FUNDAMENTOS HISTORICOS E EPISTEMOLOGICOS DA PSICOLOGIA II
Por: joaobg1989 • 11/11/2018 • Resenha • 1.117 Palavras (5 Páginas) • 286 Visualizações
[pic 1] UNIVERSIDADE DA REGIÃO DA CAMPANHA
CENTRO DE CIENCIAS DA SAÚDE- CCS
CURSO DE PSICOLOGIA
FUNDAMENTOS HISTORICOS E EPISTEMOLOGICOS DA PSICOLOGIA II
Docente: Fanny Helena Martins Salles
Acadêmico:
João Uiliam Alves
Bagé, 2016
Correlações entre o filme Nise- O Coração da Loucura, a Teoria da Complexidade de Edgar Morin, e Palestras da Semana Acadêmica.
O filme Nise- o Coração da Loucura tem como protagonista a atriz Gloria Pires que encarna o papel da ousada Doutora Nise da Silveira, que revolucionou o pensamento do fazer psiquiátrico na realidade brasileira. Em meados dos anos 1940, depois de ter ficado afastada da profissão, a Doutora Nise volta ao convívio clinico, e depara-se com a brutalidade das técnicas utilizadas nos manicômios da época. O enredo do filme conta com uma gama de personagens portadores das mais variadas condições clínicas, que até o presente momento tinham um tratamento desumano, humilhante, cheio de preconceitos e ministrado por detentores do saber. A confrontação entre as técnicas tradicionais e as utilizadas pela Doutora Nise marcaram a emergência de uma nova forma de conceber o ser humano, ou seja, mesmo que este possua um quadro clinico, merece o devido respeito e valorização.
Ainda hoje, após a reforma psiquiátrica no Brasil, algumas casas de tratamento de pessoas com distúrbios mentais possuem reclamações de maus tratos, portanto, a luta antimanicomial deve ser cada vez mais fomentada pela sociedade e pelo poder público. Com seu espirito aguerrido Nise nos deixou um legado de amor pelo ser humano, que deve ser multiplicado a cada dia, principalmente pelos profissionais que trabalham em saúde mental. Mas afinal de contas, que relações podemos fazer entre o filme e a Teoria da Complexidade de Edgar Morin? Em uma primeira observação pode-se dizer que o pensamento de Nise foi complexo para os ditames de sua época. Ela viu a “outra” possibilidade de fazer seu trabalho adotando conceitos como solidariedade, cooperação e abertura de pensamento, fugindo em si dos sistemas fechados de ideias, das regras rígidas. Os métodos sectários tendem sempre a castrar a expressão, a criatividade do ser humano, fazendo assim a manutenção do status quo, e consequentemente, o enaltecimento daqueles que valorizam somente o tão desumanizante capital, relegando assim a multiplicidade da concepção em que ser humano se configura. Nise fugiu do obvio, das explicações simplistas e rotuladoras e colocou-se a serviço do respeito à diversidade para construção de opiniões, pois sabia que a unidimensionalidade e o dogmatismos eram condições para o subdesenvolvimento e opressão das massas. Em nosso fazer profissional como psicólogos, devemos sempre procurar observação do ser humano pelas lentes do pensamento complexo, pelas suas diversas nuances e manifestações, ou seja, em seu aspecto biopsicossocial. Mas estas considerações não são atributos que somente sejam aplicáveis aos profissionais da psicologia, devem também ser da ciência como um todo, afinal, ciência é sempre reconstrução do conhecimento, o que nos leva a lembrar que é do caos que vem a ordem.
As palestras ministradas na Semana Acadêmica serviram para evidenciar como cada teoria trabalhada na Disciplina Fundamentos Teóricos e Epistemológicos da Psicologia possuem conexão e versam sobre um mesmo ponto em comum: a complexidade do ser humano em seu devir. A palestra do primeiro dia tinha como tema “ Como desenvolver uma boa relação com os pacientes”, ou seja, como nós os profissionais da saúde poderíamos de forma mais sistemática desenvolver vínculos mais humanizados com aqueles que nos procuram para ter alguma melhora. Se observarmos pelo viés de Nise da Silveira, ela refuta a o conceito “ paciente” e defende o termo “cliente”, pois nós profissionais da saúde é quem precisamos deles para que nossa atividade exista, colocando-nos assim a serviço da humanização e da humildade perante ao desconhecido. Sobre a o tema do segundo dia de palestra, “Vida e Obra de Jung”, podemos também relacioná-lo ao trabalho da Doutora Nise, pois seu trabalho era baseado na vertente psicanalítica daquele, remetendo-nos assim novamente que somos donos da verdade psicológica e não somos senhores do pensamento complexo, mas eternos aprendentes sobre a subjetividade humana. Já no que concerne ao tema do terceiro dia de palestra, “Transtorno de Personalidade e Drogas de Abuso: como tratar casos complexos”, devemos refletir com certo rigor e realizar uma transposição para um futuro próximo e imaginar como atenderemos aqueles que estão com processo de drogadição, será que atenderemos meramente para contar números ou atenderemos para tentar mudar uma pequena fração da realidade? A resposta está no amor que o profissional da psicologia deve possuir em lutar pelo seu semelhante. Somente o amor verdadeiro equilibra as relações, amor no que se faz pelo outro simplesmente pelo bem querer. No quarto dia de palestras da semana acadêmica foi tratado do tema “ Psicanalise na Clínica Atual”, onde a palestrante coloca-nos de forma crítica e respeitosa recursos que o psicólogo deve lançar mão na clínica de orientação psicanalítica atual, renovando assim a visão do psicoterapeuta na atualidade. Em relação ao tema do quinto dia de palestras da semana acadêmica, “Regionalização do Acesso aos Serviços no Sistema Único de Saúde- SUS”, propondo-nos um avanço para as políticas públicas em saúde e o acesso cada vez mais amplo da população. A elitização do sistema deve ser algo cada vez mais questionada, dando lugar a diálogos e ações cada vez mais gerais sobre os serviços prestados pelas secretárias de saúde em cada região.
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