Escola E Famiia Um Espaço De Conflito
Pesquisas Acadêmicas: Escola E Famiia Um Espaço De Conflito. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: Jeusius • 9/12/2013 • 11.375 Palavras (46 Páginas) • 547 Visualizações
1 INTRODUÇÃO
A escola, como instrumento entre a família e a sociedade, compartilha funções sociais, políticas e educacionais, na medida em que contribui e influencia na formação do cidadão.
Neste espaço, tanto a família quanto à sociedade lançam olhares e exigências à escola. No que se refere à família, é necessário dizer que a historia nos leva a concluir que não existe um paradigma de família unicamente definido e sim uma infinidade de modelos familiares, com traços em comum, mas também guardando singularidades. É possível dizer que cada família possui uma identidade própria, trata-se na verdade, como afirmam vários autores, de um agrupamento humano em constante evolução, constituído com o intuito básico de prover a subsistência de seus integrantes e protegê-los.
Estão presentes dessa maneira, sentimentos pertinentes ao cotidiano de qualquer agrupamento como amor, ódio, ciúme, inveja, entre outros. Em relação às expectativas da família no que tange à escola com seus filhos, encontram-se várias fantasias familiares como o desejo de que a instituição escolar “forme” o filho naquilo que a família não se julga capaz, como, por exemplo, limite e sexualidade e o ingresso em uma universidade pública.
A sociedade procura ter na escola uma instituição normativa que trate de transmitir o saber, incluindo além dos conteúdos acadêmicos, os elementos éticos e estruturais. De acordo com Outeiral apud Siqueira, 2002, p.01 é a partir daí que se constrói o currículo manifesto (escrito em seus estatutos) e o currículo latente (o dia-a-dia).
Embora bem delimitadas as diferenças entre casa e escola, passou-se a buscar mais o apoio desta, entendendo-se a eficácia da ação da escola sobre crianças e jovens quando respaldadas pelo conhecimento e omissão da família. A despeito disso, será reservado à escola, os direitos sobre o conhecimento científico acerca das áreas disciplinares, como também sobre aqueles que diziam respeito aos processos de aprendizagem das crianças e adolescentes, conhecimentos estes informados pelas ciências naturais, matemática e língua portuguesa preservando a escola, desta forma, seu lugar de autoridade no gerenciamento das questões pedagógico - educacionais.
Atualmente estamos em outros tempos, bem mais complexo, diverso e inquietante do que há algumas décadas, a escola enfrenta, além do desafio frente ao domínio do conhecimento, em permanente mudança, também o desafio da relação com seus alunos, sejam eles crianças pequenas ou jovens.
É incontestável que esse contexto perpasse por questões de diferentes naturezas, entre as quais os dilemas do desempenho acadêmico a ser proposto na contemporaneidade, os impasses da escolha dos encaminhamentos metodológicos mais adequados as relações de ensino, os limites e possibilidades da manutenção de uma relação professor aluno com qualidade e a família é considerada peça chave nesse momento de crise.
Ao lado da família, a escola permanece sendo um espaço de formação que deve, para tanto, repensar a sua ação formadora, preocupando-se em formar seus educadores para que os mesmos reúnam recursos que os permitam lidar com os conflitos inerentes ao cotidiano escolar. É, portanto, na escola, refletindo sobre o que há para ser ensinado às crianças sobre a metodologia que pode tornar mais coesa a ação do conjunto docente, que a escola poderá encontrar saídas legítimas à superação dos problemas morais e éticos que assolam o seu dia-a-dia.
Neste contexto, mas sem abdicar do lugar reservado ao ensino formal, é preciso que os espaços destinados à formação dos educadores no interior da escola deem, também, prioridade à reflexão político-filosófica sobre os sentidos e possibilidades da ação educacional para que se possa, desta feita, recuperar ou constituir um novo ideário para a escola.
Sabe-se que a escola não é a única instância de formação de cidadania, entretanto, o desenvolvimento dos indivíduos e da sociedade dependem cada vez mais da qualidade e da igualdade de oportunidades educativas. Formar cidadãos supõe Instituições, principalmente as educacionais, onde se possa resgatar valores morais com a dimensão social do ser humano, em que a produção e comunicação do conhecimento ocorram através de práticas participativas e criativas.
A escola trata-se de uma instituição da sociedade na qual a criança atua efetivamente como sujeito individual e social. É um espaço concreto e fundamental para a formação de significados e para o exercício da cidadania: na medida em que possibilita a aprendizagem de participação crítica e criativa, contribui para formar cidadãos que atuem na articulação entre o Estado e a sociedade civil. Para a família, o ensino quanto mais individualizado, melhor para seu filho, pois nesse contexto vai haver a peculiaridade de melhor ajudá-los e a destacá-lo. Os cuidados transitam, portanto no âmbito do privado. Este enfoque mais social do que individual, carrega objetivos éticos, pois a escola deve ser um espaço de valorização tanto da informação, como da formação de seus alunos, dentro de uma estrutura coletiva.
A escola enquanto instituição busca através de seu ensino, que seus alunos possam assumir a responsabilidade por este mundo, como diz Arendt (apud Castro, 2002 p.1) “Ultrapassa os desejos individuais e esta responsabilidade só poderá advir, através do enlaçamento entre conhecimento e ação, entre o saber e as atitudes, entre os interesses individuais e sociais. Assim deverá, como um novo modelo, ampliar o mundo dos alunos, convidando-os a olhar suas experiências com uma outra lente que não a familiar, o que alterará os significados já conhecidos. A escola pública tem mais fortemente, então, a responsabilidade da apresentação de conceitos e conteúdos herdados de nossa cultura, pois muitas crianças só terão acesso a esta herança, através de sua passagem pela escola, que deve então, abrir caminhos de acesso à cultura de maneira igualitária para todos e neste sentido, lutar contra os privilégios de uma classe social. Todo educador enquanto mediador do vínculo entre aluno e a cultura, entre a escola e a família, está mergulhados e comprometidos nesta rede de interesses dos dominantes e dos dominados”.
A experiencia vivenciada com os professores da Escola Estadual Tiradentes, mostra que alguns trabalham com objetivo de reprodução dos valores dominantes, outros tem uma posição mais crítica, mas no geral todos assumem posições políticas. O estilo e o método deste ensino, suas regras, sua maneira de avaliar, de receber a família etc., traduzem os objetivos das instituições, deixando claras as opções e desvelando seus interesses mais
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