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Identidade do psicólogo

Seminário: Identidade do psicólogo. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  15/12/2014  •  Seminário  •  1.226 Palavras (5 Páginas)  •  345 Visualizações

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A Psicologia, apesar de ser um campo consolidado, ou talvez até em função disso, sustenta uma diversidade significativa sob seu nome. Cabem, neste campo de saber, desde pesquisas experimentais mais clássicas até a ousadia de utilizar metodologias que, em princípio, seriam de outras áreas de conhecimento para orientar interesses e preocupações.

Essa diversidade remete à discussão sobre a identidade da Psicologia, noção tão cara à nossa sociedade, ainda que provocando manifestações contrárias, indignações, reivindicações, acusações de amarras. Uma das principais críticas feitas ao conceito atualmente refere-se à incompatibilidade entre a definição mais tradicional e a idéia de processualidade, portanto, transformação, movimento (JACQUES, 2002). Ou, nas palavras de Hall:

está-se efetuando uma completa desconstrução das perspectivas identitárias em uma variedade de áreas disciplinares, todas as quais, de uma forma ou outra, criticam a idéia de uma identidade integral, originária, unificada. (HALL, 2003, p. 103)

A identidade do psicólogo e a delimitação de seu campo de estudo têm aparecido ultimamente no embate com outros profissionais em atividades ou formas de atuação tradicionalmente do campo da Psicologia. Ao invés de redirecionar a discussão, propor um debate e imaginar como saberes diferentes podem somar e contribuir para as instituições e os sujeitos envolvidos, o que tem acontecido, em geral, é a disputa de mercado, obedecendo a uma lógica que corre o risco de afastar os que assim se comportam das novas necessidades que surgem nesta sociedade globalizada e veloz.

Pensar no universo “psi” é se dispor a reunir posições díspares e afinidades impensadas, podendo gerar encontros fecundos. Longe de dissolver a Psicologia, como temem muitos, trata-se de ampliar seu campo de análise, fazer alianças com outros saberes, repensar velhos instrumentos, tornar viva a história.

A revista Estudos e Pesquisas em Psicologia é um retrato da diversidade e da riqueza da Psicologia. Os artigos contemplam temas distintos, com metodologias diversas, atraindo leitores variados.

Alguns textos são um convite a um mergulho na perplexidade. "Parâmetros psicométricos de instrumentos de interesse profissional", de Ana Paula Porto e Fernanda Ottati, traz um paradoxo. Trata-se de um estudo para avaliar a qualidade dos instrumentos de avaliação de interesses publicados no Brasil. No entanto, a conclusão a que chegam as pesquisadoras é a de que os instrumentos consultados não apresentam estudos sobre seus próprios parâmetros. Contradição?

Outro texto que conduz à sensação semelhante intitula-se "No ensino, quem dança? Uma análise crítica sobre a criatividade no ensino da dança", de Suselaine Serejo Martinelli, Silviane Barbato e Albertina Martinez Mitjáns. As autoras demonstram que a dança tem se tornado cada vez mais o desenvolvimento de técnicas e habilidades específicas, distanciando-se da dimensão artística que remeteria à criatividade.

O que há em comum nestes dois trabalhos, apesar de universos, referenciais e objetos tão distintos, é a impressão de que algo está fora do lugar... Em ambos é possível identificar uma aparente contradição entre o tema e a conclusão a que se chega. Não pela forma como estão escritos ou ainda pelo seu conteúdo. Sua importância, que transcende o conteúdo exposto, centra-se no questionamento do próprio objeto pesquisado, exercício raro.

O resultado da pesquisa analisada em "A vida ouvida: a escuta psicológica e a saúde da mulher de meia-idade", de Maria Elizabeth Mori e Vera Lúcia Decnop Coelho, destaca a importância da participação do psicólogo no trabalho desenvolvido por diversos profissionais de saúde com mulheres de meia idade. Significa, ao mesmo tempo, a constatação da ampliação do campo de trabalho do psicólogo e a necessidade de se investir em pesquisas sobre os serviços oferecidos à comunidade. Este trabalho reúne pesquisa e exercício profissional estrito senso, campos que em geral andam separados, dividindo academia e técnicos.

"Paternidade em famílias de camadas médias", de Geraldo Romanelli, aborda uma questão que tem despertado a atenção de psicólogos, antropólogos, sociólogos, demógrafos e pesquisadores em geral. As mudanças no exercício da paternidade geram transformações não apenas nas relações familiares, mas na compreensão das relações de gênero. Estudos sobre a temática contribuem para a compreensão da família atualmente e podem ser utilizados como referência para o planejamento de intervenções.

"A noção de angústia na prática clínica: aproximações entre o pensamento de Kierkegaard e a Gestalt-Terapia", de Adriano Furtado Holanda e Manuela Bogéa Peres, convida para uma reflexão filosófica instigante. O recurso a um aprofundamento dos conceitos de que dispomos, tão imprescindível para pensar a prática clínica, contribui para o fortalecimento da teoria e para a ampliação da capacidade de compreensão do sujeito.

"Desafios para el afianzamiento

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