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História do psicodiagnóstico

Artigo: História do psicodiagnóstico. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  16/11/2014  •  Artigo  •  2.128 Palavras (9 Páginas)  •  1.412 Visualizações

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A História do Psicodiagnóstico:

Psicodiagnóstico é uma avaliação psicológica feita com propósitos clínicos, visando identificar forças e fraquezas no funcionamento psicológico, com um foco na existência ou não de psicopatologia.

O fim do século XIX e começo do séc. XX foi marcado pelos trabalhos de Galton, que introduziu o estudo das diferenças individuais, Cattell, a quem se devem as primeiras provas designadas como testes mentais, e Binet, que propôs a utilização do exame psicológico, por meio de medidas intelectuais, como coadjuvante da avaliação psicológica. A esses três autores é atribuída a paternidade do psicodiagnóstico.

Embora a psicometria (difundida pelas escalas de Binet) tenha sido fundamental para a garantia de cientificidade dos instrumentos do psicólogo, é importante estabelecer a diferença entre o psicometrista e o psicólogo clínico: o primeiro tende a valorizar os aspectos técnicos da testagem, visando obter dados, enquanto no psicodiagnóstico há a utilização de testes e outras estratégias, para avaliar o sujeito de forma sistemática e cientifica, visando a resolução de problemas.

Kraepelin, no século XIX, se notabilizou por seu sistema de classificação dos transtornos mentais, especialmente seus estudos diferenciais entre esquizofrenia e psicose maníaco-depressiva. Assim também Freud, que contribuiu decisivamente para caracterizar a diferença entre estados neuróticos e psicóticos, dentre os transtornos classificados como funcionais (não-orgânicos). Logo em seguida, o teste de associação de palavras, de Jung, completou o lastro para o lançamento posterior das técnicas projetivas. O psicodiagnóstico surgiu, assim, como conseqüência do advento da psicanálise, que ofereceu novo enfoque para o entendimento e classificação dos transtornos mentais.

Sinais e Sintomas Clínicos Observados no Psicodiagnóstico:

O psicodiagnóstico decorre da existência de um problema prévio, que o psicólogo deve identificar e avaliar, para poder chegar a um diagnóstico.

Um problema é identificado quando são reconhecidas alterações ou mudanças nos padrões de comportamento comum, que podem ser percebidas como sendo de natureza quantitativa ou qualitativa. Pode-se falar em alterações autolimitadas, verificadas pela presença de um exagero ou diminuição de um padrão de comportamento usual, observadas na atividade (motora, fala, pensamento), no humor (depressão, euforia), em outros afetos (embotamento, excitação) etc. Se a intensidade dos sintomas for desproporcional às causas e/ou persistir além da vigência normal dos efeitos das mesmas (no luto patológico, p. ex.), já há significação clínica.

Cabe, pois ao psicólogo examinar as circunstâncias que precedem a consulta, avaliar as maneiras de perceber o problema e delimitá-lo, atribuindo aos sinais e sintomas sua significação adequada.

Os sinais são comportamentos observáveis. Por outro lado, os sintomas são experiências do sujeito, é algo muito subjetivo. Na prática, fala-se em sintoma quando parece possível atribuir-lhe uma significação mais clínica. Os sintomas estão presentes quando os limites da variabilidade normal são ultrapassados.

Entrevista Clínica:

A entrevista clínica é um dos recursos básicos do psicodiagnóstico. Em psicologia a entrevista clínica é um conjunto de técnicas de investigação de tempo delimitado, dirigido por um entrevistador treinado, com o objetivo de descrever e avaliar aspectos pessoais, relacionais ou sistêmicos (indivíduo, casal, família, rede social), em um processo que visa fazer recomendações, encaminhamentos ou propor intervenção em benefício do entrevistado.

A entrevista é a única técnica capaz de testar os limites de aparentes contradições e de tornar explícitas características indicadas pelos instrumentos padronizados, dando a eles validade clínica.

O entrevistador deve estar atento aos processos no outro, e a sua intervenção deve orientar o sujeito a aprofundar o contato com sua própria experiência. Todos os tipos de entrevista têm alguma forma de estruturação, na medida em que a atividade do entrevistador direciona a entrevista no sentido de alcançar os seus objetivos, sendo dele a responsabilidade pela condução do processo.

Os tipos de entrevista podem ser classificados (no geral) a partir de dois eixos: quanto à forma (estrutura) e segundo o objetivo. Quanto ao aspecto formal, às entrevistas podem ser divididas em estruturadas (são as que privilegiam a objetividade e levantam informações específicas), semi-estruturadas e de livre estruturação. Por outro lado, quanto aos aspectos objetivos, deve-se considerar primeiramente que a finalidade maior de uma entrevista é sempre a de descrever e avaliar para oferecer alguma forma de retorno, requerendo sempre uma etapa de apresentação da demanda, de reconhecimento da natureza do problema e da formulação de alternativas de solução e encaminhamento. Além desses objetivos-fins, existem objetivos instrumentais, que são muitos e variados (p. ex., quando se pretende avaliar um quadro psicopatológico, é necessário um exame detalhado dos sintomas; na entrevista psicodinâmica, é importante a investigação do desenvolvimento psicossexual etc). Por isso, estratégias diferentes de avaliação podem ser utilizadas para atingir os objetivos de cada situação, ou combinadas, para atingir objetivos diversos, além de consideraras variações de abordagem, de problemas apresentados e da clientela atendida.

Alguns tipos de entrevistas quanto à sua finalidade, no entanto, devem ser ressaltados: de triagem (tem por objetivo avaliar a demanda do sujeito e fazer um encaminhamento, onde é necessário avaliar a adequação da demanda em relação ao encaminhamento pretendido), de anamnese (objetiva o levantamento detalhado da história de desenvolvimento da pessoa, principalmente na infância, podendo ser estruturada cronologicamente), diagnósticas (sindrômicas ou dinâmicas), sistêmicas (focalizam a avaliação da estrutura ou da história relacional ou familiar e também aspectos importantes da rede social de pessoas e famílias) e de devolução (tem por finalidade comunicar ao sujeito o resultado da avaliação e também permitir ao sujeito expressar seus pensamentos e sentimentos em relação às conclusões. Ajuda o sujeito a compreender as conclusões e recomendações e a remover distorções ou fantasias contraproducente sem relação a suas necessidades).

A entrevista tem o potencial de modificar a maneira como o paciente se percebe (auto-estima), percebe seu futuro pessoal (planos, desejos, esperanças) e suas relações significativas.

Vale

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