George Snyders

INTRODUÇÃO

Nosso objetivo neste texto é de apresentar de forma clara e objetiva pontos importantes sobre a vida e obra de Georges Snyders que permitem enxergar de maneira clara pontos importantes de Snyders como sua biografia, suas concepções sobre conhecimento, educação, escola, ensino-aprendizagem, relação professor-aluno, metodologia e como seria o melhor sistema de avaliação para ele.

Sua obra é marcada por dois momentos importantes, no primeiro, Snyders se mostra preocupado com a atual educação, e constitui assim uma nova pedagogia: a progressista, que tinha inspiração marxista, no qual a educação era marcada pela relação da sociedade e a escola como local onde também se processava a luta de classes.

No segundo momento, que foi nosso principal enfoque: a alegria na escola, no qual Snyders sonha e acredita que a escola possa ser um ambiente alegre e agradável, que o aluno possa ser verdadeiramente transformado tanto em um ambiente escolar como em sua vida na sociedade.

1 - BIOGRAFIA

George Snyders nasceu na França em 1916, casou-se com uma professora de matemática e teve três filhos que se tornaram professores. Foi membro do partido comunista e professor de Ciências da Educação na Universidade de Paris.

No final da Segunda Guerra Mundial foi preso e deportado. Essa foi uma fase muito triste de sua vida conforme Camillis (1991) em uma entrevista que realizou com o próprio Snyders “… Este episódio me marcou muito porque foi aí que tive a experiência da infelicidade, da miséria, da humilhação”.

Snyders era um bom aluno, se saia bem nas provas e em sua vida tudo ia bem, até este episódio da guerra, onde apanhou e passou fome. Desde então, começou a se preocupar com aqueles que tinham essa experiência em seu cotidiano, embora para ele esta situação tenha sido passageira em sua vida. Começou a tocar piano aos seis anos de idade, por incentivo de seu pai. Pelo fato da música ter grande importância na vida de Snyders, ele decidiu terminar sua carreira escrevendo um livro sobre o prazer e a alegria na música.

2 - CONCEPÇÃO DE CONHECIMENTO

Snyders considera que o conhecimento deve trazer ao aluno uma visão ampla, que possibilite o rompimento de tabus impostos pelas classes dominantes, e desta maneira, o conhecimento da realidade concreta; isto é, a situação real vivida pelo aluno, só tem sentido se resultar de uma aproximação crítica da realidade.Para Snyders o conhecimento deve ser

“...verdadeiro, científico, que lhe possibilite uma formação e posse do conhecimento acumulado pela humanidade e, assim, possa participar das lutas de seu tempo, possa contribuir para a transformação da sociedade. E isto só pode ser feito se o conteúdo, o saber escolar, estiver em continuidade com a realidade dos alunos e ao mesmo tempo lhes forneça elementos para uma ruptura com a ideologia dominante “(CARVALHO, 1996, p.8).

O aluno deve se tornar membro atuante e transformador do contexto em que vive. Na busca da autonomia que leva a liberdade pelo fato de proporcionar ao aluno satisfação e ao mesmo tempo responsabilidade em suas ações e atitudes. O importante para Snyders é que o conhecimento desperte uma nova forma de relação com a experiência vivida e a descoberta de respostas às necessidades e as exigências da vida social.

3 - CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO

Snyders discorda de alguns pontos da Educação Tradicional e critica também a Escola Nova, pois além de não suprir os problemas da Educação Tradicional, sua metodologia de ensino é o espontaneísmo, que acaba não contribuindo para a formação dos alunos na sua inserção na sociedade, nas lutas sociais, tampouco na transformação da sociedade capitalista, pontos importantes para Snyders de acordo com Camillis ( 1991, p.164 ).

A maior parte das crianças em situação de fracasso são as de classe popular e elas precisam ter prazer em estudar: do contrário, desistirão, abandonarão a escola, se puderem. Se não puderem, continuarão, mas não aprenderão muito.

Por diversas vezes Snyders critica a escola por acreditar que nela as classes altas são favorecidas. Acredita que as crianças de classe baixa com ou sem alegria são obrigadas a estudar, pois os pais estão sempre a lembrá-las que o futuro depende do estudo. Na visão de Snyders, quanto mais a criança passa por dificuldades no seu cotidiano, mais a escola deve trazer coisas boas a elas; a escola deve ser um lugar prazeroso, harmônico que as incentive continuar lutando pela igualdade de classes: “Sei que é um pouco utópico, mas de vez em quando é necessário sonhar (...) o mundo precisa de tempos em tempos, de pessoas sonhadoras” (CAMILLIS, 1991, p.164).

Como podemos observar por meio dos pensamentos de Snyders, a criança não deve ir à escola buscando apenas uma aprendizagem teórica, deve ver na escola um lugar prazeroso, onde independente da classe social a que pertença, a criança possa ter uma educação de qualidade, uma educação que pense na criança como um todo, que a prepare para diversas situações em sua vida, ela deve se sentir segura para lutar por aquilo que acredita. Isto é, segurança adquirida por meio da educação escolar.

4 - CONCEPÇÃO DE ESCOLA

De acordo com Snyders, a escola deve cumprir o seu papel de encontro social, recebendo seres humanos que fazem parte de um mesmo mundo repleto de desigualdades e confusões geradas pelos próprios habitantes que nela se encontram. Entretanto, nela deve se encontrar um mundo que possibilite o resgate de esperanças e vontade de mudanças, ou seja, por mais que a sociedade nos imponha uma condição de classes diferenciadas, a escola chega para modificar esse contexto, fazendo com que os alunos encontrem por meio dela a libertação pela cultura, que completa com algo que traga satisfação e ao mesmo tempo compreensão no que vivem e buscam de melhor como seres humanos, que não estejam restritos somente aos sonhos, mas que construam a realidade de um mundo melhor, por meio da visão crítica que enxergam sobre ele.

“... A busca da alegria na escola é mais um elemento na luta contra a dominação e exploração, a segregação escolar, os fracassos escolares das classes dominadas. Para Snyders a luta por uma escola mais democratizada, que se insere na luta de classe, passa por uma luta também no plano de uma luta cultural, na afirmação do progresso”... (CARVALHO, 1996, pg.08).

Segundo Snyders, a satisfação