Gestaltismo
Por: amanda82 • 9/4/2015 • Trabalho acadêmico • 2.073 Palavras (9 Páginas) • 320 Visualizações
Sobre a formação do projeto da Psicologia como ciência da experiência, responda:
a) Que problema surge no século XVII que será crucial para o surgimento da Psicologia com C. Wolff?
No século XVII surge o projeto de uma ciência da experiência onde se coloca a questão do conhecimento na relação com os objetos conhecidos. Esta questão desponta na filosofia do século XVII, após o esgotamento da forma tradicional do pensamento medieval, síntese entre os pensadores clássicos da Antigüidade greco-romana e os textos da Sagrada Escritura. A intensificação do comércio e da vida urbana, o surgimento dos Estados Nacionais, as Reformas religiosas, as grandes navegações e o contato com outras culturas, além do próprio surgimento da física moderna, põem em questão o molde do pensamento medieval, lançando a filosofia do século XVI numa vaga ceticista. Perante a dificuldade de estabelecimento de qualquer certeza definitiva, o pensamento moderno irá buscar um novo fundamento: não mais se embasará no ser, como faziam os antigos, tampouco em Deus, como procediam os medievais. As novas certezas serão buscadas no interior do sujeito, no aspecto mais imediato do seu pensamento, mesmo que potencialmente enganado. Nessa suposta realidade imediata da nossa interioridade, os filósofos modernos, como René Descartes, ancoram as novas certezas do nosso pensamento. Até então, existem duas formas seguras de pensamento: a que tem origem em Descartes, racionalismo mecanicista e, a de que o corpo é afetado por paixões e sentimento que irão provocar as idéias. Esta segunda forma é totalmente refutada pelos racionalistas que dizem que os sentidos podem mudar, logo essas idéias não seriam adequadas para se conhecer o mundo. Racionalismo x Empirismo. Surge então, o problema do ERRO. Onde está a fonte do erro? O pensamento é uma coleção de impressões (sentidos) colecionados ao logo dos anos. Com o tempo, essas impressões vão-se acumulando na alma, se associando umas as outras. Só eu algumas dessas associações são inadequadas, como a imaginação. As impressões são verdadeiras, a partir daí, já não se sabe mais. O que para Descartes era erro, para os empiristas era no que se podia confiar. Dessa discussão sobre a alma humana nascerá a reflexão da psicologia. E C Wolff vai dizer que se pode estudar a alma humana por uma via racional e por uma via empírica, ou seja, por uma dedução lógica ou por uma introspecção. Ele não discute sobre o conhecimento do mundo, mas da alma.
b) Quais são as críticas de Kant às psicologias racional e empírica?
Com a transformação na maneira de se ver o mundo no século XIX, Kant propõe outra transformação. Ele não quer saber o que eu conheço, mas como eu conheço. Daí, os limites do conhecimento, dividindo-o em duas áreas: ciência (conhecimento legítimo) x metafísica (não legítimo). Kant veta as duas psicologias. Ele concorda que os sentidos não nos podem fornecer nenhuma informação útil ao conhecimento. Impressões sensoriais vão me levar a uma série de lembranças, mas não ao EU de verdade. O diverso sensível não me leva a lugar nenhum. Porém, se dissermos que o conhecimento vem exclusivamente do racionalismo, ele me levará a um diverso campo de conhecimento, ou seja, a todo e qualquer conhecimento. A razão pode concluir qualquer coisa. A metafísica fica com a razão pura. A ciência vai ficar no limite entre o Diverso Sensível e a Razão.
c) Como a fisiologia e a psicofísica do século XIX superam os vetos kantianos?
Kant diz que a psicologia racional trabalha a priori com a razão somente, por isso, está no âmbito da metafísica, logo, não pode ser ciência. A psicologia empírica não pode ser ciência porque quando eu me auto-observo, eu não tenho uma unidade de análise; falta objetividade; falta formalização matemática. Assim, o primeiro veto a respeito da questão do objeto (unidade) não poder ser matematizada, Müller pegará o objeto da psicologia até então (sensação) e criará a teoria das energias nervosas específicas. Até o século XVIII, a alma era considerada presa dentro do corpo e recebia as sensações através dos nervos. Não seria o corpo que sentia, mas a alma através do corpo. Com relação a falta de objetividade do método que era a introspecção da experiência, Von Helmholte cria o método da introspecção experimental que neutraliza inferências inconscientes (idéias inconscientes). E, por fim, o problema da matematização posta por Kant, cai por terra com Fechner que através da equação das diferenças percebidas de Weber, ele vai tirar a relação entre alma e matéria, através de estímulo físico (medida física) e sensações (medida psicológica). S=k.logE. É a psicofísica. Isso deu base para a psicologia se candidatar a uma área de formação universitária como Ciência. Psicologia Científica de acordo com os critérios do sec XIX, os psicólogos da época fazem experimentos. O que diferencia então a Psicologia da Fisiologia? As bases filosóficas na medida em que fornece um objeto e uma questão para a Psicologia. O objeto da Psicologia do sec XIX é a experiência do sujeito (a mesma do sec XVII), experiência psicológica que Wundt vai colocar como questão. A psicologia clássica de Wundt trará o objeto da Psicologia a experiência imediata, método, a intrspecção experimental, questão, composição da experiência e modelo, a fisiologia sensorial.
2 - Como Von Ehrenfels postula as Qualidades da Forma? Como cada escola gestaltista utiliza essa teoria?
O psicólogo austríaco Christian von Ehrenfels lançou, as bases do que viriam, mais tarde, a ser os estudos da Psicologia da Forma. Sua primeira constatação foi a divisão de duas espécies de “qualidades da forma”: as sensíveis, próprias do objeto, e as formais, próprias da nossa concepção. São as primeiras agrupadas de acordo com as últimas que formam o conjunto e possibilitam a percepção. Mas Ehrenfels não foi capaz, em suas pesquisas, de resolver a questão dos “excitantes” das qualidades formais: o que levaria à compreensão partes também estabelecem correlações equilibradas. Como um conjunto de experiências redutíveis a seus termos elementares.
Escola de Graz: nossa experiência tem dois tipos de objeto: inferiora (sensações-objetos reais) e superiora (relações entre os objetos – objetos reais. Exemplo da melodia, mesmo mudando os tons, conseguimos perceber a mesma melodia. Assim, os objetos da superiora são objetos da inteligência e não da percepção (diferente de Ehrenfels).
Escola de Liepizg: Dimensão afetiva.
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