“Estruturalismo" - História da Psicologia Moderna
Por: Liliane Santos • 15/11/2016 • Resenha • 1.440 Palavras (6 Páginas) • 1.603 Visualizações
SCHULTZ, Duane P.; SCHULTZ, Sidney Ellen. “Estruturalismo”. In: História da Psicologia Moderna. São Paulo: Cenga ge Learning, 2014.
Estruturalismo
O professor Edward Bradford Titchener – Cornell University – no início do século XX, fazia alguns experimentos, mediante a introspecção com seus alunos de pós-graduação. Esses experimentos consistiam em passar um tubo de plástico pela garganta da pessoa até o estômago. O aluno, conhecido como observador, passava um dia com esse tubo e ia em determinado tempo ao laboratório onde era inserido no tubo água quente e posteriormente fria. O observador deveria relatar as experiências – sensações observadas – a cada evento distinto. Titchener objetiva assim poder estudar a sensibilidade dos órgãos internos de seu observador mediante aos relatos dos sentimentos e sensações relatados.
Outros experimentos também foram realizados como o relato de sensações em situações como: ato sexual e realização de necessidades fisiológicas. (p. 88)
Edward Bradford Titchener
Seguidor de Wilhelm Wundt, altera o sistema de psicologia ao levar esse sistema para os Estados Unidos. Ao reformular a sua maneira essa abordagem, denomina concepção de estruturalismo, que vigorou nesse país por 20 anos.
Para o pesquisador alemão, Wundt, a mente organizava voluntariamente os elementos mentais, ao contrário do que pensavam os empiristas e associacionistas britânicos (passividade mental).
Titchener estudou elementos mentais. E a psicologia deveria se concentrar em descobrir “a natureza das experiências conscientes elementares” – determinar a estrutura da consciência pela análise das partes que a compunham. (p. 89)
Biografia
Britânico, de família tradicional como poucos recursos financeiros, faz seus estudos como bolsista (Malvern College e Oxford). Interessou-se pela psicologia wundtiana e por falta de apoio na universidade britânica vai para Alemanha onde obtém seu doutorado em 1892.
Volta para Oxford, mas devido ao ceticismo de seus colegas vai para os Estados Unidos (Cornell University) lecionar psicologia e dirigir um laboratório de pesquisa. Nos 35 anos que se dedicou a pesquisa formou mais de 50 doutores. A partir de sua influência na pesquisa de seus orientados cria o sistema do estruturalismo.
Traduziu para o inglês as obras de Wundt. Seus livros também foram traduzidos para vários idiomas e influenciaram “o trabalho de laboratório da psicologia nos Estados Unidos” e toda uma “geração de psicólogos experimentalistas”. (90)
Os experimentalistas de Titchener: proibido para as mulheres
Os experimentalistas de Titchener, grupo formado por pesquisadores de várias universidades, passam a se reunir (1904) a fim de comparar os resultados de suas pesquisas. Nessas reuniões não se permitia a participação de mulheres.
Apesar dessa proibição, Titchener aceitava mulheres em seu programa de pós-graduação. Foi o primeiro a orientar um doutorado feito por uma mulher na área de psicologia (Margaret Floy Washburn). Mas de 1∕3 de suas orientações foram realizadas por mulheres. Também apoiou a contratação de mulheres como professoras de psicologia.
Em 1929, após a morte de Titchener, esse grupo se transforma na Sociedade de Psicólogos Experimentais, existente nos dias atuais, e que admitia mulheres. (p. 91-92)
O conteúdo da experiência consciente
Para Titchener, “o objeto de estudo da psicologia é a experiência consciente como dependente do indivíduo que vivencia” (p. 93). Isso a diferenciava das demais ciências que não dependiam diretamente da experiência pessoal.
Em sua concepção, a experiência consciente seria “o único enforque adequado para a pesquisa psicológica” (p. 93).
Com a experiência consciente, criou o conceito de erro estímulo que seria a “confusão entre o processo mental que está sendo estudado e o estímulo ou objeto que está sendo observado” (p. 95). Assim, ao se concentrar no objeto de estímulo e não no conteúdo consciente, não se difere o conhecimento prévio sobre o objeto da experiência imediata tida com ele. Quando um observador descreve as características de um objeto que não sejam físicas (cor, formato) passa-se para interpretação do mesmo.
Tem a psicologia estrutural como uma ciência pura e não se preocupava com sua aplicação prática. Seu objetivo era “descobrir os fatos estruturais da mente”. E assim foi contrário ao desenvolvimento da psicologia infantil, animal e outras áreas que eram incompatíveis com seu método experimental de experiência consciente.
Introspecção
Seu método de introspeção – auto-observação – se baseava em observadores rigorosamente treinados para descrever elementos em estado de consciência. Para ele, aprendemos a descrever uma experiência a partir de estímulos. E essa prática deveria ser abandonada pelo observador.
Como Kulpe, descreve seu método, introspecção experimental sistemática, a partir de relatos detalhados, subjetivos e qualitativos de atividades mentais durante o processo de introspecção. Opôs-se a Wundt por se interessar na análise da experiência consciente em sua complexidade a partir das partes dos componentes e não com a síntese dos elementos por meio da apercepção. Titchener visava as partes, enquanto Wundt, o todo.
Sofreu também a influência mecanicista ao enxergar seus observadores como instrumentos mecânicos passíveis de registro, que reagem e respondem objetivamente “às observações das características do estímulo observado”. Ou seja, os considerava máquinas (p. 96). Eram treinados para uma observação mecanizada.
Propunha uma abordagem experimental de observação introspectiva na psicologia, usando de rigor nos experimentos científicos, assim, “um experimento é uma observação que pode ser repetida, isolada e variada”.
Baseava-se em vários estímulos a fim de proporcionar observações extensas e detalhadas dos elementos de suas experiências. Seus observadores deveriam se atentar para o efeito produzido pelo estímulo sobre a consciência. Essas observações eram subjetivas e qualitativas.
Elementos da consciência
Propostas para a psicologia:
1- Reduzir os processos conscientes a seus componentes mais simples
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