Espinha bífida: a pluricausalidade manifesta nos problemas de aprendizagem
Por: Cinthia Rocha de Freitas • 19/9/2016 • Artigo • 5.076 Palavras (21 Páginas) • 443 Visualizações
CINTHIA ROCHA DE FREITAS
ESPINHA BÍFIDA:
A PLURICAUSALIDADE MANISFESTA NOS
PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM
GOIÂNIA
2008
CINTHIA ROCHA DE FREITAS
ESPINHA BÍFIDA:
A PLURICAUSALIDADE MANISFESTA
NOS PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM
Artigo científico elaborado para fins de avaliação parcial como requisito de trabalho de conclusão da disciplina estágio supervisionado do curso de especialização em Psicopedagogia da Universidade Católica de Goiás.
Profa. Orientadora: Márcia Andréia Iaccino
GOIÂNIA
2008
CINTHIA ROCHA DE FREITAS
ESPINHA BÍFIDA:
A PLURICAUSALIDADE MANIFESTA
NOS PROLEMAS DE APRENDIZAGEM
__________________ ______________________ ______
Supervisora de Assinatura Nota
Estágio
______________________ __________________________ _______
Coordenadora de Assinatura Nota
Curso
GOIÂNIA
2008
Resumo: Esse artigo apresenta um estudo de caso desenvolvido em uma situação de Estágio supervisionado em Psicopedagogia Clínica, realizado em uma instituição municipal que propõe ações de apoio à inclusão. Mostra o atendimento psicopedagógico a uma criança portadora de Espinha Bífida , tendo como foco a análise dos problemas de aprendizagem apresentados levando em consideração os diversos fatores envolvidos no processo de aprender. Focaliza a importância da Psicopedagogia na busca de soluções e medidas intervencionistas para os problemas de aprendizagem, considerando-se os diversos aspectos orgânicos, emocionais, cognitivos, sociais e pedagógicos, para onde se voltam o olhar e a escuta que procuram compreender os bloqueios à aprendizagem.
Unitermos: Espinha Bífida. Pluricausalidade. Aprendizagem. Problema de aprendizagem.
Introdução
Nas últimas décadas do século XX e início desse século, cresceu o interesse por uma interlocução entre a Educação, a Psicologia Clínica e a Psicanálise, a partir dos estudos a cerca das inter-relações, na construção das aprendizagens, entre a razão e os afetos, a cognição e o desejo de aprender. Esses estudos procuram responder a questionamentos que surgem da dinâmica destes elementos, responsáveis por uma crescente demanda de atendimentos clínicos a crianças e adolescentes com queixas na aprendizagem escolar.
A Psicopedagogia é uma área de atuação decorrente dessa interlocução, que possibilita analisar essa dinâmica tanto do processo de aprendizagem do ponto de vista do sujeito que aprende, quanto da instituição que ensina, considerando o contexto socioeconômico e cultural
em que estão inseridos. Características como articulação, flexibilidade, convergência e integração estão diretamente relacionadas ao fazer psicopedagógico.
A Psicopedagogia não é somente uma simples aplicação- como muitos sugerem- da Psicologia à Pedagogia. Considerando-se a complexidade de seu objeto de estudo, pode-se assim conceituá-la como uma área que se ocupa da aprendizagem humana e suas implicações, com um enfoque interdisciplinar que busca compreender os diferentes aspectos inseridos no ato de aprender e para isso lança mão de outros corpos teóricos como a Psicologia, a Pedagogia, a Neurologia, a Lingüística e a Sociologia
Barthes1 define bem o conceito de interdisciplinaridade quando afirma que não basta tomar um assunto e relacioná-lo a duas ou três ciências. A interdisciplinaridade consiste em criar um objeto de estudo novo, que ainda não pertence a ninguém.
No decorrer de sua história, a Psicopedagogia procurou seu objeto de estudo apresentando-o de diversas formas. Primeiro foram às dificuldades de aprendizagem com ênfase nos déficits. O foco era a falta e buscava-se diminuir as diferenças para ter certa uniformidade. No segundo momento, esta área do conhecimento tomou a não aprendizagem com mais significado, que promove perceber o sujeito como um ser único e singular.
Atualmente o seu objeto de estudo está voltado para a aprendizagem de um sujeito que é sistêmico, visto com suas emoções, seu equipamento biológico, desejos, motivação, inteligência e possibilidades de interação com o meio. Esta nova área do conhecimento apresenta vários campos de atuação, tais como: o campo institucional ou preventivo cujo trabalho acontece na instituição escolar e tem como objetivo a análise da filosofia, dos objetivos, da metodologia e todos os aspectos relacionados ao processo ensino aprendizagem; o campo hospitalar, ainda novo, que busca atender crianças e adolescentes que se encontram internados por um período considerável de tempo a fim de minimizar o prejuízo causado pelo afastamento do âmbito escolar e motivar o interno à sua plena recuperação; o campo da pesquisa em fase inicial com projetos de investigação em diferentes áreas de conhecimento; o campo teórico, que se dedica a elaboração do referencial teórico, a partir da reflexão dos dados colhidos nas pesquisas, e o campo clínico, o mais antigo, destinado a atender o sujeito que já está com um problema de aprendizagem instalado. Para tanto, esse campo estuda o indivíduo, sua história, as influências de seu meio social e afetivo que podem comprometer ou favorecer a aprendizagem, fatores educativos e problemas estruturais. Busca também compreender o por quê da não aprendizagem, o que e como aprender.
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