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HISTERECTOMIA E SEXUALIDADE

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Por:   •  10/4/2014  •  9.748 Palavras (39 Páginas)  •  367 Visualizações

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CAPÍTULO I

INTRODUÇÃO

CAPÍTULO II

HISTERECTOMIA

Definição

O útero é um órgão feminino por excelência e funcionalmente reprodutor. É o órgão onde se desenvolve o produto da concepção - ovo, embrião e feto. Localiza-se na cavidade pélvica, posterior a bexiga e anterior ao reto. Divide-se em três partes: corpo (2/3 superiores), o ístmo (junção entre o corpo e o colo) e o colo (1/3 inferior – se projeta na vagina). É constituído por musculatura lisa de controle involuntário por hormônios e por estímulos mecânicos locais (Dangelo & Fatini, 2003).

Os primeiros relatos sobre histerectomia são de Sorano, cidade de Éfeso (na Grécia antiga), no segundo século da era cristã. Atualmente, a histerectomia representa, em praticamente todo o mundo, uma das cirurgias mais realizadas na mulher (Monteiro, 2010). Segundo DATASUS, no ano de 2003 foram realizadas no Brasil 114 mil histerectomias. No Sistema Único de Saúde, a histerectomia é a segunda cirurgia mais frequente entre mulheres em idade reprodutiva, precedida apenas pelo parto cirúrgico. No Brasil, foram realizadas cerca de 107.000 histerectomias pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em 2005.

De acordo com o Departamento de Medicina Familiar de Toronto (2005) a histerectomia é a remoção cirúrgica do útero. É um procedimento irreversível, realizado por indicação médica, com a finalidade de restabelecer a saúde ou mesmo salvar a vida da mulher. Esse procedimento resulta na incapacidade de engravidar (chamada de esterilidade) e pode ser feito pelo abdômen ou pela vagina.

A histerectomia pode ser parcial ou subtotal, com a remoção do útero (sem remover o colo do útero). Total, completa ou simples com remoção do útero e do colo do útero (a abertura do útero que leva à vagina). Ou radical, com remoção do útero, dos ovários, das trompas uterinas, da parte superior da vagina e dos nódulos linfáticos pélvicos. Existe ainda a salpingo-ooforectomia que é a remoção dos ovários e das trompas uterinas e pode ser combinada com qualquer um dos procedimentos acima. (Revista Ethicon Women´s Healt and Urology, 2006)

Motivos para a realização do Procedimento

Segundo a revista Consumer Health Information (2008), existem vários motivos pra a realização de uma histerectomia. No que se refere ao câncer, a histerectomia é realizada em praticamente todos os casos de câncer do útero que não se disseminaram para além do útero. Os cânceres que afetam os órgãos pélvicos são responsáveis por apenas 10% de todas as histerectomias. Esses problemas são: câncer endometrial, sarcoma uterino, câncer do colo do útero, câncer do ovário e câncer das trompas uterinas. Outros tipos de tratamento (p. ex., radiação ou terapia hormonal) também podem ser usados.

Os fibróides uterinos (miomas) são tumores comuns e benignos (não cancerosos) que crescem no músculo do útero. Os miomas são a principal causa para a realização da cirurgia de histerectomia, eles podem não apresentar sintomas e não precisar de tratamento, geralmente diminuindo após a menopausa. Causam, às vezes, muito sangramento e dor. No caso da mulher que ainda pretende ter filhos, estão disponíveis tratamentos alternativos.

A Endometriose é uma condição benigna na qual o tecido do endométrio (o revestimento interno do útero) começa a crescer fora do útero e nos órgãos próximos (ou seja, ovários, trompas uterinas e outros órgãos). É a segunda causa principal de realização de histerectomia (geralmente realizada quando os outros tratamentos falharam), mais comum em mulheres com idade entre 30 e 40 anos que nunca engravidaram. Pode causar períodos de dor, sangramento vaginal anormal e, às vezes, infertilidade, geralmente não é um problema após a menopausa. Como alternativa a retira do útero, o médico pode receitar hormônios e medicamentos que reduzam os níveis de estrógeno ou realizar uma cirurgia para remover porções do tecido endometrial.

No caso do Prolapso uterino, a remoção do útero só é indicada em casos graves. Pois este é uma condição benigna na qual o útero se desloca do local original para a vagina. Ocorre devido a ligamentos e tecidos pélvicos fracos e estirados, podendo afetar outros órgãos (p. ex., bexiga). Pode ser causado por parto, obesidade e perda de estrógeno após a menopausa, o tratamento inclui terapia com estrógeno e exercícios de Kegel para fortalecer os músculos do assoalho pélvico, ou o uso de um pessário (um anel de plástico inserido na vagina para ajudar a suportar o útero). Existem outros motivos para a retirada do útero como: dor pélvica crônica, sangramento intenso durante ou entre as menstruações e doença pélvica inflamatória (DPI) crônica.

A Cirurgia. Ainda segundo a Revista Ethicon Women´s Healt and Urology, (2006), após a indicação para a cirurgia de histerectomia, as pacientes realizam exames pré-operatórios: urina tipo I, hematológico, glicemia, tempo de coagulação e de sangramento, são enviadas para consulta pré-anestésica com anestesista. As pacientes são orientadas a permanecer em jejum por pelo menos 6 horas antes da anestesia e solicita-se à internação uma lavagem intestinal e limpeza vaginal com degermante. Na sala cirúrgica, a anestesia é decidida pelo anestesista que pode realizar raqui, peridural ou geral de acordo com a necessidade determinada por ele.

Os pelos das áreas pélvica e abdominal serão raspados. Podem ser necessários líquidos e medicamentos por via intravenosa, um cateter de bexiga e transfusão de sangue (raramente). Outros órgãos e tecidos também podem ser removidos ou reparados.

Existem três modos diferentes para se realizar uma histerectomia. O primeiro deles é do tipo abdominal. É feito um corte na parte inferior do abdome, a fim de expor o tecido e os vasos sangüíneos que envolvem o útero e o colo do útero. O tecido é cortado e os vasos sangüíneos são amarrados para remover o útero A área é fechada com pontos que se dissolverão no organismo. O útero é removido pela parte superior da vagina. Essa área é fechada em seguida para prevenir infecções e evitar o deslocamento dos intestinos.

O segundo tipo é o vaginal, ocorre que a vagina é alargada e mantida aberta por instrumentos especiais. Não são necessárias incisões externas. O médico faz uma incisão interna na parte superior da vagina em torno do colo do útero. As ligações do útero e do colo do útero com o corpo são cortadas e os vasos sangüíneos conectados a eles são amarrados. O útero e o

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