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FREUD, Sigmund. O Eu e o Id, Autobiografia e outros textos(Cia. das Letras) - Vol. 16 (1923-1925)

Por:   •  12/5/2018  •  Artigo  •  725 Palavras (3 Páginas)  •  417 Visualizações

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“DAS UNHEIMLICHE” E “CORALINE”[1]

Letícia Aparecida Oliveira[2]

Roberta Augusta B. C. Paravidini[3]

Após a leitura e discução de estudos de Freud relacionados a segunda tópica, foi proposto que se escolhesse um desses textos para que fosse relacionado a algum tema de preferencia, que conforme apresentado no título, refere-se ao filme de animação “Coraline”.

Dentre os temas estudados, um dos que mais chama a atenção é Das Unheimliche (FREUD, 1919), traduzido pela editora Companhia das Letras como “O Inquietante” e publicado no ano de 2010, no Volume 14 das Obras Completas de Freud.

Nesse texto, inicialmente Freud faz uma breve analise do significado da palavra Unheimliche, que segundo ele, apresenta traduções pouco satisfatórias para outras línguas. Entende-se que o prefixo Un indica algo que seria contrário/oposto/antônimo, a algo que seria então familiar/conhecido. “O inquietantante é aquela espécie de coisa assustadora que remota ao que é há muito conhecido, ao bastante familiar.” (FREUD, 1919, p. 331). Desenvolvendo essa idéia, o autor acrescenta que “Heimliche seria tudo o que deveria permanecer secreto, mas apareceu.” (FREUD, 1919, p. 338)

Freud enumera ocasiões em que esse sentimento inquietante pode ser apontado. A primeiro deles seria em situações que remetem a castração, ilustrada por Freud através do Conto “O Homem de Areia”, no qual o personagem que da nome a história, rouba os olhos das crianças mal criadas que não querem ir dormir, temor que atormenta o personagem Nathaniel desde a infância. Segundo Freud, existe uma relação entre o medo relativo aos olhos e a castração.

Outra situação também ilustrada no conto acima citado, faz referencia ao automoto, que olhando de longe não se sabe se é ou não uma pessoa. Ou seja, “é desperta uma incerteza intelectual de que algo seja vivo ou inanimado” (FREUD, 1919, p. 338).

Freud também faz referencia a idéia de “Duplo”, afirmando que a existencia de sozias ou até mesmo a presença de pessoas com o mesmo nome, poderiam causar um estranhamento, fazendo pensar na possibilidade de especie de telepatia ou talvez causasse uma incerteza sobre o proprio Eu e sobre seu lugar.

O “constante retorno do mesmo” que Freud exemplifica mencionando a cituação de estar perdido em algum lugar e, na tentativa de fugir,  “andar em circulos”. A simples apreciação dessa possibilidade já se torna causa de estranhamento.

Analizando o texto e pensando e temas e situações em que essa teoria poderia ser observada, o filme de animação “Coraline” baseado no livro de mesmo nome, do autor britânico Neil Gaiman, se faz um exemplo impar de Unheimliche.

Na animação menionada, a personagem Coraline, uma menina que acaba de se mudar, se mostra pouco satisfeita com a pouca atenção que seus pais tem lhe dado. Na nova casa, ela descobre uma especie de portal, que leva a uma mundo paralelo muito parecido com o seu. Nesse lugar, ela encontra um “duplo” da sua vida: uma copia da sua casa, de seu amigo e até mesmo seus pais parecem estar lá. Eles parecem “melhores”, mas causam estranhamento as pequenas diferenças: as pessoas tem botões no lugar dos olhos.

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