Kaspar Hauser
Monografias: Kaspar Hauser. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: roseliazzi • 10/3/2015 • 505 Palavras (3 Páginas) • 471 Visualizações
Kaspar Hauser, em tradução literal, significa “cada um por si e Deus contra todos”.
O filme nos mostra o percurso de desenvolvimento de Kaspar Hauser, um personagem real e enigmático que encontrado em Nuremberg, em 1928, com supostamente 15 anos, não sabia falar, nem andar e não se comportava como humano. Até hoje o seu enigma persiste: apesar de muitas hipóteses e suspeitas, não se descobriu sua origem.
Cada ser humano se constitui como uma pessoa totalmente única (por suas experiências e sua história de vida). Vemos assim a importância das práticas culturais na definição do desenvolvimento psicológico da pessoa.
Criado no isolamento e privado de educação, condicionamento e repressão, Kaspar Hauser sofre um processo de integração em Nuremberg e seu instrumento principal é a linguagem.
Kaspar Hauser com o tempo aprende a falar. Mas mesmo a linguagem não lhe permite apreender esse estranho mundo em que vivem as pessoas.
Conhecer o mundo pela linguagem, por signos lingüísticos, parece não ser suficiente para Kaspar.
Conforme Vygotsky, o pensamento e a linguagem se originam independentemente, fundindo-se mais tarde no tipo de linguagem interna que constitui a maior parte do pensamento maduro.
Kaspar Hauser parece não entender as explicações que lhe dão. As pessoas impõem todos os tipos de signos a ele, na certeza de que compreenderá o insólito ambiente que o cerca. Como K. Hauser poderia compreender o significado das palavras e que elas representam coisas, se não passou por um processo de aprendizado e socialização necessários para que compreendesse a representatividade dos signos?
Os objetos não eram percebidos por K. Hauser da forma como a prática social definia. Kaspar Hauser estava despido dos rótulos culturais que condicionam a percepção e o conhecimento. Tais rótulos, por sua vez, são garantidos e reforçados pela linguagem. Assim, o processo de conhecimento da realidade é regulado por uma constante sintonia de práticas culturais, percepção e linguagem.
A forma como Kaspar Hauser compreende o mundo e se relaciona com ele indica que a percepção depende principalmente da prática social.
O que podemos verificar no seu percurso de desenvolvimento psicológico é que apesar da ação da linguagem (adquirida na fase adulta) ou de uma possível capacidade inata, K. Hauser não consegue assimilar o mundo como o faz a sociedade que o cerca, ou seja, decodifica à sua maneira, com uma lógica diferente da estabelecida, a significação do mundo.
Como Kaspar Hauser não passou por um processo de socialização, onde exercitaria a compreensão através da prática social, não consegue atribuir significado às coisas, mesmo tendo adquirido a linguagem.
A socialização do homem não é uma consequência biológica da espécie, mas resultado de um longo processo de aprendizado com o grupo social.
Através desse processo, o indivíduo se integra no grupo em que nasceu, assimilando o conjunto de hábitos e costumes característicos desse grupo. Participando da vida em sociedade, aprendendo suas normas, valores e costumes, o indivíduo está se socializando, reprimindo suas características instintivas e animais e desenvolvendo as sociais e culturais,
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