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Focos De Intervenção Em Psicologia Escolar

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Por:   •  19/12/2014  •  1.176 Palavras (5 Páginas)  •  483 Visualizações

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Atualmente o Psicólogo Escolar é um profissional muito requisitado por educadores, equipe escolar e famílias, porém, é ainda compreendido, na maioria das vezes, como “aquele que pode tratar os alunos problemas e devolvê-los à sala de aula bem ajustados”. Essa visão caracteriza e fundamenta a intervenção clínica, uma prática que precisa ser abolida das Escolas, e revela a necessidade do estabelecimento de matrizes teóricas que fundamentem a prática deste profissional tão requisitado e tão pouco compreendido. Entre as tarefas descritas pelo CFP na resolução nº 014/00 destaco as seguintes possibilidades de atuação do psicólogo escolar:

a) aplicar conhecimentos psicológicos na escola, concernentes ao processo ensino-aprendizagem, em análises e intervenções psicopedagógicas; referentes ao desenvolvimento humano, às relações interpessoais e à integração famíliacomunidade- escola, para promover o desenvolvimento integral do ser;

b) analisar as relações entre os diversos segmentos do sistema de ensino e sua repercussão no processo de ensino para auxiliar na elaboração de procedimentos educacionais capazes de atender às necessidades individuais.

A partir das possibilidades acima descritas, alguns focos de intervenção na escola revelam-se como fundamentais e precisam estar embasados em conhecimentos da psicologia científica, tal qual propagada no curso de Psicologia.

FOCO 1 - As implicações do fazer pedagógico:

Todo fazer pedagógico precisa estar embasado em teorias do desenvolvimento e da aprendizagem, sendo que a prática do educador precisa estar coerente com tais teorias. Isso implica em material e atividades adequadas, clima de sala de aula, papel do professor e do aluno e concepção de ensino. Assim, o psicólogo escolar precisa estar atualizado quanto às teorias do desenvolvimento e da aprendizagem, especialmente com aquelas que embasam o corpo teórico da escola em que trabalha, focalizando os processos cognitivos.

Conhecimento necessário: Teorias do desenvolvimento e aprendizagem - inatismo, ambientalismo, construtivismo e psicologia histórico-cultural (Santos, 1997; Zanella, 2001; Davis & Oliveira, 1994). Possibilidade de intervenção

• Uma reunião inicial com a equipe pedagógica (orientadores e supervisores e direção, assim como professores) é mais que necessária. Faz-se importante deixar claro qual visão de sujeito o psicólogo tem (Andrada, 2005), o que pensa acerca da aprendizagem e quais estratégias diferenciadas tem a oferecer além do esperado atendimento individual na sala do psicólogo.

• Faz-se necessário conhecer o Projeto Político Pedagógico da Escola e participar da sua atualização.

• Trabalhar junto à equipe pedagógica em espaços semanais ou quinzenais de diálogo com os professores (intervenção mediada) a fim de juntos criar novos significados as situações cotidianas de sala de aula, eliminando a possibilidade de estigmatizar os alunos com dificuldade de aprendizagem (Curonici & MacCulloch, 1999).

• Criar espaços de discussão acerca das teorias de aprendizagem em Paradas Pedagógicas, sempre vislumbrando o Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola e a prática pedagógica.

FOCO 2 - O envolvimento de pais e educadores no processo de formação e educação das crianças e adolescentes:

Quando pensamos em processo de formação dos alunos não podemos excluir a participação ativa das famílias e, certamente, dos educadores. Envolver a família, co-responsável no processo de educação de seus filhos e filhas, a fim de que se possa colher dados acerca do outro sistema direto em que participa o aluno é mais que necessário (Andrada, 2003).

Conhecimento necessário: história das famílias no Brasil (Costa, 1983); teorias sobre a dinâmica familiar e teorias sobre o desenvolvimento das famílias (Carter & Mcgoldrick, 1995).

Possibilidade de Intervenção

• Em entrevista com a família levantar dados acerca das seguintes questões: autonomia X dependência; limites; autoritarismo X autoridade; relacionamento cognitivo e emocional na família, com o objetivo de resignificar os relacionamentos intra-familiar (Papp, 1992; Minuchin, 1982).

• Junto com a família, em encontros sistematizados, refletir sobre a função da dificuldade de aprendizagem neste momento do ciclo de vida familiar (Carter & Mcgoldrick, 1995), criando estratégias com pais e cuidadores que possibilitem o sucesso escolar da criança.

• Confrontar família e professor quando necessário, criando um espaço de dialogo franco acerca das dificuldades de todos, não só do aluno, diluindo no s sistemas a “culpa” pelo fracasso escolar. Assim, outra armadilha é enfraquecida: “a culpa sempre é da família”.

• Unir pais e professores no processo educacional das crianças em estratégias cognitivas que contem com a participação de ambas as partes.

• O Psicólogo Escolar, questionador, curioso e acima de tudo assumindo uma posição investigativa, pode criar junto à equipe uma estratégia de intervenção colaborativa, na qual todos têm influência sobre o aluno, assim como sofrem influência mutuamente (Andrada,

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