Mental rotation of three-dimentional objects
Por: Rodrigo Damasceno • 30/3/2016 • Resenha • 996 Palavras (4 Páginas) • 226 Visualizações
SHEPARD, R. N.; METZLER, J. Mental rotation of three-dimentional objects. Science, 171(3972), p.701-703, 1971.
Para compreender o processo de Representação Mental e Rotação Mental é necessária uma revisão de pesquisas clássicas (Shepard & Metzler, 1971) que trabalharam com construção e manipulação de imagens mentais, utilizando como órgão sensorial a visão, portanto as imagens mentais construídas pelo sujeito eram de cunho visual. A referida pesquisa foi um marco na literatura, abrindo um vasto leque de pesquisa na área das representações imagéticas, utilizando estímulos geométricos em 3D, concluindo que os sujeitos tinham capacidade de criar uma representação mental do objeto e manipulá-lo mentalmente, a grande questão que surgiu nesse campo de pesquisa, é saber se cegos congênitos também possuem a mesma capacidade de construção e manipulação, mental que as pessoas com visão possui, ao utilizar o tato como fonte sensorial.
Pesquisas como a de (Rovira, Deschamps & Baena-Gomez, 2011), comparar o desempenho de adolescentes cegos e com visão, em tarefas envolvendo a rotação mental de imagens mentais, também investigaram as dificuldades dos adolescentes em dois tipos de tarefas, utilizadas classicamente no domínio da rotação mental (julgamento de similaridade, e reconhecimento) com dois tipos de formas (simples ou composta), a questão era saber se a competência tátil torna possível compensar a falta de experiência visual nestes diferentes contextos de rotação mental. Foram feitos dois experimentos, o primeiro foi a tarefa de julgamento de similaridade que explora duas formas, e dizer se a segunda é resultado da rotação da primeira e a segunda foi a tarefa de reconhecimento, que explora uma forma inicial para encontrá-la posteriormente.
Para as duas tarefas foram usados os mesmos números de sujeito, um grupo com 14 sujeitos deficientes visuais, com idade média de 14 anos, o segundo grupo foi composto por 7 sujeitos com idade média de 14 anos e 7 meses e que tinham a visão, os grupos foram estratificados por sexo e idade. Foram utilizados estímulos geométricos fixos em folhas de papel A4, contendo uma figura alvo e duas distratoras, o sujeito tinha que tatear e construir a imagem mental do objeto e posteriormente identificar quais eram similares e posteriormente, reconhecer o estímulo alvo, diferenciando-o dos estímulos distratores (Rovira, et al., 2011).
Os adolescentes cegos são mais rápidos do que os adolescentes com visão, sendo que o último aumentou significativamente seu tempo de exploração, ao confrontar com o tempo gasto nas formas compostas. Os adolescentes cegos tiveram melhor desempenho apenas com as formas simples, pois possuem dificuldade na exploração das formas compostas. Ao analisarem as os dados obtidos no Experimento 2, os pesquisadores identificaram padrões de respostas semelhantes aos encontrados no Experimento 1, no que diz respeito a tempo de resposta e dificuldade de manipulação de formas compostas. Portanto, o nível de resposta encontrado foi maior para os adolescentes cegos, apenas nas formas simples, já os adolescentes com visão exploram o estímulo com uma mão, com um ou dois dedos e seguindo os contornos, enquanto os adolescentes cegos a exploração é bi-manual, com dois ou três dedos, que está relacionado com o tempo gasto para exploração tátil (Rovira, et al, 2011).
Outras pesquisas como a de (Cattaneo, Fantino, Silvanto, Tinti, Pascual-Leone & Vecchi, 2010) pesquisaram se a percepção de simetria vertical depende da experiência visual. Os participantes foram dezesseis indivíduos cegos congênitos ou cegos cedo (6 mulheres), com idade média de 35,8 e 26 participantes do grupo controle com visão (14 mulheres), com idade média de 27, participaram do experimento. Foram utilizadas matrizes de madeira bidimensionais, 20 de cm de lado, dividida em 25 células perceptíveis ao tato, usadas como estímulos. Em cada ensaio, 7 células alvo foram cobertas com papel lixa, a fim de ser facilmente reconhecível pelo toque. Foi pedido aos sujeitos que tateassem o estimulo para poder construir a imagem do objeto e consequentemente, os sujeitos não foram avisados sobre a simetria. Para cada plano (horizontal e frontal) foram 6 ensaios para os 3 tipos de configurações (VS, HS, NE), para um total de 36 ensaios. As matrizes no plano horizontal e frontal foram apresentadas em blocos (a ordem dos blocos foi contrabalançada entre os participantes).
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