HOJE EU QUERO VOLTAR SOZINHO

Pablo Arcangelo Aparecido Rosa RA: 739954

HOJE EU QUERO VOLTAR SOZINHO

O filme “Hoje eu quero voltar sozinho” conta a história de Leonardo, um garoto cego que passa seus dias ao lado da amiga Giovana. A vida dos dois muda quando Gabriel (Fabio Audi) entra para a turma da escola. Os três começam a conviver juntos, colocando a força da amizade à prova, tal qual o despertar de um sentimento novo em Leo, que surge sempre que o Gabriel está por perto.

 O longa metragem é um filme que, além de um gênero como romance, drama, retrata o desenvolvimento do adolescente. Com um elenco forte tomando total controle do filme, nós embarcamos nesta trama com uma facilidade inexplicável, onde quem é adulto revive seus tempos da juventude e quem é jovem, se identifica com o momento atual de suas vidas. É muito interessante quando vemos diversos elementos estudados em aula, visto de maneira teórica, presentes durante o filme que, além de identificarmos, vemos eles de maneira prática, tendo impacto significativo naqueles personagens que, sem nos darmos conta, começamos a nos importar.

Algo muito presente no longa metragem é as mudanças da fase da adolescência na visão (ironicamente ou não) de Leonardo, que é um garoto, apesar de cego, não é retratado como um garoto triste e vitimado, na verdade, como visto em aula, se mostra realmente no período da puberdade, com a chegada do primeiro amor, instabilidade emocional, brigas com os pais e outras características vindas com a influência direta dos hormônios. Se a sexualidade do protagonista aflora com a chegada de Gabriel, o roteiro reflete o acontecimento do amor na sua forma mais pura, que poderia ser entre dois meninos, duas meninas ou um casal heterossexual. Um dos maiores acertos do longa é tratar com delicadeza essa fase de descoberta, sem levantar bandeiras que certamente deixariam de lado toda a doçura acompanhada entre os dois personagens.

 Algo muito legal visto em Leo é que ele reconhece suas limitações, abraça elas e acima de tudo isso quer ter uma vida normal, conhecer o mundo e realmente, viver, algo que bate de cara com seu relacionamento superprotetor com a mãe, que apesar de ser um conflito para o personagem, jamais é vilanizada, mostrando muita maturidade na condução da trama, que consegue condicionar o telespectador até mesmo em situações que seriam constrangedoras de alguma maneira, como as mudanças corporais vistas em aula, que são parte do pacote da puberdade e do processo da adolescência.

 Hoje eu quero voltar sozinho é um filme excelente, que além de divertido, comovente e gostoso de acompanhar, foi um excelente material de estudo, pois consegui visualizar os temas apresentados em aula de maneira mais clara e serviu para complementar e enriquecer meu repertório a respeito da teoria do desenvolvimento da adolescência.