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LAURA E A PROCURA DE SI - A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER EM UM RECORTE DO FILME AMOR? – UMA VISÃO DA PSICANÁLISE.

Por:   •  18/4/2017  •  Artigo  •  2.414 Palavras (10 Páginas)  •  499 Visualizações

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XXI Encontro de Iniciação à Pesquisa

Universidade de Fortaleza

19 à 23 de Outubro de 2015

LAURA E A PROCURA DE SI - A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER EM UM  RECORTE DO  FILME AMOR? – UMA VISÃO DA PSICANÁLISE.

Rafael Ayres de Queiroz (IC)1 , Irvina Leite de Sampaio (PQ)2

1. Estudante do Curso de graduação em Psicologia- Universidade de Fortaleza- UNIFOR

2. Docente do Curso de Graduação em Psicologia – Universidade de Fortaleza – UNIFOR

rafael_aires19@hotmail.com

Palavras-chave: Clínica; Masoquismo; Psicologia; Teoria psicanalítica; Violência contra a mulher

Resumo

Neste trabalho iremos abordar a temática da Violência contra a mulher e um paralelo do filme Amor? à luz da teoria psicanalítica. Para tanto, utilizou-se de uma revisão de literatura acerca do tema. A realização deste trabalho contribuiu para a ampliação do conhecimento sobre a violência doméstica e reflexões sobre a atuação do analista na clínica frente o tema em questão e a compreensão da diversidade de escolhas conjugais levando a um relacionamento conjugal doentio.

                        

Introdução

“Venha ver algo que o deixará maravilhado”. Essa foi a promessa que os irmãos Lumière fizeram ao realizar a primeira exibição cinematográfica, na noite de 28 de dezembro de 1895, em Paris. Nesses mais de 100 anos de existência, o cinema tem encantado inúmeras plateias e se tornou um dos elementos mais importantes da cultura, no mundo inteiro.

Seguindo na esteira da sétima arte, iremos estabelecer uma interface do filme Amor? com temas como a violência doméstica e demandas clínicas no campo da psicologia, buscando identificar com recorte a personagem Laura, tendo como solo epistemológico a teoria psicanalítica.

A questão da violência contra a mulher é muito abrangente e não pode reduzir-se apenas a uma causa precipitante visto que fatores históricos, econômicos, sociais, culturais, religiosos e psicológicos permeiam os casos em cada situação especifica.  Uma das teses discutidas dentre outras por alguns teóricos, segundo a qual se instalou essa violência historicamente é a do patriarcalismo capitalista.

Enquanto ideologia de relação de subordinação Homem/ Mulher o poder patriarcal ameaçado pelas conquistas constantes que a mulher vem alcançando, somada a fatores culturais  e psicológicos dentre outros  (tidos como precipitantes)  ao longo da história  se rebela e se expressa  em forma de conflitos  e  violência, seja psicológica ou física.

Assiste-se, atualmente, uma grande escalada da violência contra a mulher não obstante a significativa autonomia que vem alcançando em todas as esferas da sociedade no último século, o que significa uma reação ao poder patriarcal estabelecido, porém não a ponto de extingui-lo ou minimizá-lo.

  As inúmeras conquistas não conseguem modificar essa triste realidade que por se mostrar tão gritante sai da órbita do privado, sendo tratada hoje como questão política, demandando políticas sociais e atenção pública dos meios de comunicação, como é o caso da demanda de histórias reais que subsidiaram o roteiro para gravação do filme Amor? uma produção cinematográfica, no qual atores recontam histórias, coletadas para o filme, de pessoas que tiveram relações amorosas que elas consideravam violentas e destrutivas.

As análises sobre a questão da Violência Doméstica devem ser compreendidas de forma ampla num contexto histórico cultural levando em conta referencial teórico amplo que contemple aspectos sociológicos e psicossociais, como questões de condicionamentos culturais que são impostos à mulher dentro de uma cultura eminentemente patriarcal.

A clínica está repleta de queixas relacionadas às relações amorosas, nesse sentido, faz-se necessário recorrer à antiguidade clássica, em especial ao corpus platônico onde, Aristófanes estava bêbado quando discursava no Banquete sobre a história do amor e da androginia originária. Talvez por isso aquele relato revele algo que de alguma maneira é possível advertir em várias situações: o amor é uma forma de procurar por nós mesmos. Essa procura de si, que desenvolveremos de forma mais específica através da fala de nossa protagonista Laura.

Segundo Aristófanes, fomos seres redondos com quatro pernas, quatro braços, quatro orelhas, dois rostos e duas genitálias. Tão autossuficientes e cheios de si nessa completude, fomos divididos ao meio pelos deuses. Desde então, cada metade ficou condenada à falta, à incompletude e à tarefa do reencontro da parte perdida, da parte que completasse nosso ser originário.

O que se propõe neste relato não tanto o ideal de amor perfeito, mas a possibilidade de pensar que o ser existe em relação ao outro com o qual estabelecemos um laço, um vinculo, uma cumplicidade. Por meios desses leances, entre perspectiva da fala de Laura, suas demandas, história de vida e amparados pela letra freudiana construímos tais articulações.

Metodologia

Para a realização deste trabalho foram utilizados métodos de pesquisa qualitativa, revisão de literatura acerca do tema e uma análise documental do filme Amor? .

Para Minayo (2001), a pesquisa qualitativa trabalha com o universo de significado, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis.

A análise documental se deu através da observação do filme assistido tanto em sala de aula, como em casa em decorrência de buscar maiores detalhes.

Com isso, foi possível realizar uma análise da violência contra a mulher e o filme Amor à luz da Psicanálise.

Resultados e Discussão

Tendo em vista a personagem escolhida no filme para a análise, citamos o caso de Laura. A protagonista e o marido perderam uma filha de 7 anos de idade.  Depois disso o marido perdeu o emprego e começou a beber. Eles tiveram uma crise financeira, onde ela relata que não tinham dinheiro para nada. Laura, que sempre fora uma mulher agressiva, tornou-se ainda mais agressiva, inconformada com a situação, a bebida e o silêncio do marido, pois em suas palavras ele era um bêbado mudo.

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