GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA ESTUDO DIRIGIDO
Por: lelitata • 18/8/2019 • Trabalho acadêmico • 2.488 Palavras (10 Páginas) • 229 Visualizações
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GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
ESTUDO DIRIGIDO
Disciplina: Psicologia Social/ professora: Suelen Carlos de Oliveira
Elaborado por:
Thaissa da Silva Victorio Cirino – matrícula: 3700366
Leandro Machado de Souza – matrícula:3700438
RIO DE JANEIRO
2018
Questão 1 – Com base na bibliografia de referência, explique o desenvolvimento do conceito de cultura.
De acordo com Roque Laraia, o conceito de cultura é demasiado amplo e que ainda não chegamos a uma definição encerrada. Ou seja, há uma gama de estudiosos que, principalmente, ao logo do século XX apresentaram diversas definições sobre o termo cultura. Segundo o autor, isso não é um problema, pois além de mostrar uma tarefa árdua que é defini-la, também demonstra a riqueza que esse tema nos proporciona.
Segundo Laraia, o conceito de cultura surgiu no século XIX e foi desenvolvido pelo antropólogo britânico Edward Taylor, que afirma o seguinte: é o conjunto de crenças, hábitos, arte, direito e costumes adquiridos pelas sociedades através do processo histórico. Conforme o pensamento de Taylor – baseado no iluminismo -, cada sociedade ocupava um estágio cultural de acordo com a capacidade de usar a razão. Por isso, ser civilizado ou evoluído não era uma questão biológica, mas sim determinado pelo uso da razão (ideia abriu espaço para construções preconceituosas e baseadas no evolucionismo, típico da mentalidade da época). O termo cultura também pode ser observado como o cabedal de conhecimentos e costumes passados de geração em geração, sob o intuito de perpetuação das características de determinado grupo populacional. O termo cultura criado por Taylor surgiu da sistematização de uma ideia alemã e outra francesa, são eles: Kultur que significa uma construção humana inerente a cada povo. Ou seja, o particularismo. Já a ideia francesa Civilization, referia-se as realizações materiais de um povo, como por exemplo, o desenvolvimento tecnológico.
Como o objeto de estudo precede a sua definição, Lévi-Strauss argumenta que a cultura surgiu quando os homens passaram a convencionar regras e normas que passaram a organizar e dar uma face aos grupos sociais. Já White, demonstrou que a cultura adveio quando o homem passou a diferenciar-se dos demais animais por criarem símbolos por meio da utilização de seus cérebros.
Questão 2 – Explique as diferenças entre Etnocentrismo e Relativismo Cultural e indique a importância da compreensão desses conceitos para o trabalho do psicólogo social.
O etnocentrismo é a ideia ligada a identidade cultural de uma sociedade ou um grupo específico social, que contam com uma interpretação biológica e cultural em que acreditam que a partir disso sejam superiores aos demais. Essa interpretação ganhou muita força no século XIX, com o advento da II Revolução Industrial e da expansão imperialista e persistiu até meados do XX. Essa era a visão dos europeus, pois se colocavam como o auge da sociedade ao afirmarem que seus hábitos e crenças são superiores aos demais. Por isso, o etnocentrismo geralmente estava relacionado ao eurocentrismo. Portanto, todo aquele indivíduo ou sociedade que não fosse da Europa seria considerado como selvagem, exótico e bárbaro. Essa forma de pensar abre espaço para preconceito e discriminação com ações seguidas de violência e segregação, como por exemplo: as ações da Ku Klux Klan, o holocausto, o apartheid e a escravidão negra no Brasil.
O relativismo cultural foi desenvolvido pelo antropólogo Franz Boas e marcou uma grande mudança em relação ao universalismo e também, à visão de superioridade trazida pelo etnocentrismo. A contribuição de Boas inaugurou uma importante interpretação de entender cada cultura de acordo com as suas características e não em grau de hierarquia em relação às demais culturas. Ou seja, é uma forma de observar a diversidade sem estabelecer valores e normas alheias. A colaboração de Boas é importante para compreender as culturas e suas características como: por qual motivo a vaca serve como alimento no Brasil e na Índia ela é sagrada? O que era antropofagia? E por qual motivo os católicos no Brasil condenavam essa prática?
Questão 3 – Descreva sucintamente a experiência de Asch e de Milgram sobre conformismo e obediência, destacando as principais aproximações e distanciamentos das duas experiências.
O psicólogo polonês que se mudou para os EUA e lá desenvolveu suas pesquisas, Solomon Asch, demonstrou que a maior parte dos indivíduos tende a se conformar e concordar com a maioria. O seu experimento consistiu em receber em uma sala oito participantes, sendo que sete são comparsas do pesquisador e um é o que realmente interessa ao experimento, ou seja, é o sujeito ingênuo. O experimento era apresentar ao grupo alguns painéis com quatro linhas dispostas (que iam mudando de acordo com os painéis) da seguinte maneira:
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O sujeito ingênuo não era o primeiro a responder qual das letras representava a linha similar à linha modelo. Nas primeiras vezes o sujeito ingênuo estranhava a resposta do grupo ser diferente a dele, porém com o avançar do teste o sujeito ingênuo ia entrando em conformidade e respondendo de igual modo ao grupo. Portanto, Asch comprova com esse teste que somos sujeitos que tendemos a nos conformar pela razão que somos muitos sociais e fazemos muitas vezes abandono de nossas convicções para fazermos parte de um grupo. Queremos que gostem de nós.
Sntaley Milgran durante a década de 1960 realizou uma série de experimentos na Universidade de Yale em que concluiu que, a maioria das pessoas tende a aceitar não só a influência, mas também a obediência. Seus estudos vieram da reflexão de como uma parte considerável da Alemanha perpetrou atos violentos contra os judeus e outras minorias. O experimento consistia em levar um participante que topou fazer parte do experimento a uma sala e o apresentar a um aluno (que na verdade é um assistente do pesquisador) e depois para outra parte da sala em que não tem contato com o aluno, mas possui com uma máquina cheia de botões e informações de voltagens. Ao participante era explicado que a cada pergunta respondida errada pelo aluno (que na verdade era uma gravação) ele deveria ir apertando os botões em ordem crescente de voltagens que partiam de 50 e chegavam a 450 volts. Esse experimento comprovou que quase 70% das pessoas chegavam até a voltagem final, algumas demonstravam algum grau de diversão com a situação e a minoria se incomodava com a situação do aluno e além de questionar eles também abandonavam. A essa minoria foi atribuída não só uma questão de compaixão, mas também de racionalidade posta em prática pela desobediência. Ao significativo grupo que era a maioria atribuiu-se que ir até o final da tarefa, mesmo que por algumas vezes gerasse desconforto, era feito por estarem cumprindo ordens e acreditavam que a culpa não recaia sobre si, mas sim sobre quem mandou executar a tarefa, além da questão da autoridade presente, que no caso era um professor.
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