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Importancia Brinquedoteca no Hospital

Por:   •  28/8/2016  •  Projeto de pesquisa  •  2.247 Palavras (9 Páginas)  •  1.433 Visualizações

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A IMPORTANCIA DA BRINQUEDOTECA NO CONTEXTO HOSPITALAR

Isabela Silva OliveiraI; Lilian CamaraI; Nathalia GuimarãesI; Valdeniza CastroI

IEstudante (4º período) de psicologia da Faculdade de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG)

Resumo:

O adoecimento e a internação na infância podem ser encarados pela criança como algo doloroso, acompanhado de um sentimento de medo, culpa e abandono. Como forma de atenuar esses sentimentos e dar continuidade ao desenvolvimento da criança, o brincar, por ser a principal forma de a criança elaborar sua vivencias, pode ser um grande aliado no tratamento desses pacientes. Esse artigo busca, dessa forma, investigar a importância de se ter um espaço destinado ao brincar no contexto hospitalar e sua contribuição na melhora e desenvolvimento da criança.

Palavras-chaves: brinquedoteca; lúdico; criança; hospitalização.

Introdução

Quando a criança brinca, ela está se preparando para a vida adulta; é brincando que a criança se humaniza aprendendo a se conciliar de forma afetiva a afirmativa de si mesma, à criação de vínculos afetivos e duradouros.  É por meio do brincar que ela vai desenvolver seu lúdico de uma maneira mais precisa e construir um equilíbrio para vida futura.

O brincar não envolve necessariamente um objeto, principalmente aqueles em  que nós, adultos, nomeamos de brinquedo. Um objeto só terá a função de brinquedo se a criança colocar um significado lúdico nele. Assim, percebe-se que “o lúdico não está somente no brinquedo, nos jogos, mas sim na criança e  seu comportamento lúdico tem seu inicio desde o primeiro mês de vida, mediante reações espontâneas e prazerosas”. (Souza, Veronica Maria. p.6. 2004)

A importância do brincar se expande também para as relações sociais da criança. Por meio do brincar, ela irá aprender a desempenhar papeis sociais. Por exemplo, quando uma criança brinca com uma boneca boneca representando a filha, e a criança representando a mãe , ela faz uso da imaginação, mas ao mesmo tempo deve agir de acordo com as regras do comportamento esperado para aquelas funções em sua cultura. “Nessa ação a criança estabelece e vive relações, cria regras e se estrutura, reconhece o outro, enfim, começa a se posicionar. Apropria-se do mundo, socializando-se (ESTACIO, 2010. p. 329).

Dessa forma, Winnicott (1975. p.63) afirma que através do brincar a criança começa a exercer o seu papel social, a se descobrir e descobrir sua cultura e, principalmente, se preparar para a vida.

Quando a criança é hospitalizada, ela é, muitas vezes, privada do brincar, das suas relações sociais. Podendo, dessa maneira, sofrer com as conseqüências da hospitalização, pois se encontra num ambiente monocromático, com aspecto triste e, encontra-se também, afastada das pessoas queridas, de realizar suas atividades, etc. Assim, essa interrupção poderá afetar a criança em seu desenvolvimento psico-social e, também, atrapalhar a eficácia do tratamento de sua doença.

O brincar pode ser um importante aliado ao tratamento clínico da doença, pois como observou Winnicott (1975) em alguns de seus casos clínicos: a brincadeira pode ser auto curativo. Não no sentido de curar sozinha uma doença orgânica, mas, nesse caso, no sentido de que pode potencializar a eficácia do tratamento de uma criança adoecida.

Pensando em diminuir esses impactos trazidos pelo processo de internação e, por consequência, contribuir na melhoria do bem estar da criança, foi criada a Lei Federal nº. 11.104, de 21 de março de 2005 (BRASIL, 2005), que torna obrigatória a instalação de brinquedotecas nas unidades de saúde que ofereçam atendimento pediátrico em regime de internação. Que irá estabelecer:

Art.1º. - Os hospitais que ofereçam atendimento pediátrico contarão, obrigatoriamente, com brinquedotecas nas suas dependências.

Parágrafo único. - O disposto no caput deste artigo aplica-se a qualquer unidade de saúde que ofereça atendimento pediátrico em regime de internação.

Art. 2º. - Considera-se brinquedoteca, para os efeitos desta Lei, o espaço provido de brinquedos e jogos educativos, destinados a estimular as crianças e seus acompanhantes a brincar. (BRASIL, 2005)

Dito isso, neste artigo nos dedicamos a pensar especificamente na criança hospitalizada. Consideramos os impactos que a hospitalização pode trazer na criança e foi nosso objetivo pensar a importância da brinquedoteca para as crianças hospitalizadas e seus benefícios no desenvolvimento da mesma.

Estratégias metodológicas

Foi feita uma revisão bibliográfica acerca do tema que norteou a pesquisa: a importancia da brinquedoteca e do brincar.

Visitamos dois hospitais, sendo um filantrópico e outro particular, na cidade de Belo Horizonte – Minas Gerais. E, a partir dos nossos objetivos, buscamos fazer um lavantamento dos relatos dos profissionais e responsáveis pelos pacientes, assim como uma observação participante.

As visitas ocorreram nos meses de março e abril do ano de dois mil e dezesseis. As observações e conversas com os profissionais e/ou responsáveis pelos pacientes ocorreram durante um período de três horas em cada hospital.

Tomamos como guia teórico as contribuições de Winnicott acerca da criança e do brincar.

Resultados

No primeiro hospital (particular) visitado, a observação ocorreu durante o período de 3 horas.

A primeira observação foi a respeito da infra-estrutura. Apesar de não ter uma grande variedade de brinquedos e o espaço ser muito pequeno, era um ambiente agradável e cheio de cores.

Durante nossa permanência, apenas uma criança do sexo masculino, com idade de 3 anos, foi à brinquedoteca. Essa criança permaneceu por pouco tempo (cerca de dez minutos) e estava acompanhada de sua mãe. Mostrou-se um pouco acanhada com a presença das observadoras, mas continuou explorando aquele ambiente colorido e mais agradável que o leito.

Em uma oportunidade, contamos para a mãe da pesquisa que estava sendo realizada e ela fez o seguinte comentário: “eu estou com ele aqui há uma semana. Esses dias a enfermeira comentou que tinha uma brinquedoteca no final do corredor”, “Ah... se não fosse esse espaço, eu estaria perdida... Ele é muito agitado.” “Já me ajuda bastante” “...é muito difícil aparecer criança aqui. Quando eu trago ele, normalmente não tem ninguém”. Logo em seguida a criança precisou voltar para o leito, impossibilitando a continuidade do relato.

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