Fichamento De Convite A Filosofia De Marilena Chaui
Artigos Científicos: Fichamento De Convite A Filosofia De Marilena Chaui. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: vanessafvv • 23/11/2014 • 10.013 Palavras (41 Páginas) • 2.388 Visualizações
Fichanento
Convite à Filosofia
Marilena Chauí
Razão
Verdade
Conhecimento
Ciência
A Razão
Os vários sentidos da palavra razão
A Filosofia se realiza como conhecimento racional da realidade natural e cultural, das coisas e dos seres humanos. Ela confia e desconfia da razão. O que é razão?
Dizemos, “eu estou com a razão” ou “ele não tem razão” no sentido de certeza. “Também alguém perde a razão” no sentido de ter ou não ter. Falamos “se você disser suas razões, sou capaz de fazer o que você pede” no sentido de motivos, ‘qual a razão disso?” indicando causa. Todos esses sentidos formam a razão.
A Filosofia afirma que a verdade é racional; chama nossa razão de luz e que agimos por motivos, que nossa vontade é racional e por isso a realidade é racional.
“O Coração tem razões que a razão desconhece”, nesta frase de Pascal, as palavras razões e razão têm significado diferentes, Razões são os coisa do coração como paixão e as emoções, já razão é consciência intelectual e moral.
Pascal está afirmando que as que as emoções, os sentimentos ou as paixões são os motivos e as causa dos nossos atos e que a consciência intelectual e moral é diferente das paixões e dos sentimentos e que possui seus próprios motivos ou suas próprias razões.
A frase quer dizer que nossa vida emocional é diferente de nossa atividade consciente, nossa razão moral ou intelectual.
A consciência é a razão. Coração e razão são diferentes. Se alguém “perde a razão” é porque está sendo movido pelos sentimentos. Se alguém “recupera a razão” é porque a consciência moral se tornou mais fortes do que as paixões. A razão é a vontade racional não dominada pelos impulsos e realiza as ações morais comandadas pela inteligência.
Ouvimos outras que a razão é colocada como capacidade puramente intelectual para conseguir o conhecimento verdadeiro e isto é considerado um “progresso”. Por ser considerado um “progresso”, a razão é concebida como capaz de aumentar seus conteúdos e suas capacidades através dos tempos.
Outras vezes a razão ou o irracional pode significar clareza das ideias, resultado da inteligência. Ao contrario de irracional, que significa desordem, confuso.
Esses sentimentos formam a ideia de razão. Nós a consideramos a consciência moral que dá finalidade ética para a ação. Razão significa as leis do pensamento e as leis da ação refletida.
Para muitos filósofos razão não é apenas a capacidade dos seres humanos, mas também qualidade das próprias coisas, existindo na própria realidade, nossa razão pode conhecer a realidade porque ela é racional em si mesma. Razão agora é ordenação das próprias coisas.
Então a razão objetiva é a afirmação de que a realidade é racional; e a razão subjetiva é a afirmação de que o sujeito da ação é racional. A Filosofia é o encontro das duas razões.
Origem da palavra razão
A palavra razão vem da palavra latina ratio e da palavra grega logos, que têm um significado parecido como contar, reunir e medir.
Quando medimos, juntamos, separamos, contamos e calculamos estamos pensando de forma ordenada. Por isso, logos, ratio ou razão significam pensar e falar ordenadamente, com clareza. A razão é uma maneira de organizar a realidade para que se torne compreensível. As próprias coisas são racionais, possuem identidade, etc., podendo ser reunidas ou separadas.•.
Na Filosofia, a palavra razão é considerada oposta a quatro atitudes:
1. Ao conhecimento ilusório, que provém dos costumes e de preconceitos. A razão se opõe à mera opinião;
2. Às emoções, às paixões que nos confundem. A razão é atividade ou ação oposta à paixão;
3. À crença religiosa, pois, nesta, a verdade nos é dada pela fé numa revelação divina. A razão é oposta à revelação;
4. Ao êxtase místico que exige um estado de abandono da atividade intelectual para o conhecimento que só pode ser sentido e não expresso em palavras.
Os princípios racionais
Desde o principio, a Filosofia considerou que a razão obedece a regras que respeitamos, mesmo sem saber, porque são princípios que garantem que a realidade é racional.
Os princípios são:
Princípio da identidade: sem ele não podemos pensar. Afirma que uma coisa, só pode ser conhecida e pensada se for percebida e conservada em sua identidade. É a condição para conhecer as coisas a partir de suas definições.
Por exemplo, depois que um matemático definir o triângulo como figura de três lados e de três ângulos, não só nenhuma outra figura que não tenha esse número de lados e de ângulos poderá ser chamada de triângulo como também todos os teoremas e problemas que o matemático demonstrar sobre o triângulo, só poderão ser demonstrados se, a cada vez que ele disser “triângulo”, soubermos a qual ser ou a qual coisa ele está se referindo. O princípio da identidade é a condição para que definamos as coisas e possamos conhecê-las a partir de suas definições.
Princípio da não-contradição ou princípio da contradição: É impossível afirmar e negar a mesma coisa ao mesmo tempo e na mesma relação. Sem o princípio da não-contradição, o princípio da identidade não poderia funcionar. Afirma que as coisas e as ideias contraditórias são impensáveis e impossíveis.
Princípio do terceiro-excluído, onde duas alternativas são possíveis, mas apenas uma é verdadeira. “Ou está certo ou está errado” e não há terceira possibilidade. Princípio da razão suficiente ou principio da causalidade, que afirma que tudo o que existe e tudo o que acontece tem uma razão, causa ou motivo para existir ou para acontecer, mesmo para o acaso ou fotos acidentais razão procura uma causa. A diferença entre a causa, ou razão suficiente, e a causa acidental é que a primeira se realiza sempre, é universal e necessária, enquanto a causa acidental ou casual só
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