um cuidado alternativo na educação dos filhos, havendo então uma transferência de responsabilidade que podem gerar consequências na construção do desenvolvimento do individuo.

Objetivo Geral: 

Investigar quais os impactos da educação terceirizada no desenvolvimento infantil.

Objetivo Específico:  

Identificar os principais problemas que a educação terceirizada pode trazer para o desenvolvimento infantil.

Mostrar maneiras de melhoria para o desenvolvimento da terceirização.

Justificativa:

Esta pesquisa foi desenvolvida a fim de buscar respostas que justifiquem os principais impactos negativos na vida do individuo quando há uma ruptura dos laços familiares na construção da sua educação.

Introdução

A partir do surgimento da linguagem, a educação auxilia o homem na sua sobrevivência, permitindo que os conhecimentos aprendidos através das experiências sejam repassados de geração a geração, sendo esse processo de responsabilidade inicial da família, ou seja, cabe a esse grupo apresentar os primeiros ensinamentos sócios educativos do individuo.

A terceirização é evidente desde a idade media, porém com a visão amplamente diferenciada. Hoje com a inserção da mulher no mercado de trabalho há necessidade de um cuidado alternativo para a criança. A educação terceirizada é uma alternativa de cuidados, onde os pais aderem para suprir a ausência no lar, entretanto e, por interpretação errônea, acabam transferindo as responsabilidades, por inteiro a terceiros, não tendo conhecimento do quanto essa prática pode ser prejudicial no desenvolvimento da criança.

Contudo, a educação terceirizada pode também implicar na conduta moral do individuo frente à sociedade, ou seja, percebe-se que há uma arbitrariedade no processo evolutivo da terceirização.

Revisão de Literatura:

A Educação terceirizada ao qual a pesquisa refere-se é a transferência de responsabilidades da obrigação paterna e materna sendo delegada há terceiros. Por haver uma redução no período em que as crianças ficam com os pais, elas acabam passando a maior parte do tempo sob orientação de terceiros, podendo ser eles: escolas, creches, babas, vizinhos e mídias (TV, internet, jogos e aparelhos eletrônicos).

A prática da terceirização da educação infantil é comum desde a idade media, pois ao analisarmos historicamente já havia a transferência dos cuidados de ordem materna e paterna da família biológica para outra família, independente do vinculo parental. Segundo Ariès na Idade Média:

[...] todas as crianças, a partir dos sete anos de idade, independentemente de sua condição social, eram colocadas em famílias estranhas para aprenderem os serviços domésticos. Os trabalhos domésticos não eram considerados degradantes e constituíam uma forma comum de educação tanto para os ricos como para os pobres. (ARIÉS, 1981, p.117)

Na atualidade não se diferencia, pois as crianças são submetidas a padrões educacionais alheios, se traçarmos um perfil da família contemporânea fica explicito a mudança da estrutura familiar, anterior ao do século XX, o padrão de responsabilidades do lar era divido, sendo o homem responsável pelo sustento familiar e a mulher tinha como competência cuidar do lar e da educação dos filhos, o que visivelmente não é compatível com a rotina atual, onde a responsabilidades do sustento do lar estão equiparados a ambos. Com a inserção da mulher no mercado de trabalho e consequentemente a ausência no lar na maior parte do tempo, a necessidade de transferência dos cuidados da criação dos filhos foi inevitável, gerando assim o que chamamos de educação terceirizada.

Entretanto há certas etapas da vida que são indispensáveis a interferência de um terceiro, um exemplo claro disso é o período de alfabetização, onde Bandura descreve a importância e a necessária da presença de um mediador na construção do saber cientifico, para auxiliá-lo no desenvolvimento cognitivo. Porém, existem orientações e cuidados que deveriam ser de responsabilidade primordial dos pais, como a construção de valores morais e éticos, vínculos afetivos, o direcionamento das diretrizes educacionais, instruções dos direitos e deveres aos quais os filhos deverão carregar por toda a vida auxiliando na construção do seu “EU”.  

        Realmente o termo Terceirização na Infância é um pouco forte, porém esta prática atualmente vem se tornando cada vez mais comum, constantemente observamos queixas das escolas e das babas da sobrecarga que os pais exigem deles.  Segundo Campos, Jobim e Souza uma professora enfatiza a disfunção dos papeis familiares com relação à escola, como pode ser constatado no depoimento a seguir:

Célia – Essa crise de limites ou essa falta de autoridade ou excesso de autoridade, eu percebo assim: tanto a escola não absorve essa função da formação, como a família também está abrindo mão dela. Então eu vejo casos assim: outro dia eu estava vendo uma cena assim meio patética: uma mãe entregando a criança na porta da escola e falando assim [para a professora da criança]: olha, você bota o tênis nele porque comigo ele não quis botar de jeito de nenhum. Tipo assim, é regra da escola, o menino estar na sala, tem que estar uniformizado, ou seja, de tênis. Aí a mãe passa aquilo pra professora porque ela não deu conta daquilo. Eu achei muito engraçado a mãe dizendo que não deu conta. Vai ver que pra ela aquilo não é uma regra e pra professora é. Quem estabeleceu? Eu fiquei olhando pra aquela sensação de impotência da mãe diante de um garoto que devia ter uns quatro anos de idade. Então eu acho que tem essa crise sim, do que que é o limite e que limites a gente tem que dar. E por outro lado uma sociedade que a gente vê que perdeu isso: a questão da ética, a questão do que pode e do que não pode, por onde que a gente segura, por onde que a gente organiza isso aqui. Eu acho que está tudo muito falho. Dentro da escola, como é que a gente está estabelecendo essas regras? Não sei... (CAMPOS e SOUZA, 2003, p. 03).

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