Novo Capitalismo
Artigos Científicos: Novo Capitalismo. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: lombardi • 3/6/2013 • 368 Palavras (2 Páginas) • 495 Visualizações
O novo capitalismo, pois, se caracteriza pela capacidade imediata, a flexibilização, o risco, a alienação completa do indivíduo, “não se mexer é tomado como sinal de fracasso, parecendo a estabilidade quase uma morte em vida” (p.102). Mudar o tempo todo faz a pessoa se esquecer da realidade a qual pertence, no antigo capitalismo a consciência de se pertencer a uma classe era facilmente perceptível, no capitalismo atual não se sabe a que grupo social se pertence. Esta realidade pode ser vista quando Sennett pergunta a alguns padeiros a que classe pertencem, dizem indefinidamente serem da classe média. No jogo capitalista atual todos acreditam serem potenciais vencedores, sabem que os vencedores fazem parte de um minúsculo grupo, porém não se mexer é condenar-se ao fracasso. “O risco é um teste de caráter; o importante é fazer o esforço, arriscar a sorte, mesmo sabendo-se racionalmente que se está condenado a fracassar” (p.106). Assim, os indivíduos se vêem esvaziados moral, social, cultural e politicamente. As relações humanas se tornam uma simulação teatral, relações sem poder, sem autoridade. Desta forma, a construção de uma história de vida que una as pessoas fica impossibilitada, pois não há padrão e nem responsabilidade. As pessoas estão sujeitas ao sentimento de fracasso.
Neste sentido, as pessoas mais velhas ou mais experientes são vistas como decadentes, fracassadas, pois flexibilidade, risco, não combinam com acumulação de experiência, de tempo de vida. A história de Rose é um bom exemplo dado pelo autor, ela admite “não ter mais coragem” (p.107). “As atuais condições da vida empresarial encerram muitos preconceitos contra a meia-idade. Dispostos a negar o valor da experiência passada da pessoa” (p.107). Além disso, este exemplo demonstra como o novo capitalismo se tornou desnorteante e deprimente, criou éticas contrárias à autodisciplina e à auto-modelação da ética de trabalho como a descrita em A ética protestante e o espírito de capitalismo de Max Weber. O poder está presente, mas a autoridade está ausente. O repúdio da autoridade e da responsabilidade permite a fuga das greves e das crises, já que não há laços fortes o suficiente para haver uma coesão. Não há nenhuma autoridade para reconhecer nosso valor, estamos à deriva do fracasso, estamos à deriva de nós mesmos
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